segunda-feira, 8 de junho de 2015

Livro: Igreja Adventista do Sétimo Dia, Que Seita é Essa?



 Eu pensava que o Adventismo, apesar dos seus desvios, não chegava a negar os pilares da fé cristã. Assim pensei por muito tempo, porque, em diálogos com amigos adventistas, detectei que eles não negam a triunidade de Deus; o nascimento virginal de Jesus; a dualidade de natureza (divina e humana) na Pessoa de Cristo; a pessoalidade e divindade do Espírito Santo; a inspiração verbal e plena das Escrituras Sagradas - a Bíblia; a pecaminosidade do homem; a morte de Cristo na cruz e Sua ressurreição dentre os mortos; a segunda vinda de Cristo; o arrebatamento da Igreja e outros pontos relevantes. Qual não foi, portanto, a minha surpresa, quando, enquanto pesquisava mais sobre esse segmento religioso, descobri que o Adventismo do Sétimo Dia, longe de falhar somente em questões periféricas do Cristianismo, nega pontos centrais (ou fundamentais) da fé que, de uma vez por todas, foi entregue aos santos (Jd 3). Altruisticamente, pois, elaborei estas linhas, com os seguintes objetivos: Glorificar a Deus; edificar a Igreja; e bradar às vítimas dos engodos religiosos que constituem o Adventismo, os quais, por sua vez, o caracterizam como uma religião falsa. Certamente, este brado, que despertará a muitos dormentes, contribuirá para a edificação quantitativa e qualitativa da Igreja do Senhor Jesus. 


Direitos autorais salvaguardados pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro


Pr. Joel Santana


Rio de Janeiro/RJ


SUMÁRIO





Eu também fui enganado
        Muitas das heresias pregadas pelos adventistas, são infantilidades espirituais pequenas demais para desqualificá-los como cristãos. A guarda do sábado semanal e a observância do cardápio judaico (se não fossem apresentadas como condição imprescindível para a salvação); a negação do castigo eterno para o diabo, seus anjos e os homens perdidos; a chamada “prisão circunstancial” para Satanás; o chamado “sono da alma”; a afirmação de que o milênio será no Céu; e outras mais desse nível, são erros que podem ser tolerados. Afinal de contas, quem não erra? Qual é a igreja evangélica que não comete alguns desvios doutrinários? Ninguém acerta tudo. Por este motivo, durante muitos anos, este autor considerou os adventistas como evangélicos. Eu dizia aos meus consulentes, que o Adventismo é uma igreja evangélica mal doutrinada. Isto se deu porque eu não queria emitir juízo temerário. Eu temia atuar como juiz de pequenas causas. E, pior ainda, não fazer justiça nesse julgamento. Eu pensava que o Adventismo, apesar dos seus desvios, não chegava a negar os pilares da fé cristã. Assim pensei por muito tempo, porque, em diálogos com amigos adventistas, detectei que eles não negam a triunidade de Deus; o nascimento virginal de Jesus; a dualidade de natureza (divina e humana) na Pessoa de Cristo; a pessoalidade e divindade do Espírito Santo; a inspiração verbal e plena das Escrituras Sagradas - a Bíblia; a pecaminosidade do homem; a morte de Cristo na cruz e Sua ressurreição dentre os mortos; a segunda vinda de Cristo; o arrebatamento da Igreja e outros pontos relevantes. Qual não foi, portanto, a minha surpresa, quando, enquanto pesquisava mais sobre esse segmento religioso, descobri que o Adventismo do Sétimo Dia, longe de falhar somente em questões periféricas do Cristianismo, nega pontos centrais (ou fundamentais) da fé que, de uma vez por todas, foi entregue aos santos (Jd 3). Altruisticamente, pois, elaborei estas linhas, com os seguintes objetivos: Glorificar a Deus; edificar a Igreja; e bradar às vítimas dos engodos religiosos que constituem o Adventismo, os quais, por sua vez, o caracterizam como uma religião falsa. Certamente, este brado, que despertará a muitos dormentes, contribuirá para a edificação quantitativa e qualitativa da Igreja do Senhor Jesus.

Não nos odiemos mutuamente
        Não confunda Adventismo com adventistas. Este autor desdenha o Adventismo, não os adventistas, que, geralmente, são pessoas amáveis, dignas de respeito. Esta informação é importantíssima, visto não serem poucos os adventistas que se melindram quando veem suas crenças postas em xeque. Alguns adventistas, irados, arremetem com ímpeto contra os que ousam ponderar suas crenças. Tenho recebido diversos e-mails desaforados, vindos de “adventistas” revoltados, que me agridem moralmente, tachando-me de demente, hipócrita, odioso, etc. E tudo isso, só porque refuto suas doutrinas e advirto aos meus irmãos em Cristo (principalmente os Pastores), quanto ao dissimulado proselitismo que eles (os adventistas) fazem junto às igrejas evangélicas, visando nos conquistar para as suas fileiras. Eles o fazem com boas intenções, pois só querem nos tirar de nossas igrejas, por considerá-las falsas. Sim, os adventistas tacham as igrejas evangélicas de hipócritas, babilônias, etc. Mas, como alguém já disse acertadamente, “de pessoas bem intencionadas o inferno já está cheio”.

Acordem colegas!
       Queridos colegas de Ministério (Pastores), despertemo-nos. Não cochilemos. Olhemos, pois, por nós mesmos e pelo rebanho sobre o qual o Espírito Santo nos constituiu Bispos, para que as ovelhas que o Sumo Pastor nos confiou, permaneçam sob o Cajado que Ele pôs na nossa mão (At 20.28). Livremo-las de serem abocanhadas por lobos, ursos e leões (1Sm 17.34-36a; Mt 7.15). Sim, longe de fugirmos à luta, encaremos os lobos e socorramos as ovelhas do Amo (Jo 10.12). Levemo-las às águas tranquilas e aos pastos verdejantes (Sl 23.2) que o Dono delas já lhes providenciou, bem como, lutemos, para que não comam “parra brava” (2Rs 4.39-40). Demos “farinha” (2Rs 4.41 [a Palavra de Deus bem explicada]) aos que já se intoxicaram com a parra brava (2Rs 4.41) do Adventismo.

Defensiva/ofensiva
       Já informei, que não é raro os adventistas se melindrarem ante nossas refutações às suas crenças; mas, como o leitor daqui a pouco verá, os itens 6-8, 12, da lista abaixo, não deixam dúvida alguma de que eles também tentam provar que as igrejas evangélicas são ilegítimas. Ora, ao réu deve-se, com justiça, o direito de defesa. E é através destas linhas que pronuncio em defesa das inverdades que renomados adventistas têm proferido contra as igrejas evangélicas. Mas, como é impossível se defender de uma acusação falsa, sem refutar a inverdade, qualificando-a como tal, este livro não é apenas defensivo, mas também ofensivo. Sim, consigno aqui, minhas apologias à verdade esposada pelas igrejas evangélicas, bem como minhas refutações à frágil base sobre a qual os adventistas se apoiam para nos tachar de hereges.

Definindo “seita” e “heresia”
A palavra “heresia” aparece repetidas vezes ao longo deste compêndio, em estruturas frasais, onde algumas doutrinas do Adventismo são vistas por mim como falsas. Urge, então, saber, que nesta obra, este substantivo não é grafado com intenções tempestivas, mas sim, porque julgo que esta franqueza fará bem às vítimas do engodo aqui ponderado.
Etimologicamente, “heresia” (do grego háiresis) significa escola, partido, facção, preferência, corrente ideológica, etc., independente de a coisa assim chamada ser boa ou ruim, certa ou errada, verdadeira ou falsa. E, “seita” tem sua origem em “secta”, termo usado para traduzir háiresis para o latim. Logo, etimologicamente, seita é o mesmo que heresia. Portanto, na Bíblia não há diferença alguma entre seita e heresia. Mas, como toda língua viva sofre a influência do tempo, hoje, estes vocábulos têm outras definições no nosso idioma. Exemplos: de tanto a Igreja Católica Romana tachar seus dissidentes de hereges, “heresia” passou para os dicionários como “doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja [Católica] em matéria de fé.” (Colchetes nossos). Já no jargão evangélico, “heresia” e “seita” designam, respectivamente, “doutrina contrária à Bíblia”, e “religião que prega heresia”.
Quando da composição do Novo Testamento, a palavra heresia significava, também, “um grupo de partidários de determinada doutrina” (At 5.17; 15.5; 24.5; 26.5; 28.22). Alguns autores creem que heresia designava ainda, uma “opinião oposta à doutrina predominante”.
As informações acima lançam luz sobre o fato de o apóstolo Pedro compor a locução “heresia de perdição” (2Pe 2.1). Esta aparente redundância se justifica quando consideramos que naquela época o Evangelho podia ser chamado de heresia de salvação. Isto posto, salta à vista que quando, nesta obra, emprego o termo seita, não estou sendo abusado. Por exemplo, quando chamo o Adventismo de seita, quero apenas salientar que o vejo como falso, já que heresia, no conceito evangélico, designa “doutrina errada” e tudo o mais que corresponda a isso. Esta obra é uma crítica clássica, e não desabafos desaforados de um crítico revoltado.

Um resumo das crenças dos adventistas
        O leitor verá que o Adventismo, embora tenha muitos pontos em comum com os evangélicos, simultaneamente nega não poucos pilares da genuína fé cristã. Estes são, entre outros, os seguintes desvios:

1) prega que os pecados dos cristãos, embora já estejam perdoados, ainda não estão cancelados;
2) prega que Jesus está, desde 1844, purificando o Santuário Celestial;
3) prega que a Bíblia não é a única regra de fé e prática do cristão. Aliás, para que o dito fique pelo não-dito, o Adventismo prega, paralelamente, que a Bíblia é a única regra de fé do cristão;
4) prega que Jesus é o arcanjo Miguel;
e) prega que a observância do domingo será o sinal da Besta;
5) prega que a inobservância do sábado semanal é motivo de perdição;
6) prega que os que não se abstêm de café, coca-cola, presunto, mortadela, salame, camarão, lagosta, carne de porco... estão perdidos; Aliás, Ellen G. White, a papisa desse movimento, proibiu todo e qualquer tipo de carne, sob a alegação de que o fazia por ordem divina;
7) não considera os evangélicos como aliados, mas sim, como um Campo Missionário, no qual investe com afinco e muito tato, empreendendo nos conquistar para o Adventismo;
8) prega que os pastores evangélicos reproduzem mensagem de Satanás. Entre linhas, tacha-nos de comparsas do diabo;
9) prega o chamado “sono da alma”;
10) nega a imortalidade da alma;
11) nega o tormento eterno para o diabo, os demônios e os homens que se perderem;
12) prega que só a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a única que tem a verdade, é a verdadeira Igreja, a única Esposa do Cordeiro, o Remanescente (ou seja, os únicos cristãos verdadeiros, que sobreviveram à avalanche do engano religioso). E, qualificam como falsas todas as demais igrejas;
13) prega que Jesus Cristo era portador da natureza pecaminosa, mais conhecida por pecado original, comum a todos os descendentes de Adão;
14) na profissão de fé consta que o candidato ao batismo confesse que crê no “espírito de profecia”, isto é, na inspiração divina dos escritos de Ellen G. White, escritos estes, considerados como tão inspirados por Deus, quanto a Bíblia;
15) prega (embora sem se dar conta disso) que não se pode garantir que ainda há esperança de salvação para os que ainda não se converteram a Cristo. Proclama que talvez seja tarde demais. (Veremos isso no capítulo VII)
16) prega (embora inconscientemente) que os pecados dos verdadeiros cristãos serão castigados e expiados na pessoa do diabo (veremos isso no capítulo 9 [9.5], etc.

Exibirei provas documentais
Se eu conseguir provar que a exposição acima não é calúnia, ficará claro que o Adventismo não é cristão. E é isto que empreendo demonstrar nesta obra. Não são poucos, os erros da dogmática do Adventismo, dos quais, muitos o caracterizam como uma falsa religião.

Pegam peixe grande
A Revista Adventista, de junho de 2002, afirma na p. 8, que “eruditos evangélicos reconhecem a Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma denominação genuinamente cristã”. E, infelizmente, isso é verdade. Como já visto acima, eu também fui enganado. Tal se dá porque o Adventismo é tão sutil que consegue enganar até peritos bíblicos. Este autor, porém, já se libertou desse engano. Oxalá o caro leitor não seja a próxima vítima. E, se você já é uma vítima desse movimento espúrio, que se liberte em nome de Jesus.

Certifiquem–se das provas
Não duvido que meus prezados e respeitáveis leitores estejam suspeitando da possibilidade de eu provar o que afirmei acima. Todavia, esteja certo que posso sim, provar que não estou caluniando. É razoável concluirmos que ninguém ousaria fazer tão graves denúncias, sem estar devidamente documentado. Atente para o fato de que minhas denúncias são facilmente verificáveis, pois informo as fontes, indicando os nomes das obras literárias das quais faz as transcrições, bem como suas páginas, editoras e suas respectivas datas de edição. Além disso, sabemos que calúnia é crime e dá cadeia e outras punições. Logo, se não temêssemos a Deus, temeríamos pelo menos a justiça dos homens.

Vá mais fundo
Este autor não aborda, neste livro, todos os argumentos que os adventistas apresentam no intuito de defenderem suas heresias. Por este motivo, sugiro que os meus leitores consultem as obras evangélicas constantes da BIBLIOGRAFIA.

Que vamos estudar?
Há várias ramificações no Adventismo, mas nesta obra só consideramos o Adventismo do Sétimo Dia.

A HISTÓRIA DO ADVENTISMO


        No presente capítulo, disserto sobre o vergonhoso passado da Igreja Adventista do Sétimo Dia, historiando, sucintamente, o nascedouro dessa seita.

I. Como e quando nasceu o Adventismo do Sétimo Dia
        O Adventismo do Sétimo Dia nasceu assim: No início do século XIX, um batista chamado William Miller, em Nova Iorque, Estados Unidos, “baseando-se” em Dn. 8:13,14, proclamou que Cristo voltaria à Terra em 1843. Diante do fracasso, Miller efetuou novos cálculos e concluiu que havia cometido um pequeno equívoco, e a nova data prevista para a vinda de Cristo à Terra, seria o dia 21/03/1844. Diante do novo fracasso, a próxima data foi o dia 22 de outubro daquele mesmo ano. Ao sofrer mais essa decepção, Miller reconheceu que estava equivocado e, arrependido, voltou à sua igreja, onde permaneceu fiel ao Senhor até à sua morte, aos 67 anos de idade, em 20/12/1849.

II. Debandada millerista
        Quando as três previsões de Miller falharam e ele reconheceu seu erro publicamente, os seus cem mil adeptos se debandaram quase todos. Porém, alguns se uniram e, em 28 de setembro de 1860 organizaram a comunidade que hoje se conhece pelo nome de Igreja Adventista do Sétimo Dia.
       Desse movimento Millerista nasceram outros grupos religiosos, dos quais, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é o mais próspero. E desta “igreja”: Igreja Adventista da Promessa, Igreja Adventista do 7º Dia (Movimento de Reforma), Igreja Adventista do Sétimo Dia (Movimento de Completa Reforma), Igreja Adventista do Sétimo Dia Remanescente, etc. Não é exorbitante afirmar que a seita Testemunhas de Jeová também nasceu do movimento Millerista, visto que Russell, após romper com a Igreja Presbiteriana (onde nascera) e ir para a Igreja Congregacional, emigrou-se para a Igreja Cristã do Advento (uma das ramificações do Movimento Millerista), de onde também saiu para fundar a sua própria religião.

III.  Não se acanhem
       Devido ao vergonhoso passado, sobredito, os adventistas, como que desconfiados, disseram: “Somos Adventistas do Sétimo Dia. Envergonhamo-nos, acaso, de nosso nome? Respondemos: Não! Não! Não nos envergonhamos” (Administração da Igreja, p. 26, CPB). NOTA DO AUTOR: Ora, ora, ora. Não estou perguntando nada.

IV. O trio pioneiro
        Três pessoas tiveram importante papel na formação dessa nova seita: Hiran Edson, segundo o qual Miller errara quanto ao local da vinda de Cristo, não quanto à data, afirmou que naquele ano (1844) iniciara a purificação do Santuário Celestial (o que refuto no sétimo capítulo); Joseph Bates, ardoroso defensor da guarda do sábado; e a famosa Ellen G. White que, dizendo-se possuidora do dom de profecia, apoiou Hiram Edson e Joseph Bates, com suas “profecias e visões sobrenaturais”, por cujo motivo os adventistas creem até hoje que os livros dessa visionária são tão inspirados quanto a Bíblia, como veremos no nono capítulo (9.1).


A RESPEITO DO SÁBADO


       Os adventistas proclamam aos quatro ventos que a guarda do sábado semanal é questão de vida ou morte, ou seja, de salvação ou perdição. Às vezes, porém, negam que o fazem, mas nesta obra empreendo provar que realmente eles fazem da observância do sábado, tábua de salvação.

        Os adventistas do sétimo dia dividem a Lei em várias partes. As três principais divisões, são: Lei Moral e Lei Sanitária (às quais chamam também de Lei de Deus) e Lei de Moisés, que é a parte cerimonial da Lei. Creem que as Leis Morais e Sanitárias não foram abolidas por Cristo, por cujo motivo afirmam que nós, os cristãos, temos que abstermos, não só de roubo, homicídio, adultério... Mas, também, do consumo das carnes proibidas em Lv 11: carne suína, bagre, camarão, etc. Porém, creem que Cristo aboliu a Lei de Moisés (ou Lei cerimonial), e que, portanto, não é necessário observarmos a páscoa, o pentecostes, a circuncisão, os sacrifícios de animais, entre outros.
        Os adventistas guardam o sábado semanal porque entendem que Os Dez Mandamentos são, sem exceção, morais, embora não ensinem que os mandamentos morais estejam contidos somente no Decálogo, ou seja, nos Dez Mandamentos. Sim, eles creem que os mandamentos morais estão distribuídos em toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse; e que o Decálogo é a reunião dos mesmos em um só lugar, resumidamente.
        Para se ver que de fato os adventistas dividem a Lei em Lei de Moisés e Lei de Deus, basta ler o panfleto intitulado Leis em Contraste, editado pela CPB __ Casa Publicadora Brasileira __, que é a editora deles. Também, o livro adventista, intitulado Subtileza do Erro, tenta nos convencer que a Lei Sanitária está de pé. É por acreditar nisso, que os adventistas se portam não só como evangelistas, mas também como nutricionistas, recomendando uma criteriosa dieta alimentar, como veremos no capítulo 3.

2. Priorizando o prioritário
        Não obstante os adventistas pregarem muitas doutrinas em desacordo com a Palavra de Deus, neste livro refuto apenas algumas, das quais, a guarda do sábado é a primeira. O porquê deste meu proceder, é que, dos equívocos por eles defendidos, a observância do sétimo dia da semana é o mais enfatizado. Portanto, quem, com a Bíblia na mão, souber provar como dois mais dois são quatro, que o quarto mandamento do Decálogo não consta do Novo Testamento, estará prestando um grande serviço ao Reino de Deus.

3. Abaixo os juízos temerários
        Não quero condenar os sabatistas por guardarem o sábado, pois a Bíblia diz categoricamente que cardápios e dias santos não devem separar os cristãos. Mas a grande maioria dos adventistas, com os quais dialoguei, não pensa assim. Pude ver claramente que eles têm dúvidas da salvação dos evangélicos que não guardam o sábado. E isso é perigosíssimo! Ninguém será condenado por Deus pelo fato de guardar ou não este ou aquele outro dia, mas quem acha que a inobservância do sábado ou de qualquer outro dia, leva à perdição eterna, está, em franco desrespeito para com a tolerância recíproca que o Espírito Santo recomenda aos membros da Igreja, fazendo do sábado a sua tábua de salvação e se auto-condenando. Senão, vejamos:“Ora, ao que é fraco na fé, acolhei-o, mas não para condenar-lhe os escrúpulos. Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes. Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é o Senhor para o firmar.
        Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor. Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor tanto de mortos com de vivos. Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus.  Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus. Assim, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
        Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei; e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo. Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. Não seja, pois, censurado o vosso bem; porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo. Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua. Não destruas por causa de comida a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o homem dar motivo de tropeço pelo comer.  Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem duvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14, Versão Revisada).

4. Do “inofensivo” ao pecado mortal
        Guardando ou não o sábado, se nos valermos unicamente da cruz de Cristo, seremos salvos; e conheço muitos sabatistas que pensam assim também, e com estes tenho mantido plena comunhão espiritual. Por que não? Nenhuma divergência pode, ou não deve, separar aqueles que convergem no Calvário (Sl. 133). Não permitamos que os pontos de vista adversos separem aqueles que a cruz de Cristo uniu. Portanto, se os sabatistas, além da guarda do sábado e do cardápio judaico por eles observado, quiserem guardar também a páscoa, o pentecostes, a circuncisão, o jubileu, a lua nova, etc., que o façam. Estas coisas, apesar de erradas, não os levarão ao inferno, se não tentarem se salvar através delas ou de uma delas. Porém, ao se valerem dessas coisas para se salvarem, serão condenados. E é a Bíblia que ensina assim. Por exemplo, o apóstolo Paulo, não obstante haver circuncidado Timóteo (At 16.1-5) e dito que a circuncisão e a incircuncisão são ineficazes (ICo. 7.18-19; Gl. 5.6), assegurou que se os gálatas se circuncidassem seriam condenados (Gl. 5.2-4). Aparentemente, este apóstolo foi incoerente. Sim, porque se a circuncisão não tem valor algum, por que ele circuncidou Timóteo? Também por que disse que se os gálatas se deixassem circuncidar, seriam condenados? Timóteo se perdeu? E quem o pôs no caminho da perdição foi o apóstolo Paulo? Como se explica estas aparentes contradições? A resposta é a seguinte: Paulo circuncidou Timóteo, para tão somente não escandalizar os judeus ignorantes; e, assim, ganhá-los para Cristo (ICo 9.19-23); mas, os gálatas se circuncidavam para se salvar. Eles haviam sido enganados pelos que diziam: “...se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos” (At. 15.1b). Isto é mais que suficiente para provar que, se dissermos que os sabatistas têm que pararem de guardar o sábado para se salvarem, iremos para o inferno; e que os sabatistas para o inferno irão, se disserem que estamos condenados por não guardarmos o sábado. O porquê de tudo isso é que não podemos ignorar duas coisas, sob pena de sermos condenados para sempre; Primeira: Cristo salva; segunda: só Cristo salva. Portanto, não nos basta apegarmos a Cristo, temos que fazer algo mais, a saber, temos que apegarmos a Cristo. O Salvador não tem sócio (At 4.12). Ele não aceita nos dividir com pessoa ou coisa alguma. Ele nos quer só para si. É tudo ou nada (Mt. 12.30; Lc. 16.13). Logo, acautelemo-nos para não tentarmos ser de Cristo e do sábado, ou de Cristo e do domingo.
        A observância de um ou mais dias de repouso semanal, pode ser, ou uma coisa salutar, ou uma infantilidade, ou ainda um grave pecado. É uma coisa salutar ao corpo e à alma, quando, sem atribuirmos a isso valor salvífico, o fazemos só para descanso, adoração e proclamação do Evangelho; é uma infantilidade relativamente inofensiva, quando pensamos que Deus mandou observá-lo, embora admitamos paralelamente que a sua inobservância não conduz à perdição; e é um grave pecado quando fazemos de um dia de guarda motivo de salvação ou de perdição. Conformemo-nos, pois, às recomendações contidas em Rm. 14; porquanto, agir de outra maneira equivale a subestimar o precioso sangue de Jesus, dando-lhe um coadjuvante. E esse ato é uma afronta à Trindade Santa que se mobilizou para, por intermédio do sacrifício vicário de Jesus, mudar a nossa sorte e nortear as nossas vidas.

5. O sábado no Novo Testamento?!
       Os adventistas alegam que o Novo Testamento manda observar o sábado; e, para “provarem” isso, citam várias passagens neotestamentárias. Abaixo considero esta questão, primeiro, defensivamente; e, depois, ofensivamente.

5.1. Defensiva
No presente tópico defendo a postura dos evangélicos (em relação à guarda do sábado) das rajadas dos adventistas.

5.1.1. Elas descansaram no sábado
Lc. 23.56b: “E no sábado descansaram, segundo o mandamento”. Fui presenteado por um adventista, com um panfleto de sua igreja, no qual se argumenta que o fato desta referência bíblica constar do Novo Testamento, prova que os cristãos primitivos consideravam a guarda do sábado um mandamento. Mas, se este “argumento” fosse válido, deveríamos praticar a circuncisão e os sacrifícios de animais, pois está escrito em Lc 2.21-24 (e, portanto, no Novo Testamento também), que José e Maria circuncidaram a Jesus e ofereceram os sacrifícios cruentos em obediência ao que determina a Lei do Senhor, ou seja eles sacrificaram aves ao SENHOR.

5.1.2. Jesus guardou o sábado
Lc. 4.16: “... entrou num dia de sábado, na sinagoga, segundo o seu costume ...”. O fato de Jesus ter o costume de ir às sinagogas em dia de sábado, não prova que nós, os cristãos, tenhamos que fazer o mesmo, pois Gl. 4.4-5 diz que Ele nasceu sob a Lei, para resgatar os que estavam (no passado) sob a Lei; logo, Jesus fez coisas que nós não precisamos fazer. Ele participou da páscoa (Mt 26. 7-9). Por que os sabatistas não observam a páscoa também? Os sabatistas têm visão de águia para enxergar textos bíblicos que parecem favorecê-los, mas não veem os textos que, com clareza, refutam as suas doutrinas. Por exemplo, está escrito que Jesus quebrantava ou violava o sábado (Jo 5.18). Esta referência diz que as razões pelas quais os judeus queriam matar a Jesus eram duas: 1) Ele, dizendo que Deus era o Seu próprio Pai, se fazia igual a Deus; 2) Ele violava o sábado. O contexto diz que Jesus mandou um homem transportar o seu leito em dia de sábado, e isto é, de fato, quebrar um dos mandamentos da Lei, já que até acender fogo no dia de sábado era proibido (Ex. 35.3). Concluo, pois, que Jesus guardava o sábado, mas sem se ater ao cerimonial que o envolvia. Tal se deu porque o Senhor do sábado estava a dar um vislumbre da nova Dispensação que já se aproximava. Jesus fez isso noutras ocasiões. Só para citar um exemplo, a lei de Moisés permitia o divórcio por qualquer motivo (Gn 24. 1-4), mas Jesus, mesmo antes de morrer por nós e inaugurar a Dispensação da Graça, disse que só o adultério confere à parte traída o direito de divorciar e contrair novas núpcias (Mt 19.9)

5.1.3. Paulo, Barnabé, e o sábado
Os sabatistas adoram citar At 13.14,42,44; 17.2 e outras passagens correlatas, nas quais encontramos os apóstolos Paulo e Barnabé indo às sinagogas, aos sábados, para evangelizar. Pensam eles que estes apóstolos faziam isso aos sábados porque guardavam o sétimo dia da semana em obediência à Lei de Deus. Mas a verdade é que os apóstolos estavam aproveitando a oportunidade. Aos sábados, os judeus se reuniam nas sinagogas, e contatá-los lá era prudente. Além disso, os apóstolos estavam dispostos a até mesmo guardar o sábado, se isso se fizesse necessário para salvação dos judeus (1Co 9.19-23). A prova disso é que o apóstolo Paulo fez o voto de nazireu, prescrito em Nm 6.1-21, isto é, ficou cabeludo (?) e depois rapou a cabeça (At 18.18); circuncidou Timóteo (At 16.1-5); e esforçou-se para passar o dia de Pentecostes em Jerusalém (At. 20.16). Por que os adventistas não observam o nazireado, não rapam suas cabeças, não se circuncidam e observam a festa de Pentecostes, alegando, em defesa disso, que o apóstolo Paulo fez todas estas coisas? À luz de 1Co 9.19-23, Paulo fez isso para não escandalizar os judeus, e assim, ganhá-los para Cristo. Logo, ainda que alguém prove à luz da Bíblia, da História Universal, e da Arqueologia que o apóstolo Paulo guardou o sábado, ninguém pode converter esse episódio num mandamento de Deus à Igreja. Há fortes indícios bíblicos e extrabíblicos de que a Igreja de Jerusalém e arredores, a exemplo dos apóstolos, não fazia carga contra a observância do sábado; antes, guardavam-no por tradição, e, também, por obediência à Lei Civil de Israel (At 21. 20-26). Tenho, inclusive, bons motivos para crer que os apóstolos e os demais membros da Igreja judaica levaram um bom tempo para entender que a Igreja não é um Judaísmo melhorado (At 10. 11-16, 28-29,45; 11.1-20).

5.1.4. A guarda dos mandamentos
É verdade que o Novo Testamento diz que temos que guardar os mandamentos de Deus (1Jo 5.3; Ap 12.17), mas estes não são os do Antigo Testamento. Logo, esta “base”, sobre a qual os adventistas se apoiam, também não é sólida.

5.1.5. Ab-rogação da Lei
Os adventistas adoram citar Mt 5.17-18 para “provar” que a Lei Moral está de pé. A verdade, porém, é que Cristo nos deu uma Nova Lei. Quando Jesus disse que “até que o Céu e a Terra passem, nem um i ou um til, jamais passará da Lei até que tudo se cumpra”, não estava dizendo que a Lei não passaria, e sim, que só passaria depois de cumprida. O sábado, a circuncisão, a páscoa, o pentecostes, o jubileu, a lua nova, os sacrifícios cruentos, etc., passaram, depois que Cristo os cumpriu na cruz. Que passaram, está claro, pois até os sabatistas sabem disso, visto que eles também não guardam os preceitos acima, com exceção do sábado, o que é incoerência.

5.1.6. Duas leis
Os sabatistas alegam que Mt 5.17-18 é uma referência à Lei Moral __ chamada também, por eles, de Lei de Deus, e que, segundo eles, está de pé __, e não à Lei Cerimonial (à qual chamam de Lei de Moisés, a única que, de acordo com seus ensinos, foi abolida). Isto dizem para guardarem o sábado, sem demonstrar que são incoerentes.  Mas a palavra “lei”, na Bíblia, se refere a todo o Pentateuco. Por exemplo, em Lc 2.23 se diz que os sacrifícios de animais constam da Lei do Senhor. E porventura, o Decálogo manda sacrificar animais a Jeová? Ora, não há diferença entre Lei do Senhor e Lei de Deus. Logo, os sacrifícios cruentos integravam a Lei de Deus. Consequentemente, os adventistas, se querem ser coerentes, devem não só guardar o sábado, mas também sacrificar animais, como manda a Lei do Senhor.

5.1.7. Sobre o dia do Senhor
Em Ap 1.10 está exarado que o apóstolo João foi arrebatado em espírito no “dia do Senhor”. Os adventistas acham que esse dia é o sábado, mas na verdade trata-se do domingo. A questão é que, embora o Novo Testamento não determine nenhum dia de guarda, os cristãos primitivos, por livre e espontânea vontade, decidiram dedicar o primeiro dia da semana a Deus, em comemoração à ressurreição de Cristo que, segundo a Bíblia, ocorreu nesse dia (Mc 16.9).
        O fato de a Bíblia mostrar os cristãos primitivos celebrando a Santa Ceia do Senhor e separando suas ofertas aos domingos (At 20.7; ICo 16.1,2), é algo a que apegarmos. Por que faziam isso aos domingos? O que há de especial nesse dia? Nada, obviamente, pois se trata de um dia como outro qualquer. Porém, nele ocorreu algo mais relevante, mais estupendo, e mais importante do que a criação do Universo, a saber, o triunfo de Cristo sobre a morte e a nossa subsequente justificação (Rm 4.25). Porque Cristo ressuscitou no domingo, eles tinham predileção por este dia; porque tinham predileção por este dia, nele se reuniam para o culto cristão; e porque nele se reuniam, a celebração da Santa Ceia e o ofertório nele se concretizavam, por uma questão de adequação.
                                                                   ***
        Como se pode ver, os adventistas estão “bem” calçados. Dividindo a Lei em três partes (moral, sanitária e cerimonial) e dizendo que as leis morais e sanitárias ainda estão de pé, eles conseguem ser incoerentes sem que aparentem sê-lo. Guardam apenas uma parte da Lei e dizem que quem o faz somos nós, que não guardamos o sábado. Porém, a verdade é que nós, os cristãos esclarecidos, não guardamos a Lei, nem parcial, nem integralmente. Nós estamos noutra; nós estamos no Novo Testamento. E o Novo Testamento não é o Velho Testamento remendado, consertado, reformado, pintado, etc. Não! O Novo Testamento não é o Velho Testamento transportado de lá para cá. O Novo Pacto é novo. Abstemos de furto, homicídio, idolatria, feitiçaria... não porque o Velho Testamento proíbe estas coisas, e, sim, porque o Novo Pacto que Cristo fez com a Igreja também prescreve isso. Doutro modo, seríamos tão incoerentes quanto os adventistas.

5.2. OFENSIVA

5.2.1. Um “não adulterarás” diferente
       Saibam os adventistas, que a Igreja tem um novo “não adulterarás”. O “não adulterarás” do Novo Testamento é diferente do “não adulterarás” do Decálogo. O “não adulterarás” do decálogo só proibia a cobiça à mulher do próximo. O decálogo não proibia a um homem casado de namorar outras mulheres __ desde que estas fossem solteiras, viúvas ou divorciadas __, pedir suas respectivas mãos em casamento e casar com elas. Logo, o decálogo permitia o que o Novo Testamento proíbe, sob pena de condenação eterna. Isto prova que Deus nos deu sim, um novo “não adulterarás”, já que o primeiro não retratava a vontade absoluta de Deus, e sim, mera tolerância. Além disso, o Decálogo não fazia justiça às mulheres, dando-lhes o direito de também terem vários maridos simultaneamente. É óbvio que essa discriminação era mera adequação ao sistema Patriarcal de então, não retratando, pois, a vontade absoluta de Deus. Salta, portanto, aos olhos que o Antigo Testamento, do qual o Decálogo era parte integrante, era apenas a base de algo melhor que estava por vir: o Novo Testamento. Neste, Deus não dá às mulheres o direito de ter muitos cônjuges (visto que um erro não justifica o outro), mas tira do homem o poder fazê-lo. Ora, a permissão à poligamia, abrigada no Antigo Testamento, não tem, é claro, nada a ver com cerimônia. Logo, aqui está uma questão moral sendo tratada de uma maneira no Antigo Testamento, e de outra no Novo. E, sendo assim, revela ignorância teológica dizer que só os preceitos cerimoniais foram abolidos. Não! O erro de se poder ter muitas esposas e concubinas a um só tempo, erro este não corrigido pelo Decálogo, foi vedado no Novo Testamento. E aqui está uma prova de que o Novo Testamento difere do Antigo nas questões morais também. A permissão à poligamia é uma questão moral que sofreu solução de continuidade ao se estabelecer o Novo Testamento. O Novo é novo ou não é? Pense e responda a si mesmo.

5.2.2. Um “não matarás” diferente
      Temos também na Nova Aliança um novo “não matarás”. Deveras o “não matarás” do Novo Testamento é diferente do “não matarás” do Antigo Testamento. Na vigência da Lei de Moisés __ e no trato para com os patrícios da teocracia __ matar adúlteros, blasfemos, feiticeiros, idólatras, profanadores do sábado, etc., não era homicídio. Na vigência do Novo Testamento, porém, quem, em nome do Povo de Deus da atualidade, que é a Igreja, executar qualquer desses pecadores, estará cometendo assassinato e, portanto, pecando. Então, o nosso “não matarás” não permite o que o “não matarás” dos judeus permitia. Hoje, a punição dos criminosos é da competência exclusiva do Estado (Rm 13:1-7), e não da Igreja, já que esta, diferentemente de Israel, não é um Estado.
      Argumenta-se que, considerando que a Lei de Deus é santa, justa e boa, não há porque não apegarmos a ela em todas as Dispensações e Alianças. Mas esta alegação não nos demove, visto que às vezes Deus não legisla sobre um determinado assunto, para, deste modo __ creem renomados teólogos __ levar o homem a concluir por si mesmo que tal situação sobre a qual Ele se silenciou, não é o melhor para nós. É o caso da poligamia e do concubinato, que nunca foram ordenados por Deus, mas tolerados durante séculos, até que Deus deu um basta a essa permissividade, instituindo o Novo Testamento, como já aventado acima. A partir daí, ter mais de uma esposa, bem como mulheres secundárias (concubinas), sejam elas escravas ou cativas, como as tiveram Abraão, Jacó, Davi, etc., é, segundo a Nova Aliança, pecado (1Tm 3:2; 1Co 7:2). Logo, o nosso “não adulterarás” proíbe o que o “não adulterarás” dos judeus permitia, o que prova que Deus não transportou para o Novo Testamento, o “não adulterarás” da Lei, mas sim, que nos deu um novo “não adulterarás”, distinto e diferente do “não adulterarás” do Velho Testamento. Sim, distinto e diferente. Distinto, porque não é o mesmo, e diferente por que não é igual (perdoe-me esta redundância, que só exibe o óbvio).
       Nenhum mandamento dado no Velho Testamento foi transportado para o Novo.
       Muitos dos mandamentos da Velha Aliança foram abandonados na Nova, alguns estão repetidos, mas nenhum foi transportado para cá. Repito: “O Novo é novo”. Os preceitos do Novo Testamento existem independentemente de terem ou não constado do Antigo Testamento. Qualquer semelhança é mera coincidência. Uma coincidência óbvia, visto que as partes pactuantes são as mesmas: Deus e o homem. Mas, como se trata de um Novo Pacto, dessemelhanças eram esperáveis.
        Aos gálatas escreveu o apóstolo Paulo: “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses; agora, porém, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós” (Gl 4.8-11 - Versão Revisada). Nesta passagem, o apóstolo Paulo chama a observância de “dias, meses, tempos e anos”, de “rudimentos fracos e pobres” e declara não duvidar da perdição dos que a isso se apegam, quando afirma: “Estou receoso de haver trabalho em vão entre vocês” (Gl. 4.11). Aparentemente, este texto colide com Rm 14, onde o apóstolo Paulo deixa claro que ninguém se perde pelo simples fato de optar pela observância de um determinado dia, por cujo motivo isso não deve servir de pretexto para nos fracionarmos. Mas a verdade solene é que a Bíblia é um todo coerente, e este problema se resolve informando que os gálatas estavam se deixando levar pelos judaizantes que apresentavam estas coisas como tábuas de salvação. Este caso é similar ao que se deu em relação à circuncisão. Como já vimos, Paulo circuncidou Timóteo, mas repreendeu os gálatas por estarem se circuncidando; como também deixou claro que a guarda de um dia não é motivo de condenação, embora não negue que receava perder o trabalho que ele tivera quando levara o Evangelho à Galácia, por estarem agora os gálatas, que se diziam cristãos, guardando dias. O problema não estava na guarda do dia, mas na finalidade com que o guardavam.
        Em termos simples, o que Paulo disse aos gálatas foi o seguinte: “Quando vocês não conheciam a Deus, vocês serviam aos ídolos; mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como voltam a essas coisas primárias, fracas e pobres, às quais novamente querem servir? Vocês estão guardando dias, meses, tempos e anos, por julgarem estas coisas indispensáveis para salvação. Isto me faz ficar receoso de haver perdido todo o trabalho que eu tive para evangelizar e doutrinar a vocês, pois este procedimento leva á perdição”. Assim, podemos perceber que a guarda de um determinado dia (no caso, o sábado) pode não ser “uma simples infantilidade inofensiva praticada pelos adventistas”, como erroneamente supõem alguns evangélicos mal informados. O Sabatismo é perigoso, pois nada mais é que uma artimanha de Satanás para nos pôr a perder, embora já tenhamos deixado claro que estamos convictos de que nem todos os sabatistas são perdidos. Sim, há muitos adventistas inegavelmente salvos pelo sangue de Jesus. Estes carecem tão-somente de maior esclarecimento (At. 18.26).
        Os adventistas alegam que os dias que Paulo desaconselhou os gálatas a guardarem não são uma referência ao sábado semanal; mas o fato de o apóstolo Paulo não dar nome a esses dias, prova que o cristão não pode guardar dia algum, julgando-o indispensável à salvação.
        Satanás tudo faz para não fitarmos o Gólgota. Para isto ele usa recursos diversos, como a idolatria, a feitiçaria, o ateísmo, o materialismo, as orgias sexuais, a embriaguez, o paganismo, as vãs filosofias, etc. E inclusive, procura nos entreter com a guarda de um determinado dia e até mesmo com as boas obras. Estas, segundo a Bíblia, são importantíssimas, mas não podem salvar. Aquele que tenta se salvar através das boas obras, se perderá; e aquele que pensa que é salvo, mas não as faz, está enganando-se a si mesmo (Ef 2.8-l0; At l0 e 11; Tt 2.14; 2 Tm 1.9; Rm 11.6). Quem não faz boas obras, não esta salvo. Mas o tal não está perdido por não fazer boas obras, antes, não faz boas obras porque não está salvo. É que se ele estivesse salvo, as faria. Não as faria para se salvar, mas as faria por ser salvo. Ora, se até mesmo com as boas obras, às quais devemos nos dedicar de corpo e alma, não podemos nos entreter com prejuízo do Calvário, que será daqueles que, subestimando o precioso sangue de Jesus, se entretêm com obras obsoletas, caducadas na Cruz, como é o caso da guarda do sábado? Pensem nisso e repensem, os adventistas sinceros! Sabemos que muitos sabatistas não barganharam a cruz de Cristo pelo sábado, mas o apreço a este mandamento que caducou no Gólgota pode torná-los presas fáceis do engodo satânico. Cuidado! Afastem-se desse abismo! A queda será fatal!
        Em Cl 2.16-17, podemos ler o que se segue: “Ninguém pois vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo”. Esta passagem bíblica deveria ser mais que suficiente para provar que os cristãos não precisam guardar o sábado, pois diz textualmente que os sábados e outros preceitos como lua nova, dias de festa, etc. eram sombras (ou tipos) das realidades vividas hoje por nós, no Novo Testamento. Mas os adventistas “refutam” a este argumento, dizendo na obra intitulada Estudos Bíblicos, editada pela CPB, p. 378, que os sábados aí mencionados não são os sábados semanais, e sim, as festas anuais do Judaísmo, como a páscoa, o pentecostes, o jubileu. Mas eles precisam atentar para o fato de que se assim fosse, nenhuma necessidade haveria de o apóstolo Paulo dizer que ninguém pode nos condenar, por não estarmos observando os dias de festa e os sábados. Observemos que o apóstolo diz que ninguém pode nos julgar pelo que comemos ou deixamos de comer, pelo que bebemos ou deixamos de beber, por causa dos dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados. Logo, as festas e os sábados sãos distintos, ou seja, uma coisa não é a outra. E se são coisas distintas (embora seja verdade que as festas ou solenidades judaicas são chamadas de sábados, no original hebraico), os sábados aqui referidos por Paulo são, necessariamente, os sábados semanais.
        Os adventistas “respondem” a este argumento dizendo que “a lua nova também era dia de festa, e, não obstante, o apóstolo destacou os dias de festa da luz nova”. Querem dizer com isso que “assim como a lua nova era um dia de festa como os demais dias festivos, mas o apóstolo a destacou dos demais, também os sábados mencionados em Cl 2.16 são as festas judaicas, não obstante estarem destacados dos demais dias festivos”. Alegam que se trata duma repetição, para reforçar a ideia. Por que a interpretação tem que ser essa? Essa “hermenêutica” é a única admissível?.
        A razão pela qual Paulo destaca a lua nova dos demais dias festivos é porque as solenidades da lua nova se concretizavam todos os meses do ano. Ora, por mais solene que seja, algo que se faz todos os meses não pode ser considerado festa, no sentido pleno da palavra. Todos os assembleianos estão convictos que a festa magna do Cristianismo é a Santa Ceia do Senhor. Não obstante, se o leitor for a um de nossos templos em dia de Santa Ceia e nos perguntar: “Há festa hoje?” nós lhe responderemos: “Não”. Embora em seguida o pastor possa anunciar do púlpito: “Hoje estamos celebrando a maior festa do Cristianismo, a saber, a Ceia do Senhor, a qual tem por finalidade fazer com que não olvidemos do que o nosso Redentor fez por nós na cruz!”. E não há em tudo isso nenhuma contradição. Além disso, cada culto é, a bem dizer, uma festa, apesar de não sê-lo em algum sentido desta palavra. Sim, a Santa Ceia do Senhor é uma solenidade estupenda, mas como a celebramos amiúdadamente, isto é, duas vezes por mês, não a chamamos de festa, exceto quando queremos salientar a sua importância.
        Como já está claro, os sábados são chamados de sombras dos bens futuros. Os sabatistas concordam que tudo quanto era sombra foi abolido por Cristo. Este é o motivo pelo qual também não se circuncidam, não observam o ano sabático, não sacrificam animais a Deus, e assim por diante. Ora, só lhes falta agora abrirem mão do sábado semanal, e do cardápio judaico, já que, segundo a Bíblia, as prescrições a respeito das comidas, bebidas... e dos sábados, também são sombras dos bens futuros, isto é, tipos, que caducaram quando os seus antítipos chegaram.
        Os sabatistas alegam que o sábado semanal não pode ser sombra, pois foi estabelecido antes da entrada do pecado no mundo (Gn 2.2-3). Quanto a isso, porém, eles necessitam atentar para três coisas:
Primeira: Que os sábados eram sombras, é a Bíblia que o diz textualmente, e, portanto, não se trata de uma inferência ou dedução que possa ser julgada pelos nossos interlocutores. A Bíblia dá, ou não, a ultima Palavra? Estamos sendo norteados pela Bíblia ou pelas nossas próprias razões?
Segunda: Talvez o sábado não tenha sido sombra inicialmente, mas, sem duvida, foi integrado ao conjunto de normas constituintes do Pacto firmado entre Deus e os judeus, como sombra; e é a Bíblia que o diz. Podemos refutar ao que está claramente exarado nas páginas do Livro dos livros?
Terceira: Onde está escrito que Deus não poderia instituir uma sombra dos bens futuros, antes da entrada do pecado no mundo? Os que respondem dizendo que não está escrito, mas é óbvio, certamente ignoram que Deus é presciente, previdente, e providente. A Bíblia, porém, deixa claro que a entrada do pecado no mundo não pegou Deus de surpresa e desprevenido; senão, examine estas referências bíblicas: 2 Tm 1.9; Ef 1.4; 1 Pe l.2; Ap 13.8; 17.8; Is 46.l0; etc..
        A maneira paulina de listar os dias de festa, a lua nova e os sábados é antiga, pois consta do Velho Testamento. Para provar isso, transcrevo 1Cr. 23.31; 2Cr 31.3 e Is 1.13-14, respectivamente: “E oferecerem continuamente perante o Senhor todos os holocaustos, nos sábados, nas luas novas e nas festas fixas, segundo o número ordenado”; “A contribuição da fazenda do rei foi designada para os holocaustos: os holocaustos da manhã e da tarde, os holocaustos dos sábados, das luas novas e das festas fixas, como está escrito na Lei do senhor”; “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembleias... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer”.
        Como se pode ver, lendo as transcrições acima, a lua nova, embora sendo também um dia solene entre os judeus, sempre foi destacada das festas fixas. Paulo não foi o primeiro a usar este critério, e um razoável motivo para as coisas serem assim é o fato de que se tratava duma solenidade que se concretizava amiudadamente: era um cerimonial mensal.
        Geralmente, os adventistas argumentam dizendo que o fato de, no texto em questão, o vocábulo sábado estar grafado no plural, prova que não se trata do sábado semanal, e sim das festas judaicas. Por exemplo, Alejandro Bullón, sem dúvida um dos maiores líderes dos adventistas, “explicando” este trecho, disse: “Porém, aqui, está falando dos sábados, no plural, e também se mencionam os dias de festa e de lua nova, que são ‘sombras das coisas que haviam de vir’. Tudo forma parte das cerimônias de Israel, mas em momento nenhum se mencionam os Dez Mandamentos” (Alejandro Bullón. A Única Esperança. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1 Ed., 33ª impressão, 2014, p. 44. Grifo nosso). Ora, esse argumento é fraquíssimo. Custa-me crer no que estou vendo. Ora, até hoje pronunciamos os dias da semana no plural, em frases como estas: “O programa tal irá ao ar aos sábados, das 15:00h às 16:00h”; “Sempre estaremos aqui aos domingos pela manhã”; “O Dr. Fulano atende no hospital tal, às quartas-feiras”.
        Uma pergunta que certamente ajudará os adventistas a enxergarem que realmente os sábados de Cl 2.16 são semanais, é: Como um sacerdote do Velho Testamento, séculos antes do nascimento de Cristo, interpretava 1Cr 23.31? Ele tinha que saber o certo, pois era ele quem tinha a incumbência de oferecer os sacrifícios ali prescritos, segundo o número ordenado. Será que ele não estaria equivocado se não oferecesse os holocaustos dos sábados semanais por achar que os sábados, nesse caso, eram as festas fixas e as luas novas? Pensem nisso os adventistas sinceros! Se o leitor perguntar aos rabinos se os sábados de 1Cr 23.31 são semanais, seguramente dirão que sim. E creio piamente que se esta pergunta fosse formulada aos mais piedosos sacerdotes, alguns séculos antes do nascimento de Jesus, todos eles diriam o mesmo. Não é possível chegar-se a uma conclusão contrária. Eu duvidaríamos da sinceridade daqueles que dissessem que, nas suas opiniões, os sábados de 1Cr 23.31 não são semanais. E se em 1Cr. 23.31, os sábados são semanais, então os de Cl 2.16 também o são. E se são, os sábados semanais eram sombras; e, se eram sombras, passaram-se.
        Creio que a Bíblia deixou claro para todos nós que o sábado era sombra, e se era sombra, morreu na cruz, foi sepultado no pentecostes e jamais ressuscitou. Os sabatistas tentam reanimá-lo, mas ele não reage. Mas, como o amam apaixonadamente, preferem velá-lo a sepultá-lo. Mas, este livro tem por objetivo encorajá-los a sepultar esse defunto que já foi velado em demasia.

        Em 2Co. 3.6-16 podemos ler o que se segue: “O qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica”. E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.
    Tendo, pois, tal esperança, usamos de muito ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o véu se tirará” (Edição Revista e Corrigida).
        No texto acima transcrito, o Decálogo é chamado de “ministério da morte” (7a) e de “ministério da condenação” (9a); enquanto que o Novo Testamento é chamado de “ministério do Espírito” (8) e de “ministério da justiça” (9b). Do Decálogo se diz que “veio em glória” (7) e do Novo Testamento se afirma que “é de maior glória” (8) e que “excederá em glória” (9b). Do Decálogo se diz que “era transitório” (11a; 13b; 7b), isto é, estava de passagem, ou seja, era provisório; e do Novo Testamento se diz “que permanece” (11b).
        Esta porção das Escrituras Sagradas deixa os adventistas num beco sem saída. Sempre que se lhes mostra que a Lei foi abolida por Cristo, eles alegam que “não se trata da Lei de Deus, da qual o Decálogo é um resumo; e sim, da Lei de Moisés, cujos preceitos são cerimoniais, e, portanto, sombras das realidades que estavam porvir”. Mas agora, eles não podem dizer isto, visto que neste trecho da Bíblia o apóstolo Paulo fala exatamente do Decálogo. Sim, é o Decálogo que o apóstolo Paulo chama de “ministério da morte”, “ministério da condenação” e afirma que ele era “transitório”, isto é, ele não veio para ficar. Os seus dias estavam contados. Seu fim se aproximava a passos galopantes.
        Está mesmo o apóstolo Paulo falando aqui do Decálogo? Claro que sim, visto que ele, ao falar a respeito do “ministério da morte”, acrescentou que o mesmo foi “gravado com letras em pedras” (7a). Ora, o que foi “gravado com letras em pedras” a não ser o Decálogo?
        Muitos creem que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras” refere-se a uma “cópia da Lei de Moisés, a qual este escrevera” (Js 8.32). Esta conclusão, porém, é precipitada, pois está claro que são os Dez Mandamentos que constituem o que o apóstolo Paulo chama de “o ministério da morte”, porquanto, 2Co 3.7 refere-se não ao tempo de Josué e, sim, ao tempo de Moisés. 2Co. 3.7 diz claramente: “E se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória...” (grifo nosso).
        Sempre que se mostra este trecho aos adventistas, eles tentam sair dessa situação embaraçosa citando Jr 31.31-32, que diz: “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto, com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.” (Grifo nosso, Versão Revisada).
        Certo adventista apresentou o seguinte argumento: “A palavra original, traduzida em 2Co 3.7 por ‘transitória’, pode ser traduzida também por ‘abolida’; Isto significa que os judeus, por causa da sua desobediência, estavam invalidando ou abolindo a Lei, isto é, estavam tornando-a sem efeito em suas vidas, visto que ela só é eficaz na vida daquele que a obedece. É disto que Paulo estava falando”. Este argumento, aparentemente sólido, só serve para revelar o desespero daqueles que, embora sabendo que o erro não presta, não querem abandoná-lo, por estarem apaixonados pelo mesmo. Senão, raciocinemos: Se o motivo pelo qual o apóstolo Paulo disse que o Decálogo era transitório, fosse porque havia alguém transgredindo-o, ele não poderia contrastá-lo com o Novo Testamento, afirmando que este, ao contrario daquele, permanece; visto que o Novo Testamento é transgredido pela grande maioria da humanidade. Se o Decálogo era transitório, porque não estava sendo obedecido por alguém, o Novo Testamento transitório é, já que a maioria esmagadora não o vive também. E, como sabemos, o Novo Testamento também só é eficaz na vida daquele que o aceita. Há até mesmo não poucos falsos cristãos fingindo aceitá-lo.
        Concordo plenamente que o original grego traduzido na ARC por “era transitório” pode ser traduzido por “estava sendo abolido”; mas a “explicação” que os adventistas dão desta passagem bíblica, não resiste a um confronto com a Bíblia.
        O trecho bíblico que estamos analisando neste tópico (a saber, 2Co 3.6-16) pode, por si só, dirimir as dúvidas dum inquiridor sincero, pois diz sem rodeios que o Decálogo era transitório, ou seja, estava sendo abolido, e que finalmente sucumbiu no Gólgota.
        Quando a Bíblia diz que o Decálogo “estava sendo abolido”, quer dizer com isso que a Lei estava destinada a expirar no Calvário e que, portanto, a partir do momento em que ela veio à existência, seu fim se aproximava a cada minuto que passava.
        Por dizer a Bíblia que o Decálogo (ou seja, os Dez Mandamentos, como já explicamos nas páginas anteriores) era transitório, a guarda do sábado semanal transitória era, pois, como sabemos, a ordem para se guardar o sábado é o quarto mandamento do Decálogo.
       Os adventistas alegam que se o Decálogo tivesse sido abolido, poderíamos matar, furtar, adulterar, tomar o nome de Deus em vão, adorar ídolos, desobedecer aos pais, mentir, caluniar, etc., visto que, não havendo Lei, não pode haver pecado, já que o pecado é a transgressão da Lei (Rm 4.14). Mas eles precisam saber de três coisas: Primeira. Os ímpios, para quem a Lei foi feita, continuam sendo contemplados por Deus “à base da Lei e os juízos que por ela resultam”. Sim, pois 1Tm 1.9-10 diz: “Sabendo isto: que a Lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para o mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina”; Segunda. A “Lei de Cristo” (1Co 9.21), sob a qual está a Igreja, proíbe a prática dessas coisas. Os cristãos não se prostituem em obediência ao Pacto de Deus com os judeus, e sim, em obediência à Nova Aliança celebrada entre Cristo e a Igreja (1Co 9.21; Hb 12.24). Além disso, a Lei de Cristo está plasmada na alma do cristão, tornando-se mais um princípio do que um conjunto de normas. Terceira. O homem não é pecador só porque peca, mas também, peca porque é pecador. Somos pecadores por natureza. Temos o pecado original, isto é, a natureza pecaminosa hereditária. Somos pecadores inatos. E, isto posto, com Decálogo ou sem ele, somos sempre pecadores necessitados da cruz de Cristo. O pecado nos acompanha, nos rodeia e nos macula desde a queda de nossos primeiros pais, independentemente de qualquer coisa. Quarta. Já que a Lei não existe para o Cristão, e sim para os ímpios, quando um ímpio se converte à fé cristã, deixa, concomitantemente, de ser contemplado por Deus à base da Lei e dos juízos que dela decorrem; e passa, automaticamente, a estar sob as cláusulas do Novo Pacto que ele e Cristo firmam no ato da sua conversão. Quinta. É digno de nota que todos os Mandamentos do Decálogo estão repetidos no Novo Testamento, exceto o sábado; e este fato não pode passar por desapercebido. Sim, este fato é forte indício de que a santificação do sábado era sombra dos bens futuros, e não um mandamento vinculado apenas à moralidade. Doutro modo, como explicar esta omissão? Será que o Cânon Neotestamentário é vítima de algum lapso apostólico? Mas sendo ou não a guarda do sábado uma questão unicamente moral, isso não vem à baila no momento. Por ora nos basta sabermos que estamos no Novo Testamento e que o mesmo não comporta este preceito. Esta observação é importante, porque, entre outras razões, o fato de um mandamento do Antigo Pacto não constar do Novo não constitui prova de que o mesmo era cerimonial, já que algumas questões morais do Velho Pacto se encontram sob nova economia no Acordo que Cristo firmou com a Igreja. Um dos exemplos disso, é a aquiescência à poligamia __ que foi consentida por Deus ao longo de quatro (?) milênios __, mas que, não obstante, no Novo Testamento recebe tolerância zero.
                                                                         ***
       Voltaremos a ver esta e outras questões similares, no próximo capítulo.
        Em Rm 7. 4-7, o apóstolo Paulo escreveu: “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos a fim de que demos frutos para Deus. Porque quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela Lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos, para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.
        Que diremos, pois? É a Lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei, porque eu não conheceria a concupiscência se a Lei não dissesse: ‘Não cobiçarás’ ” (ALMEIDA REVISTA E CORRIGIDA - grifos nossos).
    Este trecho das Escrituras Sagradas nos assegura que estamos livres da lei. E o que a Bíblia quer nos dizer com isto? Nada?! E qual é a Lei da qual estamos livres? Os sabatistas, com os quais dialoguei sobre isso, responderam a essas perguntas de diversas maneiras. As respostas mais comuns foram as seguintes:“Não se trata da Lei de Deus, e sim, da Lei de Moisés”. Mas o fato de o apóstolo Paulo citar um mandamento do Decálogo no versículo sete, prova cabalmente que ele estava se referindo aos Dez Mandamentos, ou seja, ao que os adventistas do sétimo dia chamam de Lei de Deus. Paulo não poderia mencionar um preceito do Decálogo no versículo sete, para corroborar o raciocínio que ele vinha desenvolvendo, se no contexto o vocábulo “lei” não fosse uma referência a todo o Pentateuco, sem exceção; e, em particular, ao Decálogo. Sim, não poderia, pois lhe faltaria coerência. Se a Lei, que, segundo Paulo comentou no versículo sete proíbe a cobiça, não fosse a mesma mencionada nos versículos anteriores, a citação deste mandamento moral seria um “corpo estranho” dentro do texto em apreço. Assim sendo, a Lei da qual estamos livres é, sem dúvida alguma, todos os mandamentos morais, sanitários e cerimoniais do Pacto de Deus com os judeus. E como a ordem para se observar o sábado semanal é parte integrante daquele Pacto, os cristãos estão livres desse jugo também. Exceto se este mandamento estivesse repetido no Novo Testamento.
          Alguns adventistas dizem ainda que “’livres da Lei’ diz respeito à absolvição da condenação que pesava sobre nós, a qual foi removida por termos recebido a Cristo”. Porém, à luz da Bíblia, os “livres da Lei” estão libertos não só da condenação da Lei, mas também da obediência à Lei. Doutro modo teríamos que sacrificar animais a Iavé até hoje.

        O quarto mandamento do Decálogo era moral e cerimonial ao mesmo tempo. O lado moral deste mandamento é a necessidade que todos temos de descansarmos periodicamente, para recuperarmos os desgastes do labor da vida. E o lado cerimonial é o fato desse descanso ter que ocorrer precisamente no sétimo dia da semana. Por que no sétimo? Se descansarmos ás quartas-feiras, não estaremos também nos repousando um dia, a cada sete?
        A necessidade de cessarmos nossas atividades seculares pelo menos um dia por semana para, entre outras coisas, intensificarmos a adoração a Deus, é um princípio moral que, sem dúvida, está de pé. O cristão só não tem é a letra desse mandamento, pois além de constar de uma lei que a cruz de Cristo tornou obsoleta, não consta da Nova Aliança. Assim sendo, sempre que for possível, paremos com os nossos afazeres e rendamos culto ao nosso grande Deus. E ao fazermos isto, se possível, optemos pelo primeiro dia da semana, para comemorarmos a maravilha incomparavelmente superior à criação do Universo, a maravilha da ressurreição de Cristo, a qual nos justifica para com Deus (Rm 4.25). É evidente que o Deus que “descansou” com a conclusão da criação do Universo, “descansa” muito mais com o episódio que nos justifica para consigo; e assim sendo, é justo que façamos festa, ombreando-O nas comemorações. Porém, não nos sobrecarreguemos de regrinhas, transformando o domingo numa espécie de sábado. Lembremos que o Novo Testamento não manda guardar dia algum. O primeiro dia da semana tornou-se conhecido entre os cristãos pelo nome de “dia do Senhor”, porque os cristãos o observavam, e não por determinação divina.
        Como eu já disse, permanece de pé o princípio moral de se descansar amiudadamente; mas, como já salientei, não precisamos nos atazanar, caso isso fuja das nossas possibilidades, pois este tema não possui valor salvífico. Sim, pois como todos sabemos, precisamos não só de descanso semanal, mas diário também. Não obstante, já trabalhei 35 horas consecutivas, e o fiz sem nenhum peso de consciência, pois eu sabia que estava respaldado pela Bíblia (1Ts 2.9; 2T 3.8).
        Ora, assim como é certo e salutar dormirmos pelo menos 8 horas a cada 24 horas, mas, se por uma razão qualquer isso não for possível, Deus não nos condenará por isso, se por um motivo qualquer, não nos for possível cultivarmos o merecido repouso semanal, não nos deixemos abater. Lembremo-nos que temos algo incomparavelmente superior ao descanso semanal, a saber, o descanso espiritual (do qual o sábado semanal era uma sombra, (Cl 2.16-17) nos braços eternos e onipotentes de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt 11.28). Este é o verdadeiro sábado e é ininterrupto.
        Afirmamos repetidas vezes que o Novo Testamento não manda guardar dia algum. Porém, sabemos que alguém poderá objetar, alegando que em Ap. 1.10 consta “O dia do Senhor”. “Que dia era esse? Precisamos saber”, dirá alguém, “pois está claro que o Senhor ainda tem um dia”. A resposta a esta alegação é que como já vimos, a Bíblia mostra que os cristãos do século I tinham predileção pelo primeiro dia da semana (At 20.6,7, 1Co 16.2); e a História Eclesiástica deixa claro que nos séculos II e III os cristãos tinham como dia de guarda o domingo, ou seja, o primeiro dia da semana. É oportuno relembrarmos que eles o faziam impulsionados pelo Espírito Santo, e não em obediência a uma lei escrita. Sim, o Novo Testamento não registra este mandamento.
        Pois bem, Ap 1.10 se explica assim: De tanto os cristãos primitivos se reunirem no primeiro dia da semana, se convencionou entre eles identificar este dia com uma nomenclatura especial. E o nome dado foi “Dia do Senhor”. João chamou este dia de “Dia do Senhor” apenas porque este era o nome pelo qual este dia era conhecido.
        Etimologicamente, o significado do vocábulo “domingo”, é “dia do Senhor”. E nós, embora sabedores disso, chamamos o primeiro dia da semana de domingo, apenas para identificá-lo, pois como já está claro, o consideramos como um dia qualquer. E, certamente, João o fez pela mesma razão.
        Segundo a História Universal, o imperador Constantino sancionou o primeiro dia da semana como dia santo. Os adventistas argumentam à “base” disso que os cristãos verdadeiros observavam o último dia semanal, ou seja, o sábado, mas Constantino impôs o domingo. Porém, se examinarmos a Bíblia e a História com honestidade, veremos que os cristãos já vinham observando o domingo desde o século I; e que, Constantino, querendo agradar aos cristãos, transformou isso em lei, legalizando assim, o que os cristãos já vinham fazendo, mesmo sem uma lei que os amparasse.
     Gosto de me apoiar unicamente nas páginas da Bíblia. Mas, como os sabatistas se julgam respaldados pela História Universal, ao guardarem o sábado, informo que, pelo contrário, a História mostra claramente que os cristãos dos séculos II e III observavam o domingo antes de Constantino sancioná-lo. São muitos os registros, mas neste livro transcrevo apenas um: Disse Justino Mártir: “Mas o domingo é o dia em que todos temos a nossa reunião comum, porque é o primeiro dia da semana e Jesus Cristo, Nosso Salvador, neste mesmo dia ressuscitou da morte” (Raimundo F. de Oliveira. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos, CPAD, p. 73).
       É oportuno registrar que Constantino não passou para a História como perseguidor dos cristãos, mas sim, como o homem que proclamou o Edito de Milão, o qual pôs fim às perseguições à Igreja. Isto faz saltar à vista, que a oficialização do domingo visava agradar aos cristãos, e não contrariá-los. E, sendo assim, era isso mesmo que os cristãos queriam. Logo, a observância do domingo não foi imposta por Constantino, mas aprovada e formalizada por ele. Ou seja, a partir de Constantino, os cristãos passaram a ter o respaldo da lei romana, para o que eles já observavam por iniciativa própria, na informalidade.
      Is 66.23 diz que “ de uma festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR” (Almeida Atualizada, grifo nosso). Geralmente, os adventistas se servem deste versículo para “provarem” que o sábado será observado até mesmo na Nova Terra, ou seja, na eternidade, o que, segundo eles, é evidência de que o sábado é um mandamento eterno. Mas, o que este texto está dizendo é que na eternidade a adoração será ininterrupta, e nada mais. Doutro modo teríamos que observar a Lua Nova também, visto que o texto em questão afirma de igual modo que os adoradores adorarão de “uma Festa da Lua Nova à outra”.A Bíblia diz, por exemplo, que os perdidos serão atormentados de dia e de noite (Ap 20. 10). Entretanto, disso não podemos inferir que vá existir dia e noite no inferno. Todos entendemos que, neste caso, o trecho bíblico em pauta está apenas dizendo que o tormento será contínuo.


       Os sabatistas às vezes demonstram reconhecer que o sábado semanal era sombra, isto é, um cerimonial. Isto, porque eles “confessam” textualmente que fervorosos cristãos do passado que não guardavam o sábado, como os hussitas, os huguenotes, os puritanos... eram nossos irmãos em Cristo. Os adventistas alegam que “eles eram nossos irmãos, não obstante não guardarem o sábado, pois negligenciavam este mandamento por ignorância, e não por maldade”. Sobre esta mesma base, os adventistas dizem que reconhecem como irmãos em Cristo, os evangélicos que, por falta de maior conhecimentos da Palavra, não guardam o sábado. Mas será que os adventistas nos reconheceriam como evangélicos de fato, nascidos de novo, seus irmãos em Cristo, se fôssemos idólatras, adúlteros, feiticeiros e daí por diante, “por falta de maior esclarecimento”? Já provaram que não, pois eles não reconhecem os espíritas e outros como nascidos de novo. E isto prova, segundo nos parece, que das duas uma: ou fingem reconhecer-nos como cristãos ou não consideram o quarto mandamento do Decálogo, em pé de igualdade com os demais. Das três, uma: Ou os sabatistas têm dúvidas quanto a se a inobservância do sábado leva ou não ao inferno, ou não são unânimes quanto a isso, ou são hipócritas. Se não, então por que às vezes nos chamam de irmãos e às vezes nos lançam no inferno? Antes de elaborarmos estas linhas, um irmão em Cristo disse-me: “Irmão Joel... um adventista me convidou para ir à sua igreja. Quando lá cheguei, assisti a uma peça, segundo a qual os guardadores do sábado entraram no Paraíso e os guardadores do domingo foram lançados no inferno”.
        Um dos meus alunos disse-me que ao perguntar a um adventista se ele iria para o inferno se não guardasse o sábado, obteve a seguinte resposta: “Agora você já não é mais inocente, pois já lhe mostrei dentro da Bíblia que é da vontade de Deus que observemos o sábado. Portanto, se você continuar a transgredir este mandamento, irá sim para o inferno”.
Esse radicalismo, próprio dos adventistas típicos, é, pois, encontrado com frequência até na alta liderança dos adventistas. Por exemplo, o já citado “pastor” Alejandro Bullón, disse: “A questão não é simplesmente se... devo ou não devo guardar o domingo... O assunto é muito sério. É uma questão de vida ou morte, de salvação ou perdição”. (Lourenço Gonçales Silva. Assim Diz o Senhor, p. 5, 1986, edição do autor). E na p. 376 deste mesmo livro, o seu autor fez constar: “‘Nós cremos que Deus, na sua infinita sabedoria, viu com clarividência, ao fazer do sábado a grande prova de lealdade a Ele nestes últimos dias; e que antes de terminar o tempo da graça para os habitantes do mundo, estes receberão o conhecimento desta verdade e terão de tomar a sua decisão eterna’” (O grifo não é nosso). Veja mais este exemplo: “Ninguém pode dizer que acredita em Deus como Criador se não aceita o sábado. Também não pode afirmar que aceita Jesus como seu Redentor se não aceita o sábado” (Alejandro Bullón. A Única Esperança. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1 Ed., 33ª impressão, 2014, p. 35. Grifo nosso).
        Como já vimos, esta postura intransigente, que caracteriza a maioria dos adventistas do sétimo dia, não se harmoniza com Rm 14. E pior do que não transigir quanto à guarda do sábado, é ser hipócrita, adjetivo este frequentemente encontrado nos adventistas, os quais nos chamam de irmãos, nos dão tapinhas nas costas, e outras mais, objetivando nos “arrancar da babilônia”, fazendo assim mais uma vítima do engodo que os vitimou.
                                                                    ***
        Que os adventistas compreendam que o Velho Pacto morreu no Gólgota e que o Novo Concerto vive para sempre! Oxalá, os adventistas troquem a hemorolatria (adoração do dia) que eles sabadolatricamente tributam ao sétimo dia da semana, pela Teolatria, isto é, pela adoração a Deus! Que eles parem de sabadear os evangélicos e se dediquem ao genuíno ensino bíblico. Que eles, ao invés de guardarem este ou aquele outro dia, guardem o contato com o nosso Amável Salvador e Benfeitor Jesus Cristo, Autor da Nova Aliança, que jamais envelhecerá, a qual não manda guardar dia algum, mas sim, a fé, a única medianeira da graça salvadora que há em Cristo Jesus, nosso Senhor.




O CARDÁPIO ADVENTISTA



       Os adventistas do sétimo dia, além de crerem que os cristãos têm restrições alimentar prescritas por Deus, asseveram que a observância de tal dieta é condição sine qua non para a salvação. Senão, vejamos.

I. As dispensações: eis o porquê dos vários cardápios divinos
      Neste capítulo, pretendo provar, que embora saibamos que antes da entrada do pecado no mundo, ao homem foi dada a ordem de se alimentar só de vegetais: “... Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente: ser-vos-ão para mantimento” (Gn 1.29), mais tarde o próprio Deus deu a seguinte contra-ordem: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento...” (Gn 9.3a). Este novo mandamento era para Noé e sua família (esposa, filhos, noras, netos, etc.). Logo, Noé e seus familiares não tinham por que observar nenhuma restrição alimentar quanto ao consumo de carne, até que Deus ditasse o que consta de Lv 11 e outros textos correlatos. Além disso, há aqui outros pontos dignos de nossa atenção. Vejamo-los: 1º) estes textos (refiro-me a Lv 11 e demais textos correlatos, que estabelecem o cardápio dos judeus) não eram um retorno a Gn 1.29, já que este texto proibia o consumo de todas as carnes, enquanto aquele (refiro-me a Lv 11) só proibia algumas carnes; 2º) era uma ordem dada aos judeus, milênios após a criação do homem, a saber, quando a Lei veio, muitos séculos após Abraão (Gl 3.17). E, sendo assim, os demais descendentes de Noé (no caso, as outras nações) não estavam sujeitos a isso; 3º) uma das muitas provas bíblicas de que algumas das restrições feitas aos judeus, não eram extensivas aos outros povos, é o que consta de Dt 14. 21, que diz: “Não comerás nenhum animal que tenha morrido por si; ao peregrino que está dentro das tuas portas o darás a comer, ou o venderás ao estrangeiro...” (Grifo nosso). Aqui, Deus proíbe os judeus de comerem um animal que não tenha sido morto pelo homem, mas os manda doá-lo ao peregrino ou vendê-lo a um estrangeiro. Estaria Deus autorizando os judeus a induzir os estrangeiros ao pecado? De modo nenhum. Este caso é similar ao dos nazireus, que não podiam comer uvas: (...”nem uvas secas ou frescas comerá” [Nm 6: 3b]). Esta proibição não era para todos os israelitas, mas apenas para aqueles que, dentre os judeus, fizessem o voto de nazireu (consagrado), e enquanto o dito voto durasse. Logo, alguns mandamentos eram só para os judeus. E, como se não bastasse, havia alguns mandamentos que eram só para alguns dos judeus; 4º) ninguém deve estranhar o fato de o imutável Deus estabelecer para Adão uma dieta à base de vegetais; depois, mandar Noé e os seus comer todas as carnes; posteriormente, proibir algumas carnes aos judeus; e, atualmente, voltar a nos dizer o mesmo que dissera a Noé: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento... , como o veremos abaixo. Sim, pois o Deus da Bíblia é assim mesmo. Só os que ignoram que há várias Dispensações, bem como diversos Pactos (com Adão, com Noé, com Abraão, com os judeus, com Davi e com a Igreja), se surpreendem com isso. Realmente, conforme Deus firma com o homem um Novo Pacto, coisas que haviam sido proibidas antes, podem ser liberadas e vice-versa. E até mesmo um mandamento nunca dado antes, pode tornar-se lei. Veja os exemplos abaixo:

·         Deus proibiu matar Caim (Gn 4.15), mas mandou Noé executar os assassinos (9:6). Isto significa que se Caim fosse contemporâneo de Noé, a lei de talião lhe teria sido aplicada por ordem divina. Mas, como ele vivera noutra Dispensação, não foi devidamente justiçado;

·         Jacó casou com a sua cunhada (Gn 29.21-31); mais tarde, porém, isso foi proibido aos judeus (Lv 18.18);

·         Todos os que leem a Bíblia sabem que Abraão se casou com sua meio-irmã (Gn 20.12), o que, porém, não se permitiu aos judeus (Lv 18.11).

  • Abraão, Jacó e tantos outros servos de Deus, que viveram antes e durante a vigência do Antigo Testamento, além de serem bígamos e polígamos, se relacionavam sexualmente com suas criadas (Gn 16.4; 29.32 – 30.24). Hoje, porém, não se proíbe apenas o concubinato, mas se estabelece como Lei, sob pena de condenação eterna, a monogamia. Por que Deus permitiu no Antigo Testamento algumas coisas que Ele não permite hoje? Não posso tratar deste assunto aqui, pois o mesmo foge ao escopo deste livro. Por ora quero apenas observar que a nossa responsabilidade e obrigações diante de Deus mudam de uma Dispensação para outra. Ademais, por razões não reveladas, Deus nunca proibiu o homem de fazer todas as coisas erradas. Até hoje, algumas coisas erradas são toleradas. Por exemplo, Deus nunca proibiu os seus servos de terem escravos. Abraão, Jacó e outros servos do Senhor, os tiveram (Gn 22.3; 32.5). O Novo Testamento exige que os senhores sejam humanos para com seus escravos (Ef 6.9), o que implica em permissão para tê-los. Ora, todo o mundo sabe que a escravidão não é boa coisa. Por mais que o amo seja humano, ser amo é ser desumano. Isto significa que aquele crente que paga um salário miserável aos seus empregados, embora esteja errado, e precise mudar quanto a isso, não podemos tachá-lo de filho do diabo por isso, já que se ele pode até possuir escravos, remunerar mal as mãos-de-obra a seu serviço seria, dos males, o menor. Logo, Deus ainda nos tolera até hoje;

  • Havia fervorosos servos de Deus antes de Abraão (Abel, Enoque, Noé ... ), mas só a partir deste patriarca, que a circuncisão entrou em vigor, como mandamento de Deus (Gn 17 9 – 27). Ademais, a Melquisedeque e a outros servos de Deus contemporâneos de Abraão, não encontramos Deus dando a mesma ordem. A circuncisão era só para Abraão, seus descendentes e os seus servos (Gn 17.27). Abraão era, portanto, de um Novo Testamento. Sim, em relação ao Pacto de Deus com Noé, Abraão viveu uma espécie de Novo Testamento, tendo, pois, um dever que os que o precederam __ Abel, Sete, Enoque, Noé...__ não tinham: a circuncisão. Aliás, até mesmo alguns de seus contemporâneos, como, por exemplo, Melquisedeque e os seus súditos, estavam sob outra Aliança;

  • Dissemos e provamos que Abraão era de um Novo Testamento. E o mesmo podemos dizer de Moisés e seus liderados. Estes também receberam mandamentos que nenhum servo de Deus havia recebido antes. A nenhum de Seus servos que viveram antes do êxodo de Israel do Egito, mandou Deus observar o Ano Sabático, o Jubileu, o Dia da Expiação, etc. Logo, Moisés e os demais que com ele saíram do Egito também viveram numa espécie de Novo Testamento. De certo modo, Moisés também podia dizer: “Abrão era do Velho Testamento, Noé do Velhíssimo, e Abel, dum Testamento inominável, anterior ao Velhíssimo, e nós, tirados por Deus do Egito, do Novo.”. Sim, Moisés, Josué, Isaías, Jeremias... eram do que então podiam chamar de Novo Testamento.
                                                                            ***
II. As divisões da Lei: um recurso humano
      Dividir a Lei em moral, sanitária, cerimonial, etc., não é errado, se o fazemos com conhecimento de causa e para fins de estudo, e não para ludibriar os incautos por intermédio desse “malabarismo”. Informemos aos nossos educandos que este recurso é humano e não divino.

III. Os cristãos não têm um cardápio especial
       Mesmo sendo a dieta judaica da qual trata Lv. 11, uma Lei sanitária, o certo é que os cristãos não estão sujeitos a esse cardápio, pois Rm 14.1-3 diz claramente que estamos livres para comermos de tudo, e que aquele que acha que o cristão deve comer só legumes, é fraco. Na Versão Revisada, Rm 14.2 está traduzido assim: “Um crê que de tudo se pode comer, e o que é fraco, come só legumes” (Grifo nosso). Medita também, ó leitor, em 1Tm 4.1-5 e em 1Co 10.25 que, respectivamente, dizem: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada”; “Comei de tudo quanto se vende no açougue sem perguntar nada, por causa da consciência”. Este versículo é mais do que um retorno a Gn 9.3a. Trata-se da repetição e manutenção da Lei dada aos gentios nos dias de Noé. É que aos gentios, Deus sempre permitiu o uso de todas as carnes na alimentação. E, quando nos convertemos ao Senhor, este nos mantém na mesma liberdade quanto a isso, como também, no passado, o fez a Noé, dizendo-lhe: “Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento...”. Ou seja, Deus não insere no pacote das doutrinas que constituem o Pacto firmado entre Ele e a Igreja, nenhuma novidade alimentar. E quando o faz, fá-lo apenas por razões éticas, como no caso de At 15. 28-29.
        O fato de a Bíblia reprovar a glutonaria (Gl 5.21), prova que é da vontade de Deus que cuidemos bem do nosso corpo. Daí, os evangélicos absterem da maconha, da embriaguez, da cocaína, do fumo, etc. Mas os sabatistas extrapolam, proibindo o uso de carne suína, bagre, entre outros, conforme prescrito em Lv. 11, e desaconselhando toda e qualquer carne, em obediência às recomendações da senhora Ellen White. Aliás, os adventistas não são bons discípulos da senhora White, visto que essa profetisa proibiu todo tipo de carne, chegando mesmo a dizer que o consumo de carne na alimentação é coisa de quem não é totalmente convertido ao Evangelho, como veremos adiante.

IV. Nada contra
        Não estou me levantando contra o cardápio dos adventistas, mas tão-somente sugerindo que mostremos aos nossos discipulandos a distinção que há entre o Cristianismo e o menu. E necessário informarmos a todos que a questão do que se deve ou não comer, não é tema religioso; antes, refere-se a questão de ordem sanitária, ou cerimonial. É preciso informar que o Novo Testamento não preceitua nenhum cardápio à Igreja, como já vimos. É importante observarmos que a proibição a comer algumas carnes, consta só do Testamento que Deus firmou com os judeus; que o Pacto que Deus firmou com os judeus não ab-roga o que Ele mandara a Noé e aos demais descendentes seus (isto é, os gentios), excetuando os judeus; e que a sugestão à abstinência de toda e qualquer carne não consta nem mesmo do Pacto que Deus firmara com os judeus. Exageram, ainda, os adventistas, quando desaconselham o uso de café, pimenta, e outros alimentos que eles consideram proibidos por Deus.

V. Julguem-no vocês
        Se o cardápio dos adventistas é ou não salutar, é discutível; e que os nutricionistas, nutrólogos e gastrônomos se deem ao trabalho de fazê-lo. Mas adicioná-lo ao corpo de doutrinas da fé cristã, é adulterar o puro leite espiritual (1Pe 2.20). Uma prova disso, é o fato de o apóstolo Paulo, que, segundo At 20.27 anunciou “todo o conselho de Deus”, não ter registrado estes mandamentos nas suas epístolas.

VI. Higienizemos nossas mãos
        É corretíssimo lavar as mãos antes das refeições; negligenciar isso pode ser fatal. Mas o Senhor Jesus Cristo disse que isto não contamina o homem (Mt 15.1-20). À luz das Palavras de Jesus, registrada em Mt 15.20, afirmo, sem medo de errar, que a única coisa “grave” que pode ocorrer a um cristão que come sem lavar as mãos é o apressamento da sua ida para o Paraíso Celestial.
        Embora Jesus tenha dito que comer sem lavar as mãos não contamina o homem, ouso dizer que contamina sim. E este paradoxo entre mim e Cristo, se explica assim: Comer sem lavar as mãos pode contaminar materialmente, mas nunca contamina em termos espirituais. Isto prova que as obrigações do Ministério da Saúde não foram confiadas à Igreja (embora, como indivíduos, os membros da Igreja possam acatar e recomendar orientações deste tão importante órgão).

VII. Cuidemos do templo do Espírito Santo
        Os adventistas alegam que é racional concluirmos que Deus quer que tomemos medidas salutares para com o nosso corpo. Concordo plenamente, e acrescento que, não obstante, Ele não nos lançará no Inferno, se não formos extremamente negligentes quanto a isso. Doutro modo, Cristo teria ensinado heresia, quando sustentou que comer sem lavar as mãos não contamina o homem. Ora, comer sem lavar as mãos pode não ser menos prejudicial à saúde do que comer bagre, carne de porco, entre outras.

IX. Os vegetariano estão com a razão?
       Seria bom, se todos fôssemos vegetarianos? Há quem diga que sim, bem como os que divergem. E que debatam sobre este assunto os que pelo mesmo se interessarem. Porém, jamais admitamos que estas questões sejam incluídas no corpo de Doutrinas da fé cristã, visto que fazê-lo colide com Êx 12.8 e Lv. 11, onde, respectivamente, Deus manda comer carne ao instituir a Páscoa, e lista os animais que os judeus podiam comer.

X. Mais zelosos do que Deus?
        Do que temos exposto, está claro que os adventistas creem que um bom cristão é, necessariamente, um nutricionista que ensina e pratica uma boa dieta alimentar. A este respeito, eles são mais “zelosos” do que Deus. Senão, vejamos: Na Lei, Deus proibiu o consumo de certas carnes, mandou comer algumas e liberou outras. No Novo Testamento Ele não proibiu, não mandou e nem desaconselhou o comer quaisquer carnes. O Novo Testamento apenas não preceitua contra o uso de carne na alimentação. Mas os adventistas proíbem comer algumas carnes e desaconselham outras. E esta atitude colide com a Bíblia, segundo a qual podemos comer de tudo quanto se vende no mercado (1Co 10.25-26) e que ninguém nos pode julgar (ou condenar) pelo comer ou pelo beber (Cl 2.16). Isto, não significa que o cristão não possa abster-se de comer e/ou beber algo, e sim, que não é necessário submetermos ao que a Lei (o Pentateuco) determina quanto a isso. O corpo de doutrinas que norteia a Igreja é o que está contido em toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. Mas é aí mesmo que encontramos a informação de que só são aplicáveis à Igreja, os mandamentos do Novo Pacto, embora todos os mandamentos morais constantes do Velho Testamento estejam repetidos no Novo. Como já dissemos, repetidos e não transportados, e às vezes com adequações e subsequente aprofundamento, do que se deve inferir, que a generosidade do coração, e o desejo de se sacrificar pela Obra, está acima da legalidade dos números.
        Os adventistas adoram citar 2Co 6.16-18, objetivando “provar” que as carnes tidas por imundas no Antigo Pacto não podem ser saboreadas pelos cristãos. Mas a verdade solene é que o apóstolo Paulo está tão somente fazendo uma aplicação do que está exarado em Is 52.11 e Jr 31.1,9. O que Paulo está dizendo, é que assim como na Velha Aliança, os judeus não podiam tocar algo que a Lei tachava de imundo (uma mulher hemorrágica, por exemplo), o cristão não pode transgredir os preceitos da Nova Aliança. Em outras palavras: Assim como os judeus não podiam comer as carnes de animais então imundos, não podemos desobedecer aos mandamentos constantes do Novo Testamento.

XI. Pode-se rasgar o Antigo Testamento?
        Quando digo que a Lei foi abolida, não estou afirmando que Gn 1.1, por exemplo, tenha sido abolido, pois como todos sabemos, esta referência bíblica é o registro de um fato histórico, e não uma Lei. Chamo de “Lei”, os mandamentos constantes do Pacto que Deus firmou com os judeus. Estes, foram todos abolidos. Até os “não matarás, não adulterarás, não furtarás...” foram abolidos. O cristão não se abstém do furto em obediência às determinações da Lei de Moisés e, sim, em obediência à Lei de Cristo (1Co 9.21). E a Lei de Cristo e a Lei de Moisés são distintas e diferentes. Muitos dos mandamentos da Lei de Cristo são iguais aos da Lei de Moisés, mas isso se dá por mera coincidência. Lembremo-nos que o Novo é novo, e não o Velho melhorado.

XII. A Lei é una
        Como eu já disse, os adventistas tripartem a Lei em Lei moral, Lei sanitária e Lei de Moisés. Disseram-me que a parte cerimonial da Lei (como os sacrifícios de animais, por exemplo), não é, em parte alguma da Bíblia, chamada de Lei de Deus; e que essa é a Lei que Cristo aboliu, à qual não estamos sujeitos. Segundo eles, sempre que o Novo Testamento diz que “Cristo nos libertou da Lei”, está, ou se referindo à libertação da condenação da Lei, ou aludindo à Lei de Moisés, e não à Lei de Deus. Acontece, porém, que em 2Cr 31.3 e em Lc 2.24, os sacrifícios de animais são chamados de “Lei do Senhor” ou “Lei de Jeová”, segundo o original. O mesmo podemos ler em Lc 2. 24. Ora, se a Lei de Deus não foi abolida, e os sacrifícios de animais constam da Lei de Jeová (ou Lei do Senhor), os adventistas devem sacrificar animais a Deus até hoje. Talvez os adventistas retruquem, dizendo que os sacrifícios de animais constam da Lei do Senhor ou Lei de Jeová, e não da Lei de Deus; mas nessa hipótese, eu perguntaria: Jeová e Deus são duas pessoas distintas? O Senhor é uma pessoa e Deus é outra? É possível ser de Jeová sem ser de Deus?
        A Lei de Deus é chamada de Lei de Moisés porque este foi o seu medianeiro, ou seja, Deus no-la deu pela instrumentalidade de Moisés. Senão, compare os versículos 1 e 8 de Ne 8.

XIII. Como entender At 15. 28-29
       Já deixei claro, que o Novo Testamento não prescreve um cardápio especial para a Noiva de Cristo. Mas como esta afirmação parece colidir com At 15.28-29, esclareço que as restrições em questão eram de caráter provisório e se destinava a facilitar o relacionamento entre judeus e gentios convertido à fé cristã. Nada mais era que uma demonstração de respeito às crenças dos irmãos fracos na fé, que deveria durar até que a fusão se completasse. Uma prova clara de que este era o caso, é o fato de que esta passagem só faz quatro proibições: “Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes.” (ARC __ Almeida Revista e Corrigida. Itálicos no original). Por que isso? Só há quatro pecados? Por que não se proíbe neste texto, a inveja, o roubo, a calúnia, a mentira, o desrespeito aos pais, etc.? Será que alcançaremos o Reino de Deus se guardarmos só estes quatro mandamentos? Obviamente que não.
        Esta passagem (At. 15.28-29) pode ser parafraseada assim: “No que diz respeito às leis judaicas (às quais não estamos sujeitos, pois praticando-as ou não, seremos salvos pela fé em Jesus), pareceu bem ao Espírito Santos e a nós, para não escandalizarmos os nossos irmãos judeus, que vocês abstenham dessas quatro coisas: Do sangue, das coisas sacrificadas aos ídolos, da carne sufocada, e do casamento com os judeus, bem como de relacionamento sexual durante a menstruação. Não há maldade alguma em fazer estas coisas, mas devemos fazer como fracos para ganharmos os fracos, e como judeus para ganharmos os judeus”.
    Uma prova de que esta conclusão está correta, é que esta passagem proíbe comer algo que tenha sido sacrificado aos ídolos; e, não obstante, o apóstolo Paulo deixa claro, em 1Co 8, que o cristão está livre para comer estas coisas, contanto que não escandalize o irmão fraco. O erudito pastor Raimundo F. de Oliveira, em seu livro intitulado Como Estudar e Interpretar a Bíblia, editado pela CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus – p. 139, argumenta: “Para Paulo, comer carne sacrificada a ídolos não significa nada, mas por causa daqueles que estavam à sua volta e que pensavam que isto implicava em pecado, ele não comia”. Parece-me que esta interpretação é correta; e que, portanto, 1Co 8 prova que At. 15.28-29 era uma medida de caráter provisório, objetivando tão somente o estreitamento da comunhão entre os irmãos. Assim pensa também a liderança das Assembleias de Deus no Brasil, visto que segundo o livro Administração Eclesiástica, de autoria dos pastores Nemuel Kessler e Samuel Câmara, também editado pela CPAD, 2ª edição de 1.992, p. 100, a CPAD não publica livro algum, sem antes submetê-lo ao Conselho de Doutrina da Convenção Geral das Assembleias de Deus, que examina se “nada contraria as doutrinas esposadas pelas Assembleias de Deus.” Logo, a cúpula assembleiana aprovou o livro supracitado, de autoria do pastor Raimundo. E, sendo assim, fica claro que pelo menos um dos mandamentos constantes de At 15.29, não precisa ser observado (a não ser por questão de consciência), segundo a alta liderança das Assembleias de Deus. Ora, se um dos mandamentos registrados em At 15.29, não é moral, os demais mandamentos consignados neste versículo também não o são, pois tamanha falta de coesão, coerência, e associação de ideias constituiria insuperável violência à Hermenêutica.
        Salientamos que At 15.28-29 é, simultaneamente, cultural e transcultural; e temporal e eterno. A ordem, em si, é cultural e temporal, mas o princípio é transcultural e eterno. Assim: É transcultural, pois em qualquer parte do mundo se deve respeitar a consciência alheia; e é cultural, pois trata duma demonstração de respeito à cultura judaica. É temporal, pois passou com o tempo; e é eterno, pois sempre que se fizer necessário, o cristão deve abster-se de algo que possa fazer o seu irmão inexperiente tropeçar.
        Na nossa obra intitulada Transfusão de Sangue Não é Pecado, tecemos um comentário mais profundo, em apreço a At. 15.28-29. Lá mostramos que assim como o apóstolo Paulo circuncidou Timóteo (At. 16.1-5), fez voto de nazireu (deixou os cabelos crescerem e depois rapou a cabeça, At. 18.18) e ofereceu os sacrifícios prescritos em Nm 6), mas todos nós compreendemos que tais medidas eram provisórias, assim devemos também encarar o texto em apreço, a saber, At. 15.28-29.

XIV. Intolerância __ eis o maior erro dos adventistas
        O maior erro dos adventistas do sétimo dia quanto ao que se deve ou não comer, não consiste no fato de se absterem de certos alimentos, nem tão pouco no fato de nos aconselharem a fazermos o mesmo, mas sim, por afirmarem que aqueles cujos cardápios diferem do deles estão indo para o Inferno. Senão, vejamos o que diz o “pastor” adventista, Alejandro Bullón, um dos maiores líderes dos adventistas, no prefácio do livro abaixo identificado: “A questão não é simplesmente se posso ou não posso comer carne de porco... O assunto é muito sério. É uma questão de vida ou morte, de salvação ou perdição...” (Lourenço Gonzalez Silva. Assim Diz o Senhor, 3ª Edição, 1986, edição do autor, p. 5). Neste mesmo livro se afirma nas pp. 323-327, que as igrejas evangélicas que não se abstêm de café, coca-cola, presunto, mortadela, salame, camarão, lagosta, carne de porco... são igrejas falsas, hipócritas, e que, portanto, estão indo para o Inferno.
        A atitude radical do “pastor” Alejandro Bullón, de condenar os evangélicos que consomem carne suína e outras, não constitui um ato isolado. Aliás, o adventista que não for tão fanático quanto ele, não estará sendo um autêntico seguidor do Adventismo. Podemos dizer inclusive, que os adventistas devem ser até mais radicais do que ele, se é que querem mesmo obedecer à papisa Ellen White, visto que essa falsa profetisa teve a audácia de proibir o consumo de toda e qualquer carne, chegando ao cúmulo de dizer que os que consomem alimento cárneo não estão mantendo uma linha divisória com os ímpios e seriamente comprometendo sua salvação eterna. Para que o leitor veja que de fato as coisas são assim, vejamos as transcrições abaixo:

“...Há pessoas que devem ser despertadas para o perigo de comer carne, que ainda comem carne de animais, pondo assim em risco a saúde física, mental e espiritual. Muitos que são agora só meio convertidos quanto aa questão de comer carne, sairão do povo de Deus, para não mais andar com ele”. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 388, da autoria de Ellen G. White, Casa Publicadora Brasileira - grifo nosso)

“...O regime cárneo é questão séria. Hão de seres humanos viver da carne de animais mortos? A resposta, segundo a luz dada por Deus é: Não, decididamente não”.(ibid., Grifo nosso)
“... Foi-me mostrado claramente que o povo de Deus deve assumir atitude firme contra o comer carne... Os que usam carne menosprezam todas as advertências que Deus tem dado relativamente a esta questão. Não possuem nenhuma prova de estar andando em veredas seguras. Não têm a mínima desculpa quanto a comer a carne de animais mortos”. (ibid., grifo nosso)

“ Não dê nenhum de nossos pastores um mau exemplo no comer carne. Vivam, eles e suas famílias, segundo a luz da reforma de saúde. Não animalizem nossos pastores sua natureza e a de seus filhos...  (Ibid., pág. 399 - grifo nosso)

“Andem nossos pastores sob a bandeira da estrita temperança. Nunca vos envergonheis de dizer: Não, obrigado; não como carne”. (Ibid., pág. 402)

       A transcrição supra é uma amostra do quanto Ellen White era radical. Nem a Lei de Moisés era tão rigorosa. Esta proibia o consumo de apenas algumas carnes, mas a papisa do Adventismo não aceita carne alguma.
        O Professor Tavares (EX-ADVENTISTA), em seu artigo intitulado PARA OS ADVENTISTAS A SALVAÇÃO É MUITO MAIS DO QUE ACEITAR A CRISTO, publicado no jornal Desafio das Seitas, editado pelo CPR __ Centro de Pesquisas Religiosas __ segundo trimestre de 2001, faz na página 11, a seguinte observação: “Ellen White afirma que tomar chá e café é pecado. Escreveu essa advertência no livro Temperança, pág. 80. Na pág. 273 do mencionado livro Ellen White cita que Daniel foi vegetariano.
        Assim é ensinado pela Igreja Adventista não somente em seus púlpitos como nas lições da Escola Sabatina. Entretanto, nas Escrituras Sagradas, no próprio livro de Daniel 10:3, o texto deixa claro que Daniel comia carne.
        Fico pensando que, segundo a doutrina adventista, Daniel perdeu a salvação pelo fato de ter comido carne”.
   Repetimos que comer isto ou aquilo outro não é questão relevante, visto não possuir valor salvífico, segundo Romanos 14. Mas, nos acusarmos mutuamente por essas questões, pode nos levar à perdição. Atentemos para o fato de que Romanos 14 não reprova prato algum, mas censura aqueles que veem no cardápio alheio, motivo de perdição.
        Circuncidar ou não, era, segundo o apóstolo Paulo, algo de somenos importância (1Co 7.19; Gl 5.6; At 16.3). Mas como os gálatas o faziam para se salvar (At. 15.1), ele asseverou que eles haviam caído da graça e que estavam separados de Cristo (Gl 5.2-4). Isto prova que os escrúpulos dos adventistas só poderiam ser tachados de infantilidades inofensivas se eles não fizessem disso motivo de salvação ou perdição. Mas, como vimos acima, Ellen White e seus discípulos afirmam que a dieta alimentar interfere na salvação. Sim, ao fanatismo de Ellen White aquiescem até os expoentes da seita em questão, como Alejandro Bullón, Lourenço Gonzalez, Floriano Xavier, etc.
        Repito que se o cardápio dos adventistas é ou não salutar, é discutível; e que os nutricionistas e/ou nutrólogos se deem ao trabalho de fazê-lo. E, pelo que me consta, o cardápio dos adventistas já está sendo questionado por nutricionistas e gastronômicos. Estes já estão recomendando o café. Sob o cabeçalho Café, a bebida do bem, constante duma revista do ramo, podemos ler o que se segue: "Além de ser delicioso, o café é ótimo para proteger o organismo contra certas doenças. Previne contra o diabetes [e] ajuda a diminuir o risco dos males de Alzheimer e de Parkinson, de cirrose e de cálculos da vesícula biliar. [...] A cafeína evita a liberação do colesterol ruim no sangue e favorece a queima de gordura, prevenindo doenças do coração. [...] funciona, também, como antioxidante, combatendo os radicais livres" (Revista AnaMaria. São Paulo: Editora Abril. 31 de agosto de 2007, p. 29). Bem, dessa briga posso me eximir, pois tenho outros ofícios: evangelizar os perdidos e doutrinar a Igreja. E, para fazer muito bem este trabalho, não preciso me formar em nutricionismo, gastronomia e nutrologia. Basta-me a Teologia.

SOBRE O ALÉM-TÚMULO

Existe vida após a morte? Os mortos estão conscientes, em algum lugar? Neste capítulo considero estas questões.

1. Que Diz a Bíblia
        É paradoxal, mas muitos dos que professam o Cristianismo, dizem não crer que haja existência consciente entre a morte e a ressurreição. Os tais afirmam que essa crença não fazia parte do patrimônio original do Cristianismo. Creem que à morte não se sobe ao Paraíso, não se desce ao Inferno, nem tampouco ingressa numa erraticidade, mas tão-somente perde-se a consciência. Esta é, por exemplo, a opinião dos adventistas do sétimo dia. Estes, proclamam aos quatro ventos que “a doutrina da consciência na morte” repousa unicamente “sobre a autoridade de Satanás”, o autor dessa “Grande Mentira”, o qual incumbiu os seus anjos de inculcá-la nos incautos (O Grande Conflito, capítulo 33, 12ª ed. de 1996, pp. 317-318, 323, 325). Os adventistas veem os que pregam que há consciência na morte, como arautos de uma mensagem contrária “aos ensinos das Escrituras, à razão, e aos sentimentos de humanidade” (Ibid., p. 323). Eles nos acusam de fazermos ecoar dos nossos púlpitos a mesma assertiva da serpente no Éden (Ibid., 317). Dizem ainda, que essa mentira diabólica passou dos demônios para o paganismo, deste para a Igreja Católica, e desta para o protestantismo. Mas, se examinarmos a Bíblia, veremos que Cristo e os apóstolos pregaram que os mortos estão cônscios no Além. Abundantes são as passagens bíblicas que comprovam a ortodoxia do que acabo de afirmar. Dirijamo-nos, pois, à Bíblia, apreciemo-la e inteiremo-nos da realidade póstuma.

1.1. Filipenses 1.21-26
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne. E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé. Para que a vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós” (Almeida Revista e Corrigida).
        Agora, passemos á interpretação da transcrição acima. No versículo 21, o apóstolo Paulo apresenta o seu conceito acerca da vida. Para ele, Cristo é a vida, ou seja, viver é estar com Cristo. A seguir, ele mostra que na sua opinião, a morte, para o salvo, não representa nenhuma derrota, sendo até vantajosa. No versículo 22, ele chama o não morrer de viver na carne e assegura que se isso lhe concedesse oportunidade de produzir frutos, isto é, a oportunidade de fazer uma obra maior, em prol do Reino de Deus, ele ficaria sem saber o que escolher. Ora, se ao não morrer ele chama de viver na carne, naturalmente o morrer é, obrigatoriamente, o contrário disso; E o contrário de viver na carne só pode ser viver fora da carne. O contrário de viver é morrer, mas o contrário de viver dentro duma certa casa não é morrer, mas, sim, viver fora dela. A seguir, Paulo diz que estava em aperto de ambos os lados, mas que desejava “partir para estar com Cristo”, por ser isto muito melhor. Depois da opção registrada no versículo 23, ele volta atrás no versículo 24, e decide por “ficar na carne”, o que equivale a dizer não ficar fora da carne, como já vimos. Ora, é fácil vermos que o apóstolo chama esta vida de “viver na carne” e “ficar na carne”. E à morte ele chama de “partir” e “estar com cristo”. Finalmente, ele deixa bem transparente que o que ele chamava de “partir e estar com cristo” não era uma referência ao arrebatamento da Igreja. Senão, vejamos: No versículo 25, ele garante que não ia partir e, sim, ficar e permanecer com os irmãos, para proveito deles e gozo da fé. Ora, se ele estivesse se referindo ao arrebatamento da Igreja, ele teria mentido, pois já morreu e, portanto, não permaneceu conosco. Cadê ele? Se ele não estivesse, no contexto, se referindo à morte e à vida respectivamente, quando disse que não sabia o que escolher entre viver na carne ou partir; e também quando disse que decidiu por ficar e que deste modo sabia que ficaria, ele não teria morrido e nem morreria nunca, pois pertenceria ao grupo de salvos que estará vivo no dia da vinda de Jesus (I Ts. 4.17); mas isso não aconteceu, visto ter ele morrido e, assim, podemos ver que para ele, morrer era viver fora da carne e partir para estar com Cristo.
        Depois de tudo que já dissemos, ainda nos resta, juntamente com o leitor, analisarmos o versículo 26, no qual o apóstolo Paulo, depois de dizer no versículo 24 que julgava mais necessário, por amor aos irmãos, ficar na carne; e no versículo 25 que, por conseguinte, sabia que ia ficar, diz, no versículo 26, o objetivo disso: “Para que a vossa glória abunde por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós”. Está claro que o apóstolo Paulo está apenas dizendo que  não ia morrer tão cedo, mas ficar com os irmãos por mais algum tempo para lhes fazer mais uma visita, e, deste modo, contribuir para que a glória dos irmãos abundasse por seu intermédio, em Cristo Jesus”. Sim, o texto bíblico transcrito e analisado neste tópico, prova cabalmente que Paulo chamou a morte de “partir para estar com Cristo”, o que prova que ele acreditava na realidade duma existência consciente entre a morte e a ressurreição.
        Se no texto em apreço, Paulo estivesse se referindo ao arrebatamento, ele teria optado por não ser arrebatado para ser útil aos irmãos, o que é um absurdo.

1.2. 2Coríntios 5.1-8
        Em 2Co 5.1-8, consta: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não ao feita por mãos, eterna, nos Céus. Pois neste tabernáculo nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do Céu, se é que, estando vestidos, não formos achados nus. Porque na verdade nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos oprimidos, porque não queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu como penhor o Espírito Santo. Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista); temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor” (Versão Revisada).
        No versículo l, Paulo chama o nosso corpo de “casa terrestre deste tabernáculo” e assegura que se ele se desfizer, receberemos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos (isto é, não desta criação, ou seja, não feita pelo homem); diz que este edifício é uma casa eterna; e ainda dá o seu endereço: ela está nos Céus. Ora, quando é que a “casa terrestre deste tabernáculo” se desfaz? Porventura, não é quando finda o nosso peregrinar terráqueo? Alguns adventistas me disseram que, neste texto, Paulo discorre sobre o que se seguirá ao arrebatamento da Igreja. Mas posso provar que, neste trecho, Paulo não está se referindo ao arrebatamento da Igreja, visto que, no arrebatamento, os nossos corpos não serão destruídos, pois subiremos ao Céu em corpo e alma. Os corpos dos cristãos que estiverem vivos, quando do arrebatamento da Igreja, não serão destruídos, mas, sim, transformados (1Ts 4.13-17; 1Co. 15.51-52). Sem dúvida alguma, Paulo estava se referindo à morte, quando escreveu ensinando aos coríntios, acerca do que se seguirá à destruição da “casa terrestre deste tabernáculo”. Sim, à morte, o cristão ingressa numa “casa...eterna nos Céus.”
        Nos versículos 2-5, Paulo confessa que nós gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação que é do Céu, e acrescenta que foi Deus, o qual nos deu o penhor do Espírito Santo, quem nos preparou para isto.
        No versículo 6, ele diz que enquanto estamos presentes no corpo estamos ausentes do Senhor. Daí, podermos deduzir que quando não estivermos presentes no corpo, estaremos na presença do Senhor. Pergunto: Que é estar presente no corpo? Não é estar vivo? Se sim, quando estivermos ausentes do corpo, ou seja, quando morrermos, estaremos presentes com o Senhor. Isto é óbvio, porque, “se enquanto presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor”, necessariamente, quando não estivermos presentes no corpo, estaremos presentes com o Senhor. Claro como a luz do dia.
        No versículo 7, Paulo abre parênteses para explicar o porquê dele haver dito que enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor. A razão disso é: “Andamos por fé e não por vista”. Ora, do fato de o apóstolo afirmar, entre parênteses, que o motivo pelo qual ele disse que enquanto estamos no corpo estamos ausentes do Senhor é “porque andamos por fé e não por vista”, revela que quando estivermos ausentes do corpo, deixaremos de andar por fé e passaremos a andar por vista, ou seja, então veremos as coisas nas quais agora apenas cremos. Isto fala duma existência consciente, e que os mortos estão com suas faculdades mentais em perfeito funcionamento. Paulo não poderia dizer que quando um cristão morre deixa de andar por fé e passa a andar por vista, se o nosso verdadeiro “eu” não sobrevivesse à morte física.
        Finalmente, chegamos ao versículo 8, onde Paulo diz sem rodeios que desejava deixar o corpo para habitar com o Senhor. Ora, o que é “estar ausente deste corpo” (ou “deixar este corpo”, como o diz o Almeida Revista e Corrigida) “para estar presentes com o Senhor”? Já vimos, enquanto estudávamos juntos o versículo 1, que quando do arrebatamento da Igreja, não deixaremos os nossos corpos. Logo, o apóstolo estava se referindo à morte, quando diz que desejava deixar o corpo para habitar com o Senhor. É possível raciocinar e chegar a uma conclusão contrária?

1.3. 2Coríntios 12. 2-8.
       Paulo disse mais aos coríntios: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro Céu. Sim, conheço o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei: Deus o sabe), que foi arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir. Desse tal me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. Pois, se quiser gloriar-me, não serei insensato, porque direi a verdade; mas abstenho-me, para que ninguém pense de mim além daquilo que em mim vê ou de mim ouve.
        E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exaltasse demais, acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim” (Versão Revisada).
        O fragmento acima, pinçado de 2 Co 12.2-8, é mais que suficiente para provar que o homem possui um espírito; e que este pode viver dentro do corpo ou fora deste. Assim sendo, fica claro que o homem sobrevive à morte física, já que o espírito independe do corpo para existir conscientemente. E o que me leva a fazer esta afirmação, é o fato de Paulo dizer que ele havia sido arrebatado ao Paraíso, mas que ignorava se esse arrebatamento havia sido ou não, no corpo. Ora, o que é ser arrebatado no corpo? E o que é ser arrebatado fora do corpo? Ser arrebatado no corpo significa ter experiências iguais às que tiveram Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5), Elias (2Rs 2.1,11), Jesus (At 1.9) e Filipe (At 8.39,40). E ser arrebatado fora do corpo, é ser arrebatado em espírito, e significa ter experiências similares às que tiveram Ezequiel (Ez 8.3) e João (Ap 1.10). Sendo assim, o espírito humano pode sair do corpo, ir a um determinado lugar, retornar ao corpo e ainda conservar lembranças do lugar visitado. Alguém talvez objete, alegando que o arrebatamento no corpo pode ser apenas um estado de êxtase, que permite ao arrebatado ter a impressão de que subiu ao Céu, quando, na verdade, não saiu do planeta Terra. Esta objeção é correta, pois realmente existe o arrebatamento de sentido” (At 10.10 [Almeida Revista e Corrigida]). Mas, no que diz respeito ao arrebatamento fora do corpo, sem dúvida se refere ao ato de o espírito sair do corpo e voar ao lugar determinado por Deus. Então, embora possamos admitir que ser arrebatado no corpo não seja, necessariamente, ter experiência similar às que tiveram Enoque, Elias, Jesus e Filipe, ser arrebatado fora do corpo implica, necessariamente, em que o espírito se separe do corpo. E isto prova que o homem tem o seu lado espiritual; que este constitui o nosso verdadeiro “EU”; e que pode existir conscientemente à parte do corpo; não dependendo, pois, deste para viver; e que, portanto, sobrevive à morte.
        Certo testemunha-de-jeová (que também nega que haja consciência póstuma) me disse que o que acima expus está errado, “porque Paulo não diz que ele foi arrebatado ao Paraíso fora do corpo. O que Paulo diz aí”, disse-me ele, “é que ele não sabia se tal arrebatamento havia sido ou não fora do corpo. Ora, se Paulo não sabia se o referido arrebatamento se deu fora do corpo, como dizermos que este texto prova que é possível ser arrebatado fora do corpo?” Mas lhe respondi dizendo-lhe que nisto está a maravilha. Se o apóstolo não sabia se tal arrebatamento se deu no corpo, ou fora do corpo, então ele admitia ambas as possibilidades. E, se ele admitia ambas as possibilidades, então é possível ser arrebatado fora do corpo. E, se é possível ser arrebatado fora do corpo, só nos resta sabermos o que é isso. E o que é isso, senão o desprender-se o espírito do corpo e voar?

1.4. Lucas 23.43
        “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”.
        Este versículo é a resposta de Jesus ao ladrão penitente que suplicava e implorava a Sua misericórdia. Esta passagem bíblica deveria ser mais que suficiente para dirimir as dúvidas de um inquiridor sincero, quanto à existência de vida consciente no período intermediário, ou seja, entre a morte e a ressurreição. Mas os adventistas do sétimo dia e os testemunhas-de-jeová questionam esta tradução, alegando que este versículo está mal traduzido. Segundo eles, a tradução correta é: “... Deveras eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso”. Com esse “argumento”, querem provar que Jesus não disse que o ladrão arrependido estaria consigo naquele mesmo dia no Paraíso, e sim, que Ele (Jesus) disse ao salteador que este estará consigo um dia no Paraíso, e lhe informou, na hora em que estava a prometer-lhe o Paraíso, que esta promessa lhe estava sendo feita naquele dia. Medite, porém, o leitor e responda para si mesmo: havia necessidade de Jesus informar àquele ex-bandido que era naquele dia que Ele lhe prometia o Paraíso? Não encontramos nada similar nas demais frases montadas por Jesus. Esta forma de expressar não era do estilo de Cristo. Se a tradução correta não fosse como se acha exarada nas versões clássicas, mas como querem os adventistas e os jeovistas, a palavra “hoje”, ali consignada, seria supérflua. É digno de nota, ainda, o fato de que Jesus não compôs nenhuma sentença similar à que os adventistas e os jeovistas dizem que Ele compôs, quando assegurou o Paraíso ao suplicante sobredito. Por exemplo, não disse Ele a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo hoje: Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (queira ver Jo 3.3). Não é curioso o fato de Jesus não ter usado uma única vez a dição que dizem que ele usou em Lc 23.43?
        Esse argumento, cujo objetivo é defender uma doutrina fabricada pelos homens, se fundamenta em duas bases: Primeira: dizem que, segundo o contexto bíblico, não há consciência entre a morte e a ressurreição. Segunda: A pontuação é um recurso gramatical relativamente moderno, não constando, portanto, dos manuscritos originais, elaborados na Idade Antiga. Por esta razão, os russelitas (testemunhas-de-jeová) e os adventistas se veem no direito de correr com a pontuação a bel-prazer. E, sendo assim, pergunta-se: qual, das partes litigiosas, está com a razão? Resposta: o fato de os adventistas e os russelitas se escudarem no falso argumento de que “segundo o contexto bíblico, não há consciência entre a morte e a ressurreição”, depõe contra eles, pois prova como 2+2 são 4, que se apoiam numa base falsa. Ora, a tradução de um texto, apoiada numa falsa interpretação do contexto, é, no mínimo, suspeita.

2. O ADVENTISMO RECITA SEUS TEXTOS PREDILETOS

2.1. 2Timóteo 4.8
“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”. Os adventistas alegam que a crença de que os mortos salvos estão no Paraíso, colide com 2Tm. 4.8, visto que este versículo diz que o apóstolo Paulo não acreditava que receberia a coroa imediatamente após a morte e, sim, “naquele Dia”. Mas os mortos salvos estão no Paraíso sem as coroas (galardões), porque estas serão distribuídas após o arrebatamento da Igreja, no Tribunal de Cristo (2Co. 5.10), diante do qual só estarão os salvos, e de diante do qual, uns sairão com grandes galardões, outros com pequenos galardões, e alguns até mesmo sem qualquer galardão (1Co 3.12-15). Mas, como a salvação não é por obras (Ef 2-8-9), os todos esses viverão felizes com Deus para sempre.

2.2. I Coríntios 15.18
        “Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos”.  Este versículo é, na opinião dos adventistas, mais uma prova de que os mortos não estão cônscios. Alegam que “se os mortos salvos estão felizes com Cristo no Paraíso, o fato de seus corpos não serem ressuscitados não representaria nenhuma perdição”. Mas o que o apóstolo Paulo está dizendo é que se Cristo não tivesse ressuscitado, Ele não seria o que Ele disse ser: o Cristo, o Filho do Deus vivo, o impecável, o caminho para Deus e, sim, mais um embusteiro; e, deste modo, o Cristianismo fundado por Ele seria uma seita falsa, e perdido estaria quem tivesse morrido como seu adepto (Rm 4.25; 1Co 15.12-58). Claro, se Cristo não tivesse ressuscitado, estaria subentendido que Seu Sacrifício não teria sido aceito por Deus.

2.3. Entendendo Eclesiastes 3.18-19
        “Disse eu no meu coração: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e eles possam ver que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade”.
        Caro leitor, se um adventista lhe apresentar estes versículos, com a finalidade de “provar” que a alma não sobrevive à morte do corpo, diga-lhe que Salomão não está dizendo que assim é, mas informando que ele um dia havia pensado assim. Chame a sua atenção para o fato de que as primeiras palavras dos versículos acima copiados, são: “Disse eu no meu coração”, e que a interpretação é: “Eu pensei”. Ora, quem diz “eu pensei” certamente não pensa mais.
        Cremos ter deixado claro que quando a Bíblia diz que os mortos dormem no pó da terra (Dn. 12.2), está dizendo tão somente que o corpo (e não a alma) dorme. O corpo dorme porque está inconsciente e destinado à ressurreição.

2.4. Ezequiel 18.4
        Quanto a Ez 18.4, que diz que “a alma que pecar, essa morrerá”, é bom lembrar que neste versículo a palavra alma significa pessoa. O vocábulo alma aparece na Bíblia com vários significados. Além disso, todo aquele que ainda não aceitou a Jesus como seu Salvador é uma alma morta. Porém, no versículo em apreço (Ez 18.4), deve-se acrescentar que Deus estava se referindo à morte física. O Deus que mandara apedrejar os pecadores, está relembrando que o filho não pode ser executado pelo erro do pai, e vice-versa. Nos dia de Ezequiel, Israel não podia matar os transgressores da Lei de Deus, visto ter perdido a Soberania Nacional, em consequência de seu pecado. Mas isso não destruiu a Lei, cujo Legislador era o mesmo.
        Há outros textos correlatos, a serem considerados, mas encerremos aqui o presente capítulo, e oremos pelos adventistas. Nossas orações falarão mais alto do que os nossos argumentos.



CADEIA CIRCUNSTANCIAL para satanás?!


No presente capítulo, refuto parte da escatologia dos adventistas e apresento a corrente escatológica que abracei. Sou pré-milenista dispensacionalista, da linha pré-tribulacionista. Isto significa que creio que a Igreja será arrebatada antes da grande tribulação, e que após a grande tribulação, a Igreja descerá dos Céus com Cristo, para o usufruto do Reino Milenial, que será aqui, na Terra. Creio ainda que o Juízo Final, a destruição do Universo, bem como a criação de novo Céu e nova Terra, ocorrerão após o Milênio.

1. Sobre a tal de prisão circunstancial
Dialogando com os adventistas e lendo suas obras, fique sabendo que eles creem que após a Grande Tribulação, terá lugar o arrebatamento da Igreja, quando todos os salvos serão arrebatados ao Céu, onde passarão mil anos. Nesse dia, os ímpios serão mortos. Assim se pode ver que os adventistas não creem que o Milênio será na Terra. Mas eles se esquecem que, se assim fosse, nenhuma necessidade haveria de se prender o diabo durante o milênio (Ap 20.1-3,7, 8). Raciocinemos: Se os salvos estarão no Céu com Cristo, definitivamente livres dos enganos de Satanás, e todos os perdidos mortos, para que prender o diabo, objetivando privá-lo de enganar as nações? A esta objeção, os adventistas respondem dizendo que (falo com minhas palavras) “o diabo não estará preso numa cadeia literal, e sim, numa cadeia circunstancial, isto é, ele não encontrará a quem enganar durante o milênio” (O Grande Conflito, edição de 1996, pp. 384, 387-388). Ora, se quando a Bíblia diz que o diabo será preso durante mil anos, está dizendo apenas que ele não terá a quem enganar nesse período, natural e necessariamente, quando diz que ele será solto, está apenas dizendo que ele voltará a ter a quem enganar novamente. E aí, pergunto: A quem enganará o diabo depois do Milênio?  E os adventistas respondem: A todos os mortos, inclusive os que morrerem no dia do arrebatamento da igreja, os quais serão ressuscitados, após o Milênio (O Grande Conflito, edição de 1996, pp. 387-388). Ora, como enganar ainda aqueles que morreram perdidos? Quem morreu perdido, foi tão enganado que não há como enganá-lo mais ainda. Que rolo! Sim, essa tal de “prisão circunstancial” de Satanás, é tão absurda quanto matar todas as mulheres do mundo e depois proclamar: “Prendi o estuprador! Ele está retido na cadeia circunstancial! Nunca mais estuprará a mulher alguma!”
Todos os que pregam doutrinas contrárias à Bíblia, mais cedo ou mais tarde terão que ou abandoná-las ou arranjar outras para justificá-las, pois “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.7). E esse é o caso dos adventistas.
Os adventistas, tentando provar que todos os ímpios serão mortos no dia do arrebatamento, citam Ap 19.20-21, onde se diz que “os demais foram mortos...”. Mas “os demais”, desta passagem bíblica, diz respeito aos militares integrantes dos exércitos coligados ao Anticristo; e não se trata duma referência à humanidade. “Os demais”, aqui, não significa “os demais habitantes do planeta Terra” e, sim, “os demais personagens envolvidos no episódio de que trata o contexto”. Para se chegar a esta conclusão, basta não interpretar o texto isolado do seu contexto. O texto fala da besta, os reis da Terra, seus exércitos e o falso profeta. E informa que destes, dois (a besta e o falso profeta) foram lançados vivos no lago de fogo. E os demais (os reis da Terra e seus exércitos) foram mortos. Senão, vejamos: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles” (Ap 19.19-21).

2. INTEIRANDO-SE DA ESCATOLOGIA EVANGÉLICA
Muitos pensam que nós, os evangélicos, cremos que coincidirá com o arrebatamento da Igreja ao Céu, a ida dos perdidos para o Inferno, e a destruição da Terra, a qual inexistirá para sempre. Os que assim pensam, certamente não examinaram nossos compêndios teológicos.
Para que os adventistas compreendam porque discordamos da “escatologia” deles, julgo importante informar como a Doutrina das Últimas Coisas está sistematizada nos compêndios teológicos que este autor considera respaldados pela Bíblia.
Vejamos abaixo uma sinopse dos principais eventos escatológicos em ordem cronológica:

2.1. O Arrebatamento da Igreja e a Grande Tribulação
        “Haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (Mt 24.21). Nós, os cristãos desta Dispensação, não passaremos por essa grande tribulação que está por vir, pois a Bíblia diz que seremos guardados dessa hora ( Ap 3.10), isto é, seremos arrebatados ao Céu previamente. Portanto, Jo 14. 3; 1Ts 4. 16,17; 1Co 15. 51,52; Hb 9. 28 etc., que tratam da primeira fase da segunda vinda de Cristo para nos arrebatar ao Céu, se cumprirão antes da grande tribulação.
       Muitos dos que não forem arrebatados ao Céu, no dia do arrebatamento da Igreja, se converterão e serão martirizados durante a grande tribulação (Ap 7. 14; 20. 4). São estes, os integrantes da grande multidão, mencionados em Ap 7.9. Os membros dessa grande multidão também irão para o Céu (Ap7. 9), o que prova que eles terão o mesmo destino da Igreja e do povo de Deus do Antigo Testamento: a Nova Jerusalém (Fp 3. 20; Hb 11. 9-10,12-16; Ap 21. 2-22.5). E os que morrerem sem se converter durante a grande tribulação, para onde irão? Resposta: Nenhuma novidade. Suas almas irão para o lugar que os ímpios sempre foram.
        Possivelmente, muitos adventistas farão parte da grande multidão abordada em Ap 7.9, visto que quando perceberem que a Igreja foi arrebatada e eles ficaram, cairão em si, se converterão, desafiarão o Anticristo, sofrerão o martírio e irão para a Glória. Todavia, o que desejamos para eles é que se convertam agora, passem a pertencer a Cristo e sejam arrebatados ao Céu no dia do rapto da Igreja.

2.2. A Manifestação de Jesus em Glória e o Armagedom.
Jesus disse que logo após a grande tribulação, Ele virá visivelmente (Mt 24. 29-30). Nesse dia se concretizará o tão comentado Armagedom (Ap 16. 13-16), que é o seguinte: Durante a grande tribulação, todas as nações do mundo (Zc 14. 2a), sob influência demoníaca (Ap 16. 13-14), se aliarão ao Anticristo, e seus exércitos se congregarão no lugar que na língua hebraica se chama Armagedom (Ap 16. 16), numa renhida guerra contra os Judeus (Zc 14. 2 a), os quais muito sofrerão (Zc 14. 2 b), e serão dizimados em dois terços (Zc 13. 8). Em meio a essa sangrenta batalha, Jesus se manifestará em glória (Mt 24. 30), e destruirá o exército inimigo dos judeus (Ap 19. 17, 18,21). Eis o Armagedom.
A manifestação de Jesus em glória, mencionada em Mt 24. 29-30, não deve ser confundida com o evento do qual trata Jo 14.3; 1Ts 4.16-17; 1Co 15.51-52; Hb 9.28 etc. Veja, que o arrebatamento da Igreja será antes da grande tribulação (como já vimos), ao passo que o evento do qual trata Mt 24.29-30, será, segundo informou Jesus, “depois da aflição daqueles dias” (Grifo nosso), isto é, depois da grande tribulação mencionada em Mt 24. 21-22, ou seja, depois que a grande tribulação for um fato.
Quando se cumprir Mt 24.29-30, a Igreja, previamente arrebatada, descerá do Céu do Cristo ( Zc 14.5b; Jd 14; Ap 19.14).

2.3. O Juízo das Nações
No dia em que se concretizar o Armagedon, as nações serão julgadas (Mt 25. 31,33). O critério adotado será o tratamento que essas nações terão prestado aos judeus durante a grande tribulação (Mt 25. 34-46). Este texto fala de ovelhas, bodes, e irmãos de Jesus. Os bodes, que serão postos à esquerda de Jesus, serão lançados no fogo eterno; as ovelhas, ouvirão o “vinde” de Jesus; e o motivo dessa acolhida que Cristo dispensará às ovelhas, será o tratamento que as mesmas terão dispensado aos irmãos de Jesus. Logo, as “ovelhas” e os “irmãos”, são distintos, isto é, um não é o outro. Claro, ninguém pode ser recompensado por ter usado de bondade para consigo mesmo. Bodes, ovelhas, e irmãos, são, respectivamente: Os inimigos dos judeus; os amigos dos judeus, a saber, gentios convertidos; e os judeus convertidos.

2.4. O Milênio.
Quando o Senhor destruir os exércitos inimigos de Israel no Armagedon; julgar as nações; lançar os bodes e as bestas (o anticristo e o falso profeta) no lago de fogo; dar boas vindas às ovelhas; e prender o diabo por mil anos, iniciar-se-á na face de toda a Terra, o Reino do qual a Bíblia tanto fala (Is 11. 6-9; 65. 20-25; Dn 2. 44; 7.13, 14, 27; 9.24; Zc 14.8-21; Mt 6.10; Ap 20.4-7 etc.).

2.5. O Juízo Final.
       Quando o Milênio terminar, Satanás será solto por um curto espaço de tempo (Ap 20. 3), e a seguir lançado definitivamente no lago de fogo, onde encontrará as Bestas e os bodes, os quais foram lançados lá antes do Milênio (como já observamos),com os quais será atormentado eternamente (Ap 20.10). Com a derrocada final do diabo, coincidirá o Juízo Final, que é o momento em que Deus ressuscitará todos os mortos, os julgará, e lançará os ímpios no lago de fogo eterno (Ap 20. 11-13).

2.6. A Purificação do Universo.
        A Terra e todos os demais planetas, bem como todos os astros, serão purificados com fogo (2Pe 3.7, 10-13). Sob esse fogo, a Terra vai perecer, isto é, será destruída (Sl 102. 25-27). A Bíblia diz que a Terra vai perecer (Hb 1.11), mas isso não significa que ela vá deixar de existir, e sim, que, ao ser derretida, perderá a sua forma. A esta conclusão chegamos, quando comparamos os textos bíblicos que falam da destruição da Terra, com Ec 1.4, que nos assegura que ela para sempre permanece. Após ser expurgada à base de fogo, a Terra será restaurada à sua condição primitiva. E esse lindo Paraíso será habitado eternamente. Falando sobre isto, disse o erudito Pastor Antonio Gilberto: “Cumprir-se-á então também, plenamente, Mateus 5.5: ‘Bem-aventurados os mansos porque herdarão a terra’... Ler ainda Salmos 37.11,29; 115.16.” (O Calendário da Profecia, p. 96). Mas, quem herdará a nova Terra? Resposta: os que não forem condenados no Juízo das Nações, se permanecerem fiéis durante o Milênio, bem como após o Milênio quando Satanás for solto e os tentar, vão herdar a Terra.
        A exposição acima representa a fé oficial da maioria das igrejas evangélicas. Basta ler os compêndios teológicos de autoria de teólogos e pastores evangélicos, editados pelas editoras evangélicas, para chegar a esta conclusão. Por exemplo, o Pastor Antonio Gilberto, em seu livro Daniel e Apocalipse, editado pela CPAD ­ Casa Publicadora das Assembleias de Deus ­ na p. 182 afirma: “A Terra voltará ao estado de perfeição original, como era antes da entrada do pecado”. Nesta mesma página, explicando Ap 21.1, que diz que a Terra passará, ele disse: “‘Passaram’, é no original ‘parechomai’, e significa passar de um estado para o outro. Não quer dizer aniquilamento”. E, como já vimos, ele disse ainda que então se cumprirá plenamente Mt 5. 5, que promete a Terra aos mansos.
        Até mesmo os hinos que cantamos em nossas igrejas, dizem que os evangélicos creem na restauração da Terra, e que isto será efetuado com o propósito de torná-la deleitosa àqueles que forem designados para habitá-la. Veja estes exemplos:
Já refulge a glória eterna de Jesus o Rei dos reis
Breve os reinos deste mundo seguirão as sua leis
Os sinais da sua vinda mais se mostram cada vez
Vencendo vem Jesus
Eis que em glória refulgente sobre as nuvens descerá
As nações e reis da Terra com poder governará
Sim, em paz e em santidade toda Terra regerá
Vencendo vem Jesus
(Hino 112 do Cantor Cristão, hinário oficial dos batistas, grifo nosso)

Ressuscitou! Ressuscitou!
E para o Céu Jesus tornou
Mas voltará, também de lá
E neste mundo então reinará
(Hino 188, constante do cancioneiro Harpa Cristã, hinário oficial das Assembleias de Deus, grifo nosso)

 Quando o povo israelita com Jesus se consertar
 Dando glórias ao seu nome sem cessar
 Nesse tempo Céu e Terra hão de ser a mesma grei
 entoando aleluias ao meu Rei
 (Ibid., hino 3, grifo nosso)

Bendizendo a Cristo no Céu entrarei;
Irei no Milênio ingressar;
Só com meu Jesus eu aqui voltarei,
Pois todas nações vem julgar
(Ibid., hino 312).

        Quando o Universo for destruído e refeito, a Nova Jerusalém, que é a Cidade Celestial que Jesus preparou para nós, descerá do Céu e virá para cá (Ap 21. 9-27). “ Nesse tempo Céu e Terra hão de ser a mesma grei”, como bem o disse o poeta, autor do hino supracitado; pois então já se terá cumprido o que também está previsto em Rm 9­11, isto é, os judeus já terão recebido a Jesus há mais de mil anos.
Recapitulando: Do arrebatamento da Igreja à restauração de todas as coisas, quando então ingressaremos no momento escatológico que geralmente é chamado de Feliz Estado Eterno, os principais eventos escatológicos se desenvolvem na seguinte ordem: 1) Arrebatamento da Igreja; 2) Grande tribulação; 3) Manifestação de Jesus em glória; 4) Armagedon; 5) Juízo das nações; 6) Milênio; 7) soltura de Satanás, 8) Juízo final; 8) Purificação do Universo; 9) Eterno estado de felicidade.
       Ratifico que os que não subirem no dia do arrebatamento da Igreja, e se converterem no lapso de tempo entre o arrebatamento da Igreja e a Manifestação de Jesus em glória, e não morrerem nesse período, se forem fiéis durante o Milênio, bem como após o Milênio, quando Satanás for solto e os tentar, herdarão a Terra.
       Deixei de abordar nesta sinopse escatológica vários pontos relevantes da Escatologia, como por exemplo, As Bodas do Cordeiro; As Setenta semanas de Daniel; A Septuagésima Semana de Daniel, que é dividida em duas partes; As Dispensações; Os Períodos, etc.. Se o leitor quiser aprofundar seus conhecimentos sobre Escatologia, sugero que estude os livros Daniel e Apocalipse, e O Calendário da Profecia, ambos de autoria do Pastor Antonio Gilberto, editados pela CPAD __ Casa Publicadora das Assembleias de Deus __ , à venda  nas livrarias evangélicas.




O ADVENTISMO NEGA O INFERNO BÍBLICO



Que diz a Bíblia sobre o Inferno? Já que a Bíblias fala do Inferno, por que há religiões que o negam empunhando Bíblias? Isso é incoerência? Será que a crença no tormento eterno, crença esta que muitos insistem em dizer que a extraíram da Bíblia, não é uma interpretação equivocada do Livro dos livros? Neste capítulo foco o fato de os adventistas negarem a existência do tormento intérmino para os homens perdidos e os anjos caídos. Eles se julgam corroborados pela Bíblia quanto a essa postura teológica. Porém, ouso questioná-los, defendendo uma escola diametralmente oposta, alegando que também o faço à luz da Bíblia.

1. Um vocábulo ambíguo?
Os adventistas negam que haja o tormento eterno para o diabo, os demônios, e os humanos que forem condenados. Eles creem no seguinte: No dia do arrebatamento da Igreja, todos os que não forem arrebatados, morrerão. Mil anos após essa mortandade mundial, que exterminará com a humanidade em sua totalidade, os mortos de todos os tempos (excetuando os que forem ressuscitados no dia do arrebatamento da Igreja), ressuscitarão. Depois disso, todos esses ressurrectos serão julgados e sentenciados ao lago de fogo __ que será o planeta Terra incandescente __, onde morrerão de novo, e, desta vez, para nunca mais ressurgirem. O diabo e os demônios também serão atormentados no referido lago de fogo, até serem extintos. Mas, que leitura é essa que eles fazem da Bíblia, que os leva a conclusões tão heterodoxas? Porventura, não leem eles Mt 25.46? Sim, leem; mas o vocábulo original (aiôn) traduzido por eterno em Mt 25.46, pode significar eternidade, e também longa duração. Os adventistas se servem disso para inculcar nos incautos que o diabo, os demônios e os homens perdidos não vão sofrer eternamente no lago de fogo. Porém, este argumento não é respaldado pela Bíblia, pois se trata apenas duma postura tendenciosa. Sim, por não crerem que os ímpios sofrerão eternamente, fazem aiôn significar apenas longa duração. Mas, por que não dizem eles que a vida dos justos não será eterna, porém, apenas de longa duração, já que o mesmo aiôn que se usa para a vida dos salvos, usa-se também para o tormento dos ímpios? Mas, verdade seja dita, se aiôn tem mais de uma tradução, se faz necessário definirmos qual a sua tradução correta, quando se refere ao tormento dos perdidos. E Ap. 20.10 é mais que suficiente para dirimir as dúvidas de um inquiridor sincero, de que a locução aiônas aionôn, traduzidas em Ap 19.10 por “séculos dos séculos”, não pode significar outra coisa aquém da eternidade propriamente dita. O raciocínio é: a Bíblia mostra claramente que o anticristo e o falso profeta serão lançados no lago de fogo antes do Milênio; e que depois dos mil anos, será a vez do diabo (Ap 19.20). Diz então Ap 20.10, que quando o diabo cair lá, encontrará o anticristo e o falso profeta, com os quais será atormentado para todo o sempre. Diz o texto: “E de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Ora, se serão atormentados, é porque o tormento do anticristo e do falso profeta ainda não havia cessado. E, se não havia cessado, é porque ainda não haviam sido aniquilados. E se 1000 anos de tormento não foram suficientes para extingui-los, pergunto: Quando serão extintos? Assim se pode ver que os adventistas tratam dessa questão mais com o coração do que com a Bíblia. Acham a pena eterna dura demais; e, por este motivo, tentam minimizá-la. Mas o castigo terá a durabilidade que tiver, e não a que gostaríamos que tivesse, por mais que tentemos reduzi-la. O extintor de nossas condolências não indulgenciarão os apenados do Inferno.
Os adventistas estão certos, por dizerem que aiôn é uma palavra elástica, mas equivocados por darem à mesma a definição que bem querem, desconsiderando o contexto. Realmente, esta palavra tem mais de uma definição. Mas, por qual delas devemos optar? Pela definição que mais harmonia tiver com os nossos sentimentos? Obviamente que esta não seria uma boa opção, uma vez que “enganoso é o coração...” (Jr 17.9). Então, o que fazermos? Estudemos a Bíblia com afinco, sob o influxo do Espírito Santo, e deixemos que ela fale mais alto que as nossas emoções. Não tomemos partido à base de um simples “cara ou coroa”.

2. Consciência póstuma
A título de recapitulação, avento que os adventistas não creem que há um lugar chamado “Inferno”, no qual as almas dos que morreram perdidos sofrem tormento infindo. Ellen white chama isto de doutrina do diabo, ensino pagão, crença revoltante, heresia contrária ao bom-senso, crença oposta ao sentimento de humanidade, etc. (O Grande Conflito, op. cit., capítulo 33). Já vimos isso, pois mostrei no capítulo 4 que eles negam que a alma humana sobrevive à morte física. Para eles, os mortos não estão conscientes em lugar algum. Não estão no Paraíso celestial, não se encontram no Inferno, tampouco se acham na erraticidade, mas sim, inconscientes nos sepulcros.

3. O eterno lago de fogo e enxofre
Nós, os evangélicos, cremos que há um lugar, distinto da Terra, chamado de lago de fogo, no qual, no Dia do Juízo Final, os humanos que forem condenados, e o diabo e seus asseclas, serão lançados, onde sofrerão horrores intérminos. Já os adventistas, dizem que não é bem assim. Eles pregam o seguinte: O lago de fogo será a Terra. Ensinam que Satanás, os demônios, e os humanos que forem condenados, estarão aqui na Terra no Dia do Juízo Final, após o que, nosso planeta, sob monstruoso incêndio, se fundirá, convertendo-se num “vasto e fervente lago de fogo” que atormentará seus habitantes ressurgidos, até que cada um deles morra novamente (O Grande Conflito, op. cit., capítulo 42, 1996, p. 392). Também o diabo e os demônios sofrerão no lago de fogo até serem mortos. A intensidade e durabilidade da cruciante agonia infligida por Deus aos condenados do lago de fogo, variam de um apenado para outro, pois será de acordo com os pecados de cada indivíduo. Eles ensinam ainda, que o mesmo fogo no qual se torturará e matará os que nele forem retidos, purificará a Terra, a qual voltará a ser um lindo Paraíso como dantes (Ibid., p. 393). Assim, não há um lago de fogo à parte da Terra, nem tampouco, tormento infindo. Relembro que a doutrina do tormento eterno é, segundo White, uma heresia (O Grande Conflito. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira. 12 Ed., 1996, pp. 318-319).
Como já vimos, a besta e o falso profeta serão lançados no lago de fogo antes do milênio (Veja a sequência, lendo Ap 19.20-20.15). E agora, pensemos: De acordo com o capítulo 42 de O Grande Conflito, o lago de fogo nada mais é que o nosso planeta transformado em um vasto e fervente lago de fogo. Diz ainda o dito compêndio, que isso ocorrerá depois do milênio: “Ao fim dos mil anos [...]” (Ibid., p. 386 ). Ora, se o lago de fogo bíblico não é alguma coisa distinta da Terra convertida em um vasto e fervente lago de fogo, e ela só entrará nesse estado depois do milênio, como se explica o fato de a Bíblia nos falar de duas pessoas que serão lançadas lá antes do milênio? Os adventistas se defenderiam dizendo que a besta e o falso profeta não são pessoas, e sim, o papado e os Estados Unidos da América do Norte, respectivamente (O Grande Conflito, op. cit., capítulo 25, pp. 261-262). Mas dessa resposta, nasceriam pelo menos dois questionamentos interessantíssimos, a saber: Primeiro: O que tem a ver uma coisa com a outra? De um jeito ou de outro, o episódio em pauta só seria coerente se o Adventismo ensinasse que o lago de fogo e a Terra são distintos, ou seja, que uma coisa não é a outra. A questão é: os adventistas creem __ e O Grande Conflito o confirma __ que o lago de fogo não é simbólico, e sim, literal. (Veja o capítulo 42 de O Ggrande Conflito). O lago de fogo é a Terra fundida a fogo. Ora, como lançar o papado (Veja que eu disse “papado” e não “Papa”) numa fogueira literal? Uma exposição dessas constitui uma agressão até aos mais rudimentares princípios de redação de textos e da Hermenêutica.
       Certamente que o argumento refutatório que ora apresento, soa mui forte aos ouvidos e à consciência de todos os que não ignoram que papado (o tempo do pontificado; dignidade de Papa) não é o mesmo que Papa (o chefe supremo da Igreja Católica). E que, portanto, o papado não pode ser lançado numa fogueira, senão figuradamente. Logo, não há por onde escapar: A senhora White cochilou e o cachimbo caiu. Faltou-lhe coerência. E todos nós sabemos que a verdade não é contraditória. O não falar coisa com coisa constitui prova de fraude necessária e invariavelmente. Segundo: Como que os Estados Unidos, que juntamente com o resto do mundo constituem o nosso planeta, pode ser lançado no nosso planeta em chamas? O planeta será lançado no planeta? A Terra será lançada na Terra? Ou o lago de fogo será lançado no lago de fogo? Hein? Para sermos mais exatos, o que a papisa do Adventismo acabou dizendo, embora a malgrado seu, é que uma parte da Terra em chamas, será lançada na Terra em chamas. A parte será lançada no todo. O todo absorverá a sua própria parte.
       Talvez os adventistas tentem se defender dizendo que neste caso, lançar as duas bestas, ou seja, os Estados Unidos e o papado no lago de fogo, equivale a dizer que estes dois sistemas serão definitivamente extintos. Neste caso, o vocábulo lago de fogo não diz respeito ao fervente lago, em o qual a Terra será transformada. Antes, diz respeito a um fogo simbólico. Assim: Como o lago de fogo literal destruirá tudo que houver nele, a eliminação desses sistemas antes do milênio, é comparável a lançar algo literal na fogueira literal em que se converterá a Terra depois do Milênio. A Bíblia nos falaria, então, de dois lagos de fogo __ um literal e outro figurativo. Mas se inventarem esse argumento, retruquemos que, nessa hipótese, o lago de fogo que exterminaria com os sistemas Norte-americano e o papado, não seria o mesmo no qual o diabo será lançado depois do milênio. Entretanto, Ap 20.10 diz que se trata do mesmo lugar. Veja: “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.” (ARA __ Almeida Revista e Atualizada. Grifo nosso).
       Se o fato de os Estados Unidos e o papado serem alegoricamente lançados no simbólico lago de fogo antes do milênio, significasse apenas o fim desses sistemas, então poderíamos dizer que quando, mais de mil anos após, o diabo tivesse a mesma desdita, ele não encontraria lá os seus precursores, visto que, nessa hipótese, eles já teriam sido extinguidos há mais de mil anos. Entretanto, o trecho bíblico ora analisado nos diz que o diabo será lançado “onde já se encontram [...]”. “Encontram” é presente, e não pretérito. Logo, eles ainda estavam lá, e, por conseguinte, ainda não haviam sido extintos. Além disso, o texto diz que eles “serão atormentados”. Ora, é possível atormentar sistemas? E se por um desvario, me responderem que sim, pergunto: É possível atormentar sistemas extintos? E se ainda assim me responderem que sim, prometo não formular mais nenhuma pergunta. Já estou satisfeito com as respostas. Não ignoro que quem “procura chifre em cabeça de cavalos” acaba achando vários.

                                                                         ***
(Observação: O parágrafo seguinte é parecidíssimo com o parágrafo acima, mas aborda importantes diferenças. Fique atento).

       Se o fato de os Estados Unidos e o papado serem alegoricamente lançados no simbólico lago de fogo antes do Milênio, significasse apenas o fim desses sistemas, então poderíamos dizer que quando, mais de mil anos após, o diabo fosse atirado para dentro do lago de fogo literal, ele não encontraria lá com o papado e os Estados Unidos, visto que, nessa hipótese, eles (os Estados Unidos e o papado) não teriam ido para o mesmo lago de fogo que o diabo foi mais de mil anos após. Nesse caso, o diabo, a besta e o falso profeta não se encontrariam no lago de fogo por duas razões: a) Eles não teriam ido para o mesmo lago de fogo; e b) um lapso de mais de mil anos separaria os momentos das execuções das sentenças em questão.
       Talvez alguém alegue que uma vez extinto o diabo no fogo literal, dele se poderá dizer que se encontrou com a besta e o falso profeta no fogo simbólico, posto que, embora por caminhos distintos, finalmente chegaram à mesma condição de inexistência. Mas, e o tormento que, segundo a Bíblia, os três elementos em pauta, sofrerão juntos? Ademais, é possível atormentar algo extinto? Existe tormento simbólico? Ora, se existisse um tal de lago de fogo simbólico, no qual pudessem ser “lançados” os Estados Unidos e o papado, lançar no lago de fogo significaria ser extinto. Logo, nem mesmo em termos figurativos se poderia dizer que algo que tenha sido lançado no dito lago de fogo esteja sendo atormentado lá. Sim, se ser lançado no lago de fogo, é ser extinto, de qualquer coisa que for lançada lá, não se poderá dizer que esteja em tormento, visto que, o que não existe, não usufrui de delícias, nem sofre tormento.
       Ap 20.10 serve também para provar a perpetuidade do tormento, pois diz sem rodeios que o mesmo durará “pelos séculos dos séculos” (ARA) ou “para todo o sempre” (ARC). Os que não cedem, nem mesmo diante dos mais sólidos argumentos, certamente “dissecarão” esta locução, apresentando explicações mirabolantes. Mas sugiro que o leitor não se impressione com o canto da sereia. Rogo-lhe pela compaixão de Deus: Não se deixe levar pela avalanche das rabulices exegéticas. Verdadeiramente, àqueles a quem as palavras ainda dizem alguma coisa, este trecho __ “pelos séculos dos séculos” __ parece tão categórico que dispensa comentário.
A crença de que os ímpios serão ressuscitados e condenados ao lago de fogo, onde sofrerão até à morte, colide com Hb 9.27: “[...] aos homens está ordenado morrerem uma só vez” (Grifo nosso). É bem verdade que a Bíblia fala da segunda morte (Ap 20.14). Porém, esta não é física. Doutro modo, a Bíblia seria contraditória. Trata-se, pois, de uma morte espiritual, que é o eterno, definitivo e irreversível banimento da presença de Deus.
       Verdadeiramente, é Grande o Conflito!

4. Por que negam o Inferno?
       Não é sem “bons motivos” que inúmeros “cristãos” fazem enorme carga contra a doutrina do castigo eterno. Considero, abaixo, alguns desses “bons” motivos.

       Por que a verdadeira doutrina bíblica sobre o Inferno é tão polemizada e desdenhada? Certamente que as razões são muitas, mas uma delas deve ser o fato de que o homem não sabe quão grave é o pecado. Compadecidos de nós mesmos, alegamos que não somos tão ruins, para merecermos uma pena tão severa. Sendo assim, uma das medidas que devemos tomar para sabermos a realidade sobre o Inferno, é amarmos a verdade mais do que a nós mesmos.
       Qual é o tamanho da gravidade do pecado? A resposta é que, assim como ninguém (senão a vítima) sabe com exatidão o quanto lhe doeu, moral e fisicamente, o crime que se cometeu contra uma determinada pessoa, só Deus, ultrajado por nossos pecados, sabe o quanto a Sua dignidade é ofendida, quando descumprimos a Sua Lei! Ademais, cabe a Ele (o ofendido), e não a nós (os criminosos), o direito de estipular a forma de desagravo. Deus tem, então, nada menos que quatro razões para rejeitar nossos palpites: a) Quem é a criatura para questionar o Criador?; b) estamos no banco dos réus, e não à tribuna; c) o ofendido é Ele; d) o Juiz é ele; e) não estamos assistindo a um jogo, e sim, ao nosso julgamento. Por tudo isso, e além de tudo isso, não nos deve causar estranheza se a pena estipulada a título de reparação for diferente da que cogitávamos.
       A pena eterna lhe parece severa demais? Saiba que você não é o único criminoso a reclamar da sentença. Todos os delinquentes querem uma Lei frouxa e um juiz palerma. Porém, felizmente não é este o caso do Criador do Universo, o qual não ignora que é o Dono da situação, e põe moral na Sua casa (o Universo), punindo os desordeiros sem permitir que eles determinem o tamanho do rojão. Falo de Deus, cuja Lei justa, santa e boa, não pode ser violada sem graves consequências. Mas, até aonde vão essas “graves consequências”? Até aqui, os sectários das mais diversas ramificações do Cristianismo caminham juntos. Deste ponto em diante, tomamos caminhos diversos, dos quais, alguns são: A) A maioria dos universalistas pregam que os pecadores que não se converterem, serão lançados no Inferno, onde sofrerão as consequências de seus pecados até que a justiça divina se dê por satisfeita. Então, sairão da prisão, para o usufruto da eterna companhia de Deus. Alguns universalistas creem que até o diabo e os demônios serão salvos, após pagarem pelos seus erros. B) O Espiritismo Kardecista é um tipo de Universalismo, pois prega que ninguém será condenado eternamente. Segundo o Kardecismo, mais cedo ou mais tarde, todos nós atingiremos a perfeição moral e intelectual, quando então habitaremos o mundo dos espíritos perfeitos, com os quais seremos felizes pelos séculos dos séculos. C) Os testemunhas-de-jeová, que negam a doutrina da consciência na morte, ensinam que salvar-se é existir feliz com Deus para sempre; ao passo que ser condenado, é morrer sem direito à ressurreição, e, assim, ser extinto. Segundo eles, Judas Iscariotes, que traiu a Jesus, é um dos que não serão ressuscitados. D) E, como sabemos, a crença dos adventistas sobre o destino dos perdidos, tem pouca diferença da dos testemunhas-de-jeová. Já vimos que eles também preferem dar asas à imaginação, a se submeterem à Bíblia. Quanto à sorte dos perdidos, essas duas últimas confissões religiosas palmilham caminhos que, a pesar de distintos, são paralelos, e se unem lá na frente. A maior diferença entre essas duas últimas seitas, quanto à sorte dos perdidos, diz respeito ao fato de que, diferentemente dos testemunhas-de-jeová, os adventistas pregam que todos os mortos serão ressuscitados. E a maior semelhança reside no fato de que os adventistas pregam que os que forem condenados, serão lançados no lago de fogo literal, onde sofrerão até morrer de novo. Logo, de um jeito ou de outro, ambos ensinam que ninguém irá sofrer eterna e literalmente no lago de fogo. Os perdidos simplesmente não existirão. E faltar-me-ia tempo e espaço para dissertar sobre as inúmeras peruadas, emitidas pelos que não sabem que não é da alçada do réu arbitrar sobre sua própria sentença.
       Não nos causa estranheza alguma, quando um ateu, ou um adepto de uma religião não cristã, nos diz que não crê na existência do Inferno. Mas nada é mais inusitado do que um cristão tentando provar através da Bíblia que não há Inferno. Mas, exótico ou não, esse tipo de cristão existe, e os adventistas o são. E como se explica esse fenômeno? A resposta que dou a essa pergunta, é que uma das razões pelas quais há os que, mesmo empunhando Bíblias, negam a existência do tormento eterno, é que, infelizmente, os tais não se norteiam pela Bíblia, embora aparentem fazê-lo. Eles se guiam por uma sentimentalidade carregada dos princípios do Humanismo e do Iluminismo, e alheia à Bíblia. Os tais pensam mais com o coração do que com a cabeça, são muito mais Pensadores do que cristãos, e filosofam mais do que teologizam. Eles têm auto teologia. Além disso, geralmente se põem sob a autoridade dos que se auto nomearam como capazes de pensar por eles. Ato contínuo, aposentam a cabeça. E, a partir daí, perdem a personalidade, tornando-se meros títeres nas mãos de seus manipuladores. Uma das demonstrações disso, é o fato de os adventistas se guiarem cegamente pela senhora White. Essa falsa profetisa é, para os adventistas típicos, portadora de uma autoridade que só vendo. Ela não tem que provar dentro da Bíblia o que está falando. Quem já leu White sabe que ela viajava em seus devaneios. Mas os adventistas não se incomodam com isso, pois creem que Deus fala através de sua pena. Seus ensinos são mistérios até então ocultos, mas agora revelados na instrumentalidade de sua hagiógrafa (Ironizo). E se o leitor duvida, veja estes exemplos:

a) Ela disse que no dia da ressurreição dos justos, o povo de Deus sairá “do túmulo com a mesma altura que tinham quando lá entraram”. (Ellen G. White. A Grande Esperança, Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2 Ed., 2011, p. 90). Após essa fantástica revelação, White nos diz que os ressuscitados irão “crescendo até a estatura completa da raça humana em sua glória original [...]”. (Ibid.). Veja que a profetisa disse que os ressuscitados crescerão até a estatura original, isto é, a estatura que o homem tinha antes de o pecado entrar no mundo. Mas, onde ela arranjou isso? Isso está na Bíblia? Não, trata-se de uma nova revelação de primeira mão. E qual era a nossa estatura original? Minha curiosidade tem sua razão de ser no fato de que ela nada nos informa sobre o que ocorrerá com a altura dos gigantes. Será que nunca houve um gigante que servisse a Deus até à morte? Se não, tudo bem; mas se sim, será que eles sofrerão uma redução em seus tamanhos? Ou crescerão mais ainda? Só White, que já faleceu, poderia responder às minhas argüições! Se ela ainda estivesse entre nós, poderíamos suplicar que ela entrasse nos arcanos do Todo-Poderoso, para nos revelar mais esse enigma.

b) Quem é que, segundo a Bíblia, nos faz lembrar das palavras de Jesus? O Espírito Santo, é a resposta certa (Jo 14.26). White não nega isso, mas acrescenta que “anjos lhes trarão à lembrança as verdades de que necessitam” (Ibid., p. 68). Talvez você queira saber onde está escrito isso, mas essa inquirição é descabida, porque, sendo ela profetisa, já não deve satisfação a nenhum “bisbilhoteiro”.

c) Nada menos fantasiosa é a historieta da rebelião de Lúcifer no Céu, narrada por White. Só lendo a prosa toda para se deleitar com o fantástico conto pueril. É uma mini-odisseia. Sim, White, por ter acesso aos arcanos de Deus, não estava restrita aos contornos internos da Bíblia. Não! E em pleno exercício desse sacro ofício, exarou com a autoridade que lhe era peculiar: “Inúmeras vezes lhe foi oferecido o perdão, com a condição de que se arrependesse e abandonasse seu orgulho”. (Ibid., P.13). Mas, segundo White, Satã rejeitou todas essas propostas de reconciliação que lhe foram oferecidas por Deus; por cujo motivo, está fadado à extinção no fervente lago de fogo. Heureca!

d) À senhora White, foi revelado por Deus, que, além da Terra e do Céu, há outros mundos habitados. (Ibid., pp. 14, 15, 17). Sim, leitor, os ET’s existem. E sei disso porque li White. Em Eram os Deuses Astronautas? admite-se essa possibilidade, mas em O Grande Conflito e em A Grande Esperança, a dona White bate o martelo.

e) Com que objetivos Cristo veio à Terra? Para que você possa dar uma resposta ex-cátedra a esta pergunta, você não pode ser desses bitolados que, limitando-se ao estudo da Bíblia, não lê os escritos sagrados de White. Não! Só depois que li White, fiquei sabendo que “[... não foi meramente para salvar o ser humano que Cristo veio à Terra e morreu. Ele veio para demonstrar a todos os mundos que a Lei de Deus é imutável”. (Ibid., p. 17. Grifo nosso). Ufa!

f) Agora, para fechar com chave de ouro, franqueio a palavra ao réu, para que o leitor o ouça ratificar nossa denúncia, confessando o crime de que o acusamos: “Cremos que... Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos que a qualidade ou grau de inspiração de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas”. (Revista Adventista. Fevereiro de 1984, p. 84).
       Preciso dizer mais alguma coisa? Creio que provei que os adventistas não se orientam só pela Bíblia; e que, sendo assim, está explicado. Para eles, a Bíblia é a Palavra de Deus, e os livros de Ellen White, um comentário inspirado desta Palavra, acrescido de novas revelações. E a inspiração desse Comentário “Bíblico” Whiteano é tal qual a inspiração do texto comentado, ou seja, é igual à inspiração da Bíblia. Sim, o que em Teologia chamamos de Inspiração Verbal e Plena, inspiração esta exclusiva da Bíblia, o Adventismo o confere também aos escritos nefandos de sua papisa. Mas, para que o dito fique pelo não dito, eles dizem com o outro canto da boca, que os escritos de Ellen White são uma luz menor que nos ajudam a assimilar a luz maior, que é a Bíblia (A Orientação Profética do Movimento Adventista, p. 108). Mas os livros da dona White são uma luz menor em relação à Bíblia, ou são do mesmo peso da Escritura? Se você se perguntou assim, então você não é bobo não. Contudo, deixemos isso para o capítulo 9. Por ora me detenho em demonstrar que uma das razões pelas quais os adventistas, embora se digam cristãos, negam o tormento eterno, é porque não vão direto à Bíblia; antes, se deixam interpor pelos livrescos espúrios da pioneira White.
       Ler outros livros além da Bíblia não é nem um pouco errado. Mas sucumbir-se sob livros heréticos, é catastrófico. Principalmente quando os admitimos imprescindíveis à assimilação dos ensinos bíblicos, ou (pior ainda) em pé de igualdade com a Escritura. Logo, a postura adventista, de creditar aos livros da senhora White, a confiança devida somente à Bíblia, só poderia dar no que deu: a negação de doutrinas claramente esposadas pela Bíblia, como é o caso da questão tratada neste capítulo __ a consciência na morte e o tormento eterno reservado aos ímpios e aos anjos caídos.
       Acho que já deixei saltar à vista que a dona White empreendeu provar que a crença no tormento eterno não resiste a um confronto com a Bíblia. Doutro modo, não teria sentido algum eu dizer que o porquê de os adventistas rechaçarem a crença na eternidade da pena que será aplicada aos ímpios é o fato de preterirem a Bíblia e priorizarem as obras da senhora White. Logo, este capítulo não cumpriria sua sublime missão se não exibisse pelo menos um dos “álibis” cunhados pela heresiarca em apreço, em defesa de seu postulado extintivo. Postulado este, que o diabo lamenta não ser verdade. Estou errado? Não, certamente. Porventura, ser despojado de existência, ingressando assim no olvido intérmino, não é infinitamente melhor do que ser supliciado eternamente?
       Passemos à prometida “exposição da Bíblia”, feita por White, no seu inglório afã de provar que os ímpios, ao invés de serem supliciados para sempre, serão apenas privados de existência e imergidos no olvido intérmino. Sim, a pioneira do Adventismo recorreu à Bíblia, objetivando autenticar a ortodoxia de sua teoria do aniquilamento. Então citou e comentou diversas passagens bíblicas, das quais pinço, por ora, apenas três:

Primeira citação: White não só tinha livre acesso ao recôndito dos enigmas celestiais, do qual, amiudadamente regressava de mancheia, trazendo revelações da última fornada, quentinhas, como também interpretava de modo ímpar, antigas verdades consignadas na Bíblia. Um dos exemplos disso é o versículo 7, do salmo 37: “Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio; procurarás o seu lugar e não o acharás.” (Ellen G. White. O Grande Conflito. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 12 Ed., 1996, p. 323. Grifo nosso). Servindo-se do fato de o texto em apreço dizer que o ímpio “já não existirá”, White pretende provar que Deus prefere aniquilar o ímpio, a submetê-lo às torturas eternas do suposto inferno de fogo ardente. Mas, ao fazer isso, o que ela prova mesmo é que de Bíblia ela não sabia bulhufas nenhumas. Sua Teologia era de uma pobreza franciscana.
       Duas, das dezenas de disciplinas que constituem as grades curriculares das Faculdades de Teologia, intitulam-se Teologia do Antigo Testamento e Teologia do Novo Testamento. Quem quer que tenha examinado os tratados que compendiam essas matérias, sabem que este salmo visava, em primeira mão, instruir os judeus para esta vida, mostrando-lhes que se fossem fiéis a Deus, além de não serem expulsos de sua Pátria, gozariam de longevidade e prosperidade temporal. O sumidiço do ímpio, de que trata o salmo em lide, não deve ser entendido em termos escatológicos, ou seja, não se trata de uma predição de que os que forem condenados ao lago de fogo serão despojados de existência e subsequente consciência; mas sim, como uma advertência secular, isto é, por se rejeitar a impiedade, morrer-se-á farto de dias bem vividos. O texto é uma advertência para o tempo atual. É algo para este mundo. É algo para a vida no mundo considerado sob seus aspectos materiais, utilitários e profanos, embora sob a bênção do Deus de Israel. A Bíblia não ensina apenas o caminho para o Céu, mas também nos dá o roteiro para a vida presente. Acatando-o, viver-se-á muito, e bem. Só em segunda instância e à base de aplicações, se pode extrair lições escatológicas do salmo em apreço. À luz do contexto, “Mais um pouco de tempo, e já não existirá o ímpio”, fala da transitoriedade desta vida. As razões, pelas quais o ímpio passará, são duas: a) todos passam, inclusive o justo. b) Quem não serve a Deus, especialmente quando se desembesta para as orgias, tem tudo para morrer mais cedo. Eu mesmo conheci pessoas mais jovens do que eu, que, devido ao pecado, já não existem, isto é, já se foram desta vida. Procurei os seus lugares, e não os achei, pois já não lhes pertencem. Logo, para que ser ímpio? Para que os falsos prazeres do pecado? De que valem as propinas? Qual o proveito do tráfico de influência? Por que não servirmos ao Senhor? Isto posto, “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade. Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde”. (Sl 37.1-2).

Segunda citação: Gn 3.19: “A sentença divina: ‘Tu és pó, e em pó te tornarás’__ indica completa extinção da vida.” (O Grande Conflito, capítulo 33, p. 538. Edição Condensada). À luz do contexto se vê que com estas palavras, White pretendia provar que o ser humano não é inerentemente eterno, e, portanto, suscetível de destruição. Mas este versículo trata da morte física e da subsequente destruição do corpo, na atual conjuntura, e não do destino póstumo da alma no Período Intermediário, nem tampouco do veredicto que terá lugar no dia do Juízo Final. O trecho generaliza a sorte de Adão e sua prole no tempo probatório desta vida, não de nosso futuro escatológico. Sendo assim, é impróprio lançar mão deste versículo para provar que além de não haver consciência póstuma, haverá aniquilamento no lago de fogo no Dia Final. Similarmente ao salmo 37.10, Gn 3.19 também é secular, ou seja, é algo para a vida no mundo considerado sob seus aspectos materiais. Logo, não prova o que White pretende. Sei que o homem tem uma alma que sobrevive à morte física porque encontrei na Bíblia vários versículos que dizem isso; e, é claro, Gn 3.19 não é um dos tais. Esta passagem não trata deste assunto. Este versículo não diz se há ou não, vida depois da morte. Se a Bíblia fosse constituída de apenas Gn 3.19, que saberíamos, senão que a morte é o fim, e que, portanto, nada há além disso?

Terceira citação: “Os princípios do governo divino estão em harmonia com os preceitos do Salvador: ‘Amai vossos inimigos.’ S. Mateus 5:44.” A ideia retida no contexto deste fragmento é o seguinte: O Deus que nos manda amar nossos inimigos, não faz menos do que isso. Ele ama aos seus inimigos com terno amor e misericórdia. E estes princípios de misericórdia e amor são um transunto do caráter de Deus, isto é, Ele não toma medida alguma que não se harmonize com estes princípios. Isto posto, Ele pune sim, o diabo, os demônios e os ímpios, mas sem abrir mão destes princípios que Lhe são inerentes. Consequentemente, como Ele castigará o pecado? Submetendo os pecadores às torturas intérminas do imaginário Inferno inventado pelo diabo e perpetuado mediante os púlpitos das igrejas evangélicas que, por sua vez, herdaram isso da Igreja Católica? Não, absolutamente, mas aniquilando os pecadores! Estes, experimentarão uma morte da qual não haverá recobro. Deixarão de existir para nunca mais voltar à existência. Deus irá mergulhá-los no infindo olvido.
       A exposição supra é “bonitinha”, mas é antibíblica. E se é oposta à Bíblia, então não retrata a verdade sobre esta questão. Está claro nas páginas Bíblia que o pecado é suficientemente grave para não merecer nenhum gesto de misericórdia. A adição de qualquer pitada de misericórdia ao castigo de que o diabo se fez jus, adultera o vinho da ira de Deus, e, portanto, não satisfaz a justiça de Deus, justiça esta que reclama mais rigor e clama por medida mais enérgica. A Bíblia diz que “o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia” (Tg 2.13). Veja que o texto não nos ilude, dizendo que “o juízo contém muitas misericórdias”, ou que “o juízo contém pouca misericórdia”, etc.; antes, nos expõe a verdade nua e crua de que Deus já respondeu positivamente ao clamor por justiça, clamor este que ecoa de Seu próprio Ser, mandando fazer a resposta jazer nas páginas da Bíblia, que o tormento será eterno (Mt 25.46; Ap14.9-11; 20.10; 21.8; 22.15). E quem prega algo diferente disso, está vendendo gato por lebre.
       Outra passagem bíblica que protubera o rigor da justiça divina para com os que rejeitam o amor que se descortinou no Calvário, é Ap 14.9-12: “[...] Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou na mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não tem descanso algum, nem de dia nem de noite [...].” (Grifo nosso).
       Como já sabemos, os adventistas creem que no Dia do Juízo a ira de Deus contra o pecado será mesclada com Sua bondade, amor e misericórdia. Mas a Bíblia diz que o vinho será servido sem mistura. O vinho não será servido com amor, bondade e misericórdia, mas sim, sem mistura. Quanto à temporalidade da pena, defendida pelos adventistas, é desmentida com a locução “pelos séculos dos séculos”. E finalmente, o dispositivo chamado aniquilamento, que tornaria funcional a cessação dos sofrimentos, nos é apresentado como inexistente, na locução “descanso algum.” Convenhamos que para quem está se contorcendo sob dilacerantes dores capazes de levá-lo a estarrecedores urros, a aniquilação seria um desejável e inegável descanso. Além disso, não se pode dizer de quem sequer existe, que o mesmo “não tem descanso algum, nem de dia nem de noite” e “pelos séculos dos séculos”. O que é não ter descanso? É não existir? Isso não é apenas brincar com as palavras; é, antes, brincar com a Palavra. Sim, leitor, o Adventismo brinca com a Palavra de Deus. Sabemos que há adventistas sérios, os quais pregam o aniquilamento por serem vítimas da pioneira de sua seita, e não por desdém à Palavra de Deus. Mas o Adventismo, como sistema, faz mais do que brincar com a Bíblia.
       Terão, os que se rebelam contra Deus, um fim que de nada difere do daqueles que nunca existiram? A resposta teria que ser positiva, se a doutrina do aniquilamento não fosse falsa. Mas o fato de Jesus, referindo-se a Judas, dizer que “Melhor lhe fora não haver nascido” (Mt 26.24), prova que esse traidor não está fadado a mergulhar no olvido eterno, que é morrer de novo literal e fisicamente, visto que quem deixou de existir não está melhor e nem pior do que quem nunca existiu, e sim, na mesmíssima condição ou estado.
       Lembre-se: Quem rejeita “água” pura (Ap 22. 17) beberá “vinho” puro (Ap 14.10). Cuidado, pois.

4.2. Segundo motivo
       O dinheiro também fala muito alto aos avarentos. Embora, para evitar juízo temerário, eu não deva apontar esse ou aquele outro, tachando-o de “avarento que se vendeu para o diabo”, não podemos ignorar que os tais existem, e que eles querem fazer negócio de nós. Portanto, não se deixe guiar cegamente pelos “eruditos” que se escondem por detrás de um florido frasal, com segundas intenções. Seja um bereano (At 17.11).

5. Tolerante, mas intransigente
Crer ou não no sofrimento eterno dos perdidos, não interfere na salvação de ninguém, visto que ao crermos em Cristo recebemos a anulação da pena reservada aos ímpios, independente de a mesma ser interminável ou temporal. Contudo, vale a pena sabermos a verdade sobre este assunto, pois é tema bíblico; e, portanto, importante. Por exemplo, quanto maior a perdição da qual Cristo nos salvou, maior é o livramento que Ele nos deu. Esse conhecimento amplia a nossa visão acerca da graça que demanda da cruz, posto que nos possibilita uma maior compreensão do valor do sacrifício substitutivo que Jesus efetivou na cruz. No fato de o Seu sacrifício nos livrar de uma pena infinita, temos mais um indicativo da infinitude do valor do Seu sangue remidor. E este conhecimento não é importante?
Não sou queixo duro, mas também não transijo com os falsos profetas. A verdade, além de ser inegociável, deve ser exposta.
                                                                        ***
       Os motores que me impulsionaram à redação destas linhas são: 1) o Adventismo ataca os que pregam que o tormento eterno é real, tachando-nos de hereges: “[...] aceitaram esta heresia de Roma [...].” “(O Grande Conflito, Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 12 Ed., 1996, p. 319. Edição condensada. Grifo nosso). Ora, visto que ao réu deve ser dado o direito de defesa, reivindico-o, e o exerço neste compêndio; 2) salvo as exceções, os adventistas nos atacam por zelo sem entendimento (Rm 10.2), e não por maldade. Ora, um gesto tão altruístico merece ser correspondido. Não podemos admitir que os adventistas amem sem ser amados. Amor se paga com amor. É dando que se recebe, eles deram e dão e, então, tomem minhas ponderações; 3) segundo o Adventismo, a doutrina do tormento eterno denigre a imagem de Deus: “O mal tem sido promovido pela heresia do tormento eterno. A religião da Bíblia, repleta de amor e bondade, é obscurecida pela superstição e revestida de terror. Satanás tem esboçado o caráter de Deus em cores falsas. Nosso misericordioso Criador é receado, temido e até mesmo odiado. As opiniões aterrorizadores acerca de Deus, que pelos ensinos do púlpito são espalhadas ao mundo, têm feito milhões de céticos e descrentes.” (Ibid., pp. 318-319). Porém, creio no oposto. À luz da Bíblia, a pena eterna, longe de ser exagero, maldade, crueldade, tirania, etc. (como o entendem os adventistas), é uma medida que santifica o nome de Deus. Opor-se a isso, é o mesmo que ignorar a magnitude de Deus e de Sua Lei. Equivale a lisonjear e afagr o pecado. Negar que o pecado merece a penalidade eterna é subestimar a magnificência do Ser ultrajado pelo pecado, que é Deus. Quem entende que o pecado não é tão grave, deve pensar que o sangue de Cristo não é tão necessário. E, sendo assim, quem está denegrindo a imagem da Pessoa de Deus são os adventistas, e não nós. Negar o tormento eterno soa bem aos ouvidos de todos os que não percebem a transcendental santidade de Deus, mas é uma atitude sacrílega diante de Deus, dos anjos e dos que conhecem a Bíblia. Tal se dá porque, como bem o disse Lutero, “o pecado é crime de lesa majestade”, para o qual todo o castigo é pouco. 4) já que Deus me quer na Sua Obra, desmascarando os falsos profetas e, por conseguinte, socorrendo os incautos, aqui estou a trabalhar.
       Creio que com a exposição supra, reduzi a frangalhos a infernal cidadela do Adventismo. E tomara que o leitor se dê por avisado antes que seja tarde demais.




A RESPEITO DO SANTUÁRIO CELESTIAL



       No presente capítulo discorro sobre uma das doutrinas do Adventismo do Sétimo Dia, intitulada Juízo Investigativo e Purificação do Santuário Celestial.

1. Quando Jesus entrou no Santo dos Santos?
Segundo os adventistas, Jesus, de Sua ascensão ao Céu até 1844, oficiou no primeiro compartimento do Santuário Celestial. Mas, a partir de então (1844), Ele oficia no segundo compartimento, que é o Santo dos Santos. Para ser claro, sintético e objetivo na refutação a essa heresia, transcrevo Hb 9.12, da ARA (Almeida Revista e Atualizada): “Não por meio de sangue de bode e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção”. (Grifo nosso). Isto prova cabalmente que Cristo entrou no Santo dos Santos no século I, e não no século XIX.
(NOTA: opto pela versão acima identificada, porque a mesma, usando de maior fidelidade ao original, por considerar o vocábulo original hagia, à luz do contexto, registra “Santo dos Santos” e não “santuário”, como o faz a ARC [Almeida Revista e Corrigida]).
Talvez os “eruditos” adventistas questionem parecer, alegando que Hb 9.12 está mal traduzido na ARC, visto que o vocábulo original traduzido por Santo dos Santos é HAGÍA (lê-se raguía [Neste caso o “r” tem o valor do “h”, em inglês, ou do “j” em espanhol]), que significa santuário, e não HAGÍA HAGÍÔN (lê-se raguía raguíon), que significa Santo dos Santos. Mas, se apresentarem esse frágil argumento, ajude-os a compreenderem que tanto o primeiro compartimento do tabernáculo, quanto o segundo, são chamados de santuários no original. Para vermos isto, basta lermos, no original, ou até mesmo na Edição Revista e Corrigida, Hb 9.25, que diz textualmente que “o sumo sacerdote cada ano entrava no santuário”. (Grifo nosso). Que santuário é este? Não está claro, à luz de Hb 9.7, que o santuário de Hb 9.25, é o Santo dos Santos? E, se a palavra santuário em Hb 9.25, designa o Santo dos Santos, por que esta mesma palavra, constante de Hb 9.12, não pode estar aludindo ao segundo compartimento, chamado de Santo dos Santos?
À luz de todo o capítulo 9 da Epístola aos Hebreus, se pode ver que o tabernáculo era dividido em dois compartimentos, e que cada um dos mesmos era chamado de tabernáculo, bem como de santuário. Assim sendo, além do segundo compartimento possuir um nome exclusivamente seu, a saber, o de Santo dos Santos, tinha mais dois nomes em comum com o primeiro, a saber, santuário (Hb 9.25) e tabernáculo. O segundo compartimento é chamado também de Segundo Tabernáculo (9.2,3,6,7).
Diz mais a Bíblia: “... até ao interior do véu onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote...” (Hb 6.19-20). Esta é mais uma prova bíblica de que, nos dias do autor da Epístola aos Hebreus, Jesus já havia entrado no Santo dos Santos. O trecho diz textualmente: “... Jesus... entrou...”. E onde foi que Jesus entrou? O texto em apreço responde: “... até ao interior do véu...”. A que véu se refere aqui? Sabemos que existiam no Tabernáculo dois véus: o que ficava na porta de acesso ao Santo Lugar, que é o primeiro compartimento do santuário; e o que separava o primeiro compartimento do segundo, chamado de Santíssimo Lugar, Santo dos Santos, e Segundo Tabernáculo.
Já que existiam dois véus, de qual deles trata Hb 6.19-20? A resposta honesta, é que sempre que a Bíblia liga um episódio ao segundo véu, este é chamado de “o véu”. Por exemplo, qual foi o véu que, segundo Mt 27.51 “se rasgou... de alto abaixo”? Naturalmente, o segundo véu. Com esta conclusão a senhora White concordava em gênero e número. Senão, vejamos: “... ao irromper dos lábios de Cristo o grande brado: ‘está consumado’, oficiavam os sacerdotes no templo... Com ruído rompe-se de alto a baixo o véu interior do templo, rasgado por mão invisível, expondo aos olhares da multidão um lugar dantes pleno da presença divina. Ali habitava o shekinah. Ali manifestava Deus, sua glória sobre o propiciatório; ninguém, senão o sumo sacerdote, jamais erguera o véu que separava esse compartimento do resto do templo. Nele penetrava uma vez por ano para fazer expiação pelos pecados do povo. Mas eis que esse véu é rasgado em dois. O santíssimo do santuário terrestre não mais é um lugar sagrado...” (Ellen G. White. O Desejado de Todas as Nações, p. 564, grifo nosso). Ora, se o véu mencionado em Mt 27.51 é o véu interior, por que o véu abordado em Hb 6.19-20 não pode ser aquele mesmo véu? E se este véu é o véu interior, então Jesus entrou no Santo dos Santos quando ascendeu ao Céu, no século I.

2. O porquê da historieta
A historieta da purificação do santuário a partir de 1.844 presta-se tão somente para cobrir o vergonhoso passado dos adventistas. Isto só lhes será necessário até que assumam que erraram e se retratem, como bem o fez Willian Miller, o homem, de cujas heresias nasceu o Adventismo.
Simplificando, a heresia acerca da purificação do Santuário Celestial nasceu assim: Um pregador batista, chamado Willian Miller, interpretando erradamente Dn 8.14, concluiu que a Terra, qual santuário profanado desde a queda de Adão e Eva, seria purificada dentro de um período de 2.300 anos, a contar do ano 457 a.C. Esta matemática leva ao ano de 1844 d.C. Assim: Do ano 457 a.C. ao ano 1 a.C., temos 456 anos. Do ano 1 a.C. ao ano 1844 d.C., temos 1844 anos. E a soma destes valores (456+1844) corresponde a 2.300 anos. Logo, se subtrairmos 456 de 2300, obtemos 1.844. O referido Miller concluiu então que Jesus voltaria à Terra em 1844 para purificá-la e transformá-la em paraíso, como no princípio. Chegou e se foi o aprazado ano, mas Jesus não veio conforme o esperado. Miller refez os cálculos, e aventurou mais duas datas, mas em nenhuma das quais, Jesus veio. Então ele reconheceu o seu erro e, arrependido, reconciliou-se com sua ex-igreja, onde permaneceu fiel e humilde até a morte. Porém, um dos seguidores de Miller, chamado Hiran Edson, disse que a interpretação de Miller, errada quanto ao local, estava certa quanto à data. Segundo ele, até 1844, Cristo havia oficiado no primeiro compartimento celestial chamado Santo; a partir daí, Ele passou para o compartimento chamado Santo dos Santos, e se pôs a purificá-lo.
Sobre a aritmética acima, os adventistas cometem os seguintes equívocos: Primeiro: Associam arbitrariamente Dn 8.14 com 9.25. Segundo: pensam que o ponto de partida apontado pelo anjo em Dn 9.25, que diz que “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”, é o ano 457 a.C. Mas a História Universal deixa claro que isto ocorreu em 445 a.C. O que se deu em 457 a.C., foi a restauração do culto, a cargo de Esdras (Ed. 7). Basta lermos o segundo capítulo do Livro de Neemias, para vermos que a ordem para reedificar a cidade de Jerusalém foi expedida no ano vigésimo do rei Artaxerxes. E ainda estou para ver uma enciclopédia que diga que essa data não foi o ano 445 a.C. Realmente, o evento do qual trata Esdras 7 se deu em 457, mas a questão aludida em Dn 9.25, que é o ano do ponto de partida para a contagem das 70 semanas, é o que ocorreu em Ne 2. O versículo 5 o diz textualmente: “... peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique”. Assim, os adventistas cometem dois erros ao mesmo tempo: erram por associarem arbitrariamente os capítulos 8 e 9 de Daniel, e erram por acharem que o ponto de partida do qual trata Dn 9.25 é o tema de Esdras 7, quando já vimos que só o episódio de Neemias 2 satisfaz as exigências. Terceiro: Segundo os adventistas, as 2300 tardes e manhãs equivalem a “2300 dias proféticos, isto é, 2300 anos”. Ora, segundo Gn 1.5, uma tarde e uma manhã correspondem a um dia; logo, 2300 tardes e manhãs equivalem a 1.150 dias. Sim, porque para 2300 dias necessitamos de 2300 tardes + 2300 manhãs. Veja que Dn 8.14 tão somente está dizendo que se se somar as tardes às manhãs, chega-se ao número 2300. Ora, se uma tarde e uma manhã são um dia, então, duas tardes e duas manhãs, ou seja, quatro tardes e manhãs, correspondem a 2 dias. E se 4 tardes e manhãs são 2 dias, desnecessário se faz sermos peritos em matemática para sabermos que 2300 tardes e manhãs são 1150 dias. Deste modo, mesmo adventistando estes dias, para que correspondam a 1150 anos, e determinando aleatoriamente que o ponto de partida é o referencial indicado em Dn 9.25, e, equivocadamente, localizando o dito ponto de partida, em Esdras7, que data de 457 a.C. (e não acertadamente em Ne 2, que data de 445 a.C.) não chegamos a 1844 d.C., e sim, ao ano 694 d.C.. Veja esta aritmética:

1150
-456
694

A profecia de que trata Dn 8.14 se cumpriu em 165 a.C. Trata-se de 1150 dias, e não de 2300 anos. Refere-se ao período em que o rei Antíoco Epifânio, inimigo dos judeus, decidiu exterminá-los, juntamente com a religião deles. Ele profanou o templo dos judeus, chegando a sacrificar sarcasticamente um porco sobre o altar. Esta profanação, prevista em Dn 8.12-13, durou apenas o tempo previsto em Dn 8.14, isto é, 1150 dias (ou seja, três anos e meses). É que Judas Macabeus, com a ajuda de Deus, obteve vitórias sobre Antíoco e seu exército. Esta história está registrada em I Macabeus (ou Macabeus A), livro apócrifo existente nas Bíblias católicas. Este é apenas um livro histórico de grande valor, pois não é a Palavra de Deus. Porque há dois livros com este nome, são chamados de Macabeus A e Macabeus B).
Talvez, o leitor não tenha entendido o porquê de afirmarmos que 2300 tardes e manhãs são 1150 dias. Por que o número de dias corresponde exatamente à metade do total das tardes e manhãs? O raciocínio é o seguinte: Se alguém disser que na empresa tal trabalham 2000 homens e mulheres, não se deve entender que trabalhem lá 2000 homens e 2000 mulheres, e, sim, que a soma dos homens e mulheres que lá trabalham corresponde a 2000 pessoas. De igual modo, 2300 tardes e manhãs não são 2300 tardes + 2300 manhãs. E como 1 tarde + 1 manhã correspondem a 1 dia, 2300 tardes e manhãs equivalem, portanto, a 1150 dias.
Ainda na tentativa de provar que as 2300 tardes e manhãs não perfazem 1150 dias, a Revista Adventista, de março de 1973, alega que a profanação do santuário causada por Antíoco Epifânio durou, na melhor das hipóteses, 1130 dias, mas nunca, 1150 dias, tempo este, exigido pela profecia, se as 2300 tardes e manhãs correspondessem realmente a 1150 dias. Resposta: De fato, se formos rígidos aritméticos, jamais acharemos o número exato, ao basearmos em I Macabeus 1.57; 4.52. Para este problema, sugiro duas possíveis soluções: Primeira: Macabeus, embora sejam livros históricos de grande valor, não gozam de infalibilidade, visto não gozarem da Inspiração Verbal e Plena. Por conseguinte, podemos até citá-los de passagem, sem nos esquecermos que o nosso “cavalo de batalha” é a Bíblia. É ela que dará a palavra final. Segunda: os números, na Bíblia, são, às vezes, arredondados, ou para mais ou para menos. Há vários exemplos disso. Contudo, veremos agora somente um caso. Em Gn 15.13, Deus disse que os descendentes de Abraão habitariam no Egito por 400 anos. Mas Êx 12.40-41; Gl 3.17, nos informam que o tempo exato foi de 430 anos.
Que o período da profanação aludida em Dn 8.13-14, são de 1150 dias, é posição defendida quase que por unanimidade pelos mais abalizados peritos bíblicos. Por exemplo, o comentaristas da Bíblia de Estudo Pentecostal, explica Dn 8.14 assim: “a purificação do santuário ocorreu três anos e dois meses depois de o altar do Senhor ter sido removido por Antíoco. Cada par de ‘tardes e manhãs’ representa um dia literal (...) Assim, o período decorrido foi de 1150 dias”.
É oportuno informar que as tardes e manhãs de Dn 8.14 correspondem às nove horas da manhã e às três da tarde, já que o contexto fala de sacrifícios, e era nestes horários que se sacrificava ao SENHOR. Isto, porém, em nada altera o nosso raciocínio anterior, segundo o qual, 2300 tardes e manhãs representam 1150 dias; visto que, de qualquer forma, continuamos tendo 2300 tardes e manhãs.

3.Os últimos dias começaram há quase dois mil anos
Os adventistas, às vezes tentam contradizer a interpretação da profecia de Dn 8.14, que se cumpriu no século II antes de Cristo, citando Dn 8.26, que diz que a profecia só se cumpriria depois de muitos dias. Estes “muitos dias” são, segundo eles, uma referência ao final dos tempos. “Assim sendo”, dizem eles, “não pode ter se cumprido antes de Cristo vir ao mundo”. Assim argumentam para esticarem a data até 1844 e deste modo cobrirem o seu vergonhoso passado. A desconcertante matemática dos adventistas seria desnecessária se a Sra. White e seus correligionários, que fundaram o Adventismo, seguissem o belo exemplo de Miller, que humildemente confessou que errou e voltou à sua igreja, pedindo perdão a Deus e aos irmãos em Cristo. Ele foi humilde até a sua morte.
Realmente, não precisamos esticar “os muitos dias” de Dn 8.26 até 1844. Há várias profecias para os últimos dias que se cumpriram há quase 2000 anos. Por exemplo, o profeta Joel profetizou que nos últimos dias o Espírito Santo seria derramado sobre toda carne (2.28). Esta profecia se cumpriu há quase 2000 anos (At. 2.16). A promessa de enobrecer as terras de Zebulom e de Naftali foi feita para os últimos tempos (Is 9.1-2). Não obstante, porém, cumpriu-se há quase 2000 anos, segundo Mt 4.14-16.

4. Por que tanta morosidade?
O que os adventistas chamam de “purificação do santuário celestial”, intitulam também de Juízo Investigativo. Creem eles que os pecados dos que morreram fazendo a vontade de Deus, embora perdoados, não estavam cancelados, pois permaneceram no livro de registros pelo menos até 1844. A partir daí, Cristo está investigando caso a caso e, pouco tempo após concluir esta investigação (a qual inclui todos os vivos [cristãos e não-cristãos]), Ele virá buscar a Sua Igreja. Assim se vê que os adventistas têm uma ideia muito pequena da Augusta Pessoa de Jesus. Pense nestas perguntas: 1) será que o onisciente e onipotente Jesus levaria tantos anos para examinar estes casos? Hoje são 11 de março de 2007, e, portanto, já faz 163 anos que tudo começou (2007-1844= 163); 2) será que no Céu existe, literalmente, uma pilha de livros? 3) será que quando a Bíblia diz que todas as ações dos homens estão sendo registradas em livros, livros estes que serão abertos no Dia do Juízo, não quer dizer apenas que Deus está atento a todos os nossos atos, e que responderemos por todos os nossos feitos? Imaginar Deus de caderninhos na mão, fazendo anotações (ou encarregando os anjos de fazê-lo, como o supõem os adventistas), é ter uma péssima ideia de Deus.

5. Ranço de Santa Sé
Esse negócio de pecado perdoado, mas não cancelado, pregado pelos adventistas em O Conflito dos Séculos, pp. 488-489, e Nisto Cremos, p. 418, é doutrina estranha à fé cristã. Isso cheira a Santa Sé (Catolicismo). Biblicamente, não há diferença entre perdão e cancelamento de pecado.

6. Início do trabalho conclusão da obra?
Como sabemos, os adventistas pregam que a purificação do santuário celestial iniciou-se em 1844. Mas o que está previsto em Dn 8.14, é a purificação, e não o início da purificação. Não se diz lá: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e iniciar-se-á a purificação do santuário”. O que está escrito lá é que “até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado”, isto é, dentro deste período, dar-se-ia a purificação do Santuário. Atentemos para o fato de que o versículo 14 do capítulo 8 de Daniel é a resposta à pergunta formulada no versículo 13; e a referida pergunta não foi: “Quando se iniciará a purificação?...”. Mas sim: “Até quando durará... para que seja entregue o santuário, a fim de serem pisados?”. É bom sabermos qual foi a pergunta, pois facilita a compreensão da resposta. Além disto, já vimos acima que a resposta não foi: “Iniciar-se-á a purificação”, mas sim, “e o santuário será purificado”. Logo, se as coisas fossem como os adventistas pensam, o Juízo Investigativo teria iniciado em 457 a.C., e terminado em 1844. E, sendo assim, Hiran Edson cometeu uma enorme gafe, quando disse que em 1844 Cristo entrou no Santo dos Santos, para iniciar a purificação do mesmo.
Edson poderia, “apoiando-se” em Hb 9.7,12,25, ter dito que Cristo, desde de que foi assunto ao Céu, estivera a purificar o Santo dos Santos até 1844, quando, então, concluiu a Obra. Isso se harmonizaria melhor com Dn 8.14. Mas, por que ele não disse isso? Resposta: Considerando que os adventistas pregam que “Cristo virá pouco tempo após o término da purificação do Santuário Celestial”, e que, “a partir do fim da dita purificação, a Porta da Graça se fechará”, ou seja, “não haverá salvação para os vivos que, até então, não tiverem se convertido ao Evangelho”, como explicar o fato de que em 1860 (ano da fundação oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia), 16 anos após a conclusão da Obra de Purificação do Santuário, Jesus ainda não havia vindo? Além, disso, como empreender a conquista de novos adeptos, se a Porta da Graça fechara em 1844? Por tudo isso, era conveniente dizer que em 1844, a Purificação do Santuário tinha apenas começado.

7. O trono de Deus não é santíssimo?!
Os adventistas afirmam, como já sabemos, que Jesus esteve até 1844 oficiando no compartimento chamado “Lugar Santo” e que, a partir de então, Ele passou para o compartimento chamado "Lugar Santíssimo" ou "Santo dos Santos". Ora, sabemos pela Bíblia que Jesus, ao subir ao Céu, assentou-se à destra de Deus no seu trono (Mc 16.19, Ap 3.21). Ora, será que há no Céu algum lugar mais santo do que o outro? E se há, será que há algum lugar no Céu mais santo do que o trono de Deus? Obviamente que não, mas os adventistas querem pôr isto na nossa cabeça, quando nos dizem que a partir de 1844 Cristo passou do Lugar Santo para o Lugar Santíssimo.

8. Quando que o pecado será cancelado?
Incoerência é o que não falta nos escritos da senhora White. Já vimos que ela afirmou que os pecados dos verdadeiros servos de Deus que morreram na graça, estavam, estão e estarão perdoados, mas não cancelados, até que seus casos sejam averiguados por Jesus, o que se dará durante o Juízo Investigativo que o Senhor Jesus Cristo empreende desde 1844. Só então, os pecados serão cancelados ou extintos. A esta altura, um leitor que não conheça todas as heresias dessa mulher, poderá pensar que, até que enfim, a novela acabou. Porém, ledo engano, pois ela sustenta que o diabo arrostará com os pecados dos verdadeiros penitentes, depois do Milênio, quando então ele será lançado no lago de fogo. Ora, se os pecados foram extintos durante o Juízo Investigativo, como lançá-los depois sobre o diabo no dia final? Afinal de contas, o pecado será ou não será extinto, ao término do Juízo Investigativo? Lembre-se que os adventistas, inspirando-se nos escritos da senhora White creem que, pouco tempo após o término da purificação do Santuário (ou Juízo Investigativo), Cristo virá e arrebatará a Igreja ao Céu, onde ela passará mil anos. Depois disso, é que virá o Juízo Final, quando então, o diabo arrostará com os pecados que, segundo ela mesma disse, já haviam sido extintos mais de mil anos antes. Dá para entender essa barafunda? Mas essa é a profetisa do povo que constitui a “Igreja Remanescente”, ou seja, os que sobreviveram à avalanche das heresias.

9. Ainda há salvação?
        Segundo White, é após a conclusão do trabalho de que trata o Juízo Investigativo (o que implica, como eu já informei, em averiguar o caso de toda a Humanidade (mortos e vivos), que Jesus voltará para nos arrebatar ao Céu. Ela disse ainda, que haverá um tempo não revelado a nós, entre o fim do Juízo Investigativo e a vinda de Jesus para arrebatar a Igreja. Nesse ínterim, ninguém mais poderá se converter e se salvar (Cf.: O Conflito dos Séculos, capítulo 28. Ou O Grande Conflito, p. 494). É que, segundo ela, o tempo da graça terá, então, findado. Ora, se assim é, talvez estejamos evangelizando em vão. A partir de 1844, já não há mais como garantir ao pecador: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.30), visto que podemos estar naquele espaço de tempo existente entre o fim do Juízo Investigativo, e a vinda de Cristo para arrebatar a Sua Igreja, período este que, segundo Ellen White, a porta da graça estará fechada. Mas, astuciosa e incoerentemente, os chefões do Adventismo não passam essa insegurança em seus sermões. E essa sonegação de informação é, sim, indício de desonestidade. É! Um abismo chama outro abismo! Podemos considerar como genuinamente cristã, uma "igreja" que não assegura a salvação dos que creem no Evangelho? Os poderosos chefões do Adventismo dirão que eles não o fazem, mas há aqui as seguintes dificuldades: 1) se não o fazem, são hipócritas, o que também descaracteriza qualquer associação que arrogue a si o título de cristã; 2) fazem sim, e por escrito, pois difundem o livro O Grande Conflito, op. cit., fruto da maldita pena de Ellen White, que garante que assim é. Esse diabólico livro, é apresentado ao público ledor, como obra de grande valor, do qual se diz até que é tão inspirado por Deus quanto a Bíblia (Veremos isso no capítulo IX).




OutraS CONTRADIÇÕES DE ELLEN WHITE



Os adventistas seguem cegamente (ou fingem seguir) as “instruções” da sua papisa Ellen G. White. Essa mulher era, comprovadamente, uma falsa profetisa. Sim, pois era contraditória. Ora, nenhuma contradição vem de Deus.

1. Contra a Política ou a Favor Dela?
Escreveu a Papisa: “Tendes pensamentos que não ousais exprimir de poderdes um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poderdes assentar-vos em conselhos deliberados e legislativos cooperando na elaboração de leis para a nação? Nada há de errado nessas aspirações” (Ellen G. White. Mensagens aos jovens. Santo André: Casa Publicadora Brasileira. 4 ed. 1978, p. 36);
A Papisa se contradiz: “Os filhos de Deus têm de separar-se da política, de toda a aliança com os incrédulos. Não devem ligar seus interesses aos do mundo” (Ellen White. Fundamentos da Educação Cristã. Santo André: CPB. 1975, p. 483).

2. Os Dons de Curar Cessaram ou Continuam?
    Escreveu a Papisa: “Vi que, se a igreja sempre tivesse conservado seu caráter peculiar e santo, o poder do Espírito Santo que fora comunicado aos discípulos ainda estaria com ela. Os doentes seriam curados, os demônios seriam expulsos, e ela seria poderosa e um terror para os seus inimigos” (Ellen White. Primeiros Escritos. Santo André: CPB. 2 ed. 1976, p. 227).
A Papisa se Contradiz: “A maneira por que Cristo trabalhava era pregar a Palavra e aliviar o sofrimento por obras miraculosas de cura. Estou, porém, instruída de que não devemos trabalhar agora dessa maneira, pois Satanás exercerá seu poder pela operação de milagres. Os servos de Deus hoje não poderiam trabalhar mediantes milagres, pois espúrias obras de cura, pretendendo ser divinas, serão operadas”. “Por esta razão o Senhor destinou um meio pelo qual seu povo pode executar uma obra de cura física, aliada ao ensino da Palavra. Devem estabelecer sanatórios, e com essas instituições devem estar ligados obreiros que façam genuína obra médico-missionária. Estende-se assim, protetora influência em torno dos que vão aos sanatórios em busca de cura” (Medicina e Salvação, p. 54, CPB, 1 Ed. Grifo nosso). Aqui os adventistas ficariam num beco sem saída, caso as incoerências da genitora do Adventismo não fossem hereditárias. Mas, como eles “puxaram” a mãe, “resolveram” esse problema assim: Ora optam por uma de suas posturas, ora fazem as duas coisas, enfatizando uma mais do que a outra. Por exemplo, no que diz respeito à política, ficaram com Mensagens aos Jovens, p. 36; e, acerca dos milagres, a Igreja Adventista realiza cultos de oração pelos enfermos e problemáticos diversos e constroem hospitais em todo o mundo.
Com a expressão “estou... instruída”, White quer dizer que não estava externando a sua opinião pessoal, e sim, exarando sob inspiração divina. Mas é claro que Deus não é o autor dessa balela. Isso mesmo, balela. Veja que, segundo White, Deus optou por parar de curar os enfermos de maneira miraculosa, passando esta missão para a Medicina. Essa medida visa fazer com que, quando alguém vir milagres, não tenha dúvida de que o autor dos mesmos é o diabo, e não Deus. Assim, a presença de milagres numa religião, seria uma prova cabal de que a mesma é diabólica. Ora, o instrumento aferidor, pelo qual podemos saber se uma confissão religiosa é ou não de Deus, é a Bíblia. Por ela eu sei que o diabo está no Espiritismo, no Catolicismo... E, inclusive, no Adventismo do Sétimo Dia.
Uma das maneiras bíblicas de se opor aos milagres operados por Satanás, é fazer prodígios que extrapolem suas alçadas. Como bem o diz Êx 7.12, “a vara de Arão tragou as varas deles.”
Basta lermos Mc 16.17-18 para sabermos que os dons miraculosos ainda estão de pé. Sim, pois que este texto diz que “estes sinais seguirão aos que crerem”. Se o Senhor pretendesse parar de curar os enfermos, a partir do século XIX, ele teria montado frases mais ou menos assim: “E estes sinais seguirão a uma parte dos que crerem”, já que depois de um certo tempo, as pessoas continuariam crendo, mas sem a assistência dos milagres. Ou: “E estes sinais seguirão aos que crerem até o século XIX”. Ou: “E estes sinais seguirão aos que crerem, durante uma boa parte do tempo da estadia da Igreja na Terra.” Ou: “E estes sinais seguirão aos que crerem até que eu levante a minha serva Ellen, para vos informar que eu parei de curar os enfermos.”
O fato de os adventistas orarem pelos enfermos, prova que não creem muito nos escritos Whiteanos.




O ADVENTISMO DO 7º DIA É SEITA?



O Adventismo satisfaz várias das exigências que uma organização religiosa precisa satisfazer para caracterizar-se como seita. Certamente isto já está claro ao caro leitor, pois na Introdução e nos capítulos 2 e 3 informei, exibindo provas, que o Adventismo faz de questões banais, como comida e dia santo, motivo de salvação ou perdição. Mostrei, ainda, que esse fanatismo não é um ato isolado, já que se trata da postura da pioneira White, bem como dos atuais chefões, incluindo expoentes dessa seita, como os senhores Alejandro Bullón, Lourenço Gonzalez, Floriano Xavier, entre outros. E, como sabemos, isso é mais que suficiente para descaracterizá-lo como um movimento genuinamente cristão. Contudo, visto ser importante que o leitor disponha dos dados que provam que o Adventismo é seita, abordo no presente capítulo as principais heresias de perdição, pregadas por essa seita.

1. O Adventismo tropeça na Bíblia
Na Revista Adventista, de fevereiro de 1984, p. 84, podemos ler o que se segue: “Cremos que... Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos que a qualidade ou grau de inspiração de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas”. À luz de Ap 22.18-19, os adventistas necessitam se retratar, se não querem ser condenados.
Os adventistas às vezes se “defendem” da acusação acima, de duas maneiras: a) citando suas obras, nas quais os escritos da senhora White são, às vezes, chamados de luz menor e a Bíblia de luz maior. [1] b) exibindo obras deles, nas quais se afirma que a Bíblia é a única regra de fé do cristão. Porém, esses “escudos”, muito longe de inocentá-los, expõem com naturalidade que são sutis e contraditórios. Sim, porque se os livros da dona White têm o mesmo peso da Bíblia, não são luz menor; e, se são uma luz menor, então não são tão inspirados quanto a Bíblia. Além disso, o fato de eles sustentarem que os livros da dona White são tão inspirados pelo Espírito Santo quanto a Bíblia, se subtende que esta não é a única regra de fé, deles. E, desse modo, fica difícil sabermos em que creem os adventistas. Afinal de contas, os escritos de Ellen White são ou não são do mesmo peso da Bíblia? A Bíblia é ou não é a única regra de fé do cristão? Essa confusão não se dá por acaso; antes, trata-se de um recurso satânico para que o dito fique pelo não dito e a arapuca do diabo funcione. Oxalá, o caro leitor não seja a próxima vítima! E, se você já é vítima desse engodo, que se liberte pelo conhecimento da verdade (Jo 8.32; Hb 4.12).
Um medalhão adventista (Ph.D.) tentou defender o Adventismo, alegando que “se porventura algum adventista usa os escritos de Ellen White como um substituto à Bíblia, ele...não representa devidamente a posição de sua denominação...” (Revista Adventista, junho de 2002, p. 10). Mas esse argumento só teria sentido se o Adventismo estivesse sendo acusado de não crer na Bíblia. Os adventistas não estão sendo acusados de porem os livros de Ellen White acima da Bíblia, ou em substituição a esta. A acusação que pesa contra eles, é outra. Defendam-se, pois, eles, se puderem fazê-lo, do crime de que são acusados, e não me venham com evasivas. Acuso o Adventismo de pôr os escritos de Ellen White em pé de igualdade com a Bíblia, e é disso que eles têm que se defenderem, caso se sintam caluniados. Agir de outra maneira é desconversar. Ora, o fato de os chefões do Adventismo apelar para subterfúgio, constitui prova cabal de que eles, além de reconhecerem que verdadeiramente têm culpa no cartório, não são suficientemente humildes para confessarem que falharam e pedir perdão a Deus, bem como às pessoas que foram intoxicadas com suas parras bravas.
Podemos considerar como evangélicos os que não fazem da Bíblia a sua única regra de fé e vida?

2 O Adventismo Tropeça em Cristo

2.1. Diz que Jesus é Miguel
Os adventistas afirmam que Jesus é o arcanjo Miguel [2]; mas, segundo a Bíblia, Miguel é “um dos primeiros príncipes” (Dn 10.13). Ora, sendo o Senhor Jesus Cristo a segunda pessoa da Trindade (o que os adventistas, embora incoerentemente, atualmente não negam), então Ele é plenamente Divino, e, portanto, ímpar. E, se Ele é ímpar, Ele é “o” e não “um dos”. Portanto, Ele não é Miguel, pois, como já vimos, Miguel é apenas mais um _ “um dos...” _, enquanto Jesus é singular, sem par, inigualável, etc.
Se o Arcanjo Miguel é um dos primeiros príncipes, há outros iguais a ele. Logo, das duas uma: Ou Miguel é Jesus e este não é singular; ou Jesus é singular, e não pode, portanto, ser confundido com Miguel.
        Confundir Jesus com o arcanjo Miguel é perigosíssimo, pois implica em crer que Jesus é o que a Bíblia diz deste arcanjo. Como já vimos, Miguel não é singular. Ora, não crer na singularidade de Cristo, obviamente interfere na salvação. Sim, pois certamente, quem confunde Jesus com Miguel, ainda não conhece o Senhor. E é esta a triste sorte dos adventistas. Assim pensamos porque é lógico que a crença de que Jesus é o arcanjo Miguel, implica na negação da singularidade de Cristo, à luz de Dn 10.13. Logo, essa heresia conduz ao inferno.
        Se os adventistas não querem ser incoerentes, ao pregarem que Jesus é Miguel precisam admitir que Jesus não é ímpar, mas apenas mais um, já que Dn 10.13 diz claramente que Miguel assim é. E aí pergunto: Podemos considerar como cristãos, os que negam a singularidade de Cristo? Os adventistas dirão que eles não o fazem, porém, como eles conseguem crer que Miguel é Jesus e que Jesus é singular, se a Bíblia diz que Miguel é apenas um dos primeiros príncipes?
        O fato de Jesus ter autoridade sobre o diabo e os demônios (Mc 16.17; Mt 4.10; Lc 10.17), mas Miguel ter-se escudado no Senhor, quando de seu confronto com Satanás (Jd 9), exemplifica a disparidade que há entre os dois (Jesus e Miguel), o que também prova clara e cabalmente que são distintos e diferentes. Porém, certo apologista adventista contra-argumentou, recorrendo a Zc 3.2 que diz: “Mas o SENHOR” (o Anjo do Senhor, segundo outros tradutores, baseados numa antiga versão) “disse a Satanás: O SENHOR te repreende, ó Satanás [...]” (Almeida Revista e Corrigida). À base deste trecho da Bíblia, o referido adventista expôs um arrazoado mais ou menos assim (falo com minhas palavras):

Ora, sabemos que (de acordo com o contexto) quem, nesta passagem, se dirige ao diabo, é o Anjo do Senhor, isto é, Jesus Cristo, de acordo com renomados teólogos evangélicos. E, sendo assim, encontramos aqui o próprio Jesus pré-encarnado, agindo tal qual Miguel agira, quando de seu embate com o diabo. Isto constitui prova de que o fato de constar em Jd 9 que Miguel disse a Satã, “o Senhor te repreenda”, não testifica contra a Deidade natural e plena deste Arcanjo. Isto posto, ele pode, sim, ser Jesus, mesmo se expressando deste modo. E a prova disso, repito, é o fato de Jesus ter falado dessa mesma maneira em Zc 3.2. Doutro modo, o falante mencionado no texto em questão (Zc 3.2), seria alguém inferior a Cristo; com o que, adventistas e evangélicos discordam.

       Bem, quando coloquei que o fato de o arcanjo Miguel haver dito a Satanás “O Senhor te repreenda” (Jd 9), prova que ele não é Jesus, estava apenas querendo reforçar este parecer, visto que isto já havia ficado elucidado categórica e peremptoriamente, quando explanei Dn 10. 13. Portanto, ainda que eu tivesse sido infeliz ao recorrer a Jd 9, objetivando maior elucidação sobre esta questão, permaneceria de pé a explicação que dei referente a Dn 10.13. Atente para o fato de que o que eu disse sobre Jd 9, está sendo contestado com Zc 3.2, mas o que afirmei acerca de Dn 10.13, emudeceu os oponentes. E, se o que queremos, não é “sair vitorioso no debate, ainda que para isso tenhamos que procurar chifre em cabeça de cavalo”, mas sim, a extração da verdade, assim como a sua exposição, devemos concluir que deveras Dn 10.13 não deixa dúvida de que Miguel não é Jesus; e que, quanto a isso, a conferência está encerrada, isto é, esta questão já não mais está em discussão. E no que diz respeito à minha dissertação a respeito de Jd 9, podemos até divergir, e, concomitantemente caminharmos juntos para o Céu, considerando que, de um jeito ou de outro, a heresia que leva para o inferno, que é a falsa conclusão de que Jesus é apenas “um dos primeiros príncipes”, já foi rechaçada.
       Mas (verdade seja dita), uma vez que eu levantei uma questão à base de Jd 9, por mais lógica que a mesma possa me parecer, não posso negar aos meus interlocutores o direito de me refutar. E, confesso, a refutação ao meu colóquio, acima exposta, embora equivocada, tem uma roupagem de ortodoxia (ou seja, uma aparência com a verdade) que só vendo. Realmente, este argumento, calcado em Zc 3.2, apresentado pelo aludido oponente, parece ser tão lógico e verdadeiro quanto ao que eu dissera enquanto discorria sobre Jd 9. Todavia, como nenhum de nós ignora, sempre que duas pessoas divergem sobre uma mesma questão, no mínimo uma está errada. Isto significa que o leitor pode até ficar em cima do muro, sem saber de que lado está a verdade, ou decidir a meu favor, ou ainda ombrear o meu oponente, mas jamais poderá dizer que ambas as ideias estão certas. E, sendo assim, quem é o errado? Bem, é princípio elementar da Hermenêutica que todo texto tem que ser interpretado à luz do contexto. À parte do contexto, tudo pode ser pretexto. Sugiro, pois, que o leitor leia Jd 9 à luz do contexto e veja que Judas contrasta Miguel com os ímpios “que negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (v. 4), e “...rejeitam a dominação e vituperam as dignidades” (v. 8). Enquanto o arcanjo Miguel, embora superior a tais arrogantes, foi comedido no trato para com Satã, limitando-se a dizer-lhe, “O Senhor te repreenda” (v. 9. Grifo nosso). Grifei “repreenda” porque quero que o leitor atente para o tempo verbal. É claro que o leitor sabe que “repreenda” não é o mesmo que “repreende”. Neste caso, o verbo está no presente do indicativo, e, por isso mesmo, indica que a repreensão está acontecendo; mas naquele, o verbo está no subjuntivo, e expressa apenas um anelo, com sabor de invocação, para que a terceira pessoa interviesse sem delonga, em socorro do falante. Ora, é claro que em Jd 9, o contexto faz saltar à vista que o falante não é nenhum dos integrantes da Divindade, visto que qualquer dos membros da Santíssima Trindade pode sim, de per si, em Seu próprio nome, sem megalomania alguma, repreender o diabo. O fato de Miguel não ousar a tanto, mas apelar para que Deus o fizesse, evidencia que ele não se julgou à altura fazê-lo, o que prova, sim, que ele sabe que há entre ele e Deus um intransponível hiato. E, se não é Deus, então não é Jesus, já que Cristo o é. Até porque Jesus não agiu assim nem mesmo nos dias da Sua humilhação, após se humanizar, durante o Seu Ministério terreno. Por aqueles idos, já dizia Ele: “Vai-te, Satanás...” (Mt 4.10). Então, não só Ele, mas até os simples mortais que se valiam do Seu nome, punham os demônios para correr (Mt 10.8; Mc 16. Lc 10.17). E isto prova que o nome de Jesus tivera, tinha e tem poder sobre o diabo.
       Mas, de um jeito ou de outro, não é verdade que em Zc 3.2 temos o próprio Jesus, pré-encarnado, dizendo ao diabo “O SENHOR te repreende”? Sim, temos; mas atente para o fato de que na Almeida Revista e Corrigida, o texto diz “repreende”, e não “repreenda”.
       É verdade que em algumas Bíblias consta “repreenda” em Zc 3.2. E não é totalmente sem razão que alguns editores optam por traduzir assim, visto que o original não é claro, gerando notável dificuldade de tradução. Só o contexto pode levar um tradutor a se posicionar quanto a isso, e essas divergências certamente perdurarão mesmo em meio a acirrados debates. Ora, já que na Bíblia há textos de difícil interpretação (2Pe 3.16), que, por sua vez, geram dificuldades de tradução, dificuldades estas que dividem os eruditos, obviamente nos é bom ouvir ou ler o que esposam tais peritos bíblicos em defesa de seus ponto de vista. Apreciemos, então, o que exarou o comentarista da Bíblia de Estudo Pentecostal, em consideração a Jd 9: “[...] o poderoso arcanjo Miguel recusou-se a insultar Satanás, mas confiou no poder de Deus [...]”. Mas, de Zc 3.2, ele registrou outra observação. Queira ver: “[...] o próprio Deus resistiu a Satanás, e o repreendeu [...].” Logo, neste caso, diferentemente do que dissera de Miguel, ao comentar Jd 9, o erudito em questão não viu um falante comedido, mas ousado. E __ toma-se nota __ o dito falante age, segundo o referido comentarista, em Seu próprio nome. E se Ele age em Seu próprio nome, então a versão preferível deve ser “repreende”, e não “repreenda”. E o porquê, nós já vimos acima, enquanto considerávamos os respectivos tempos dos verbos em lide.
       Sabemos que a Trindade é tríplice quanto às pessoas que a integram, mas una, no que diz respeito à essência da Divindade. Logo, há um só Deus. Não há dois ou três Senhores, nem tampouco mais de um Deus. E, sendo assim, Zc 3.2 exibe o próprio Deus repreendendo ao diabo, já que nos diz que “O SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreende”. Ora, se há um só Senhor (Ef 4.5), então, o falante e o repreendedor são um só e o mesmo Deus. Deste modo, salta aos olhos que não temos em Zc 3.2 um caso tal qual o de Jd 9. O contexto deste texto nos fala de um ser recorrendo ao auxílio do seu maioral, mas o daquele nos mostra o próprio SENHOR peitando o Bicho Ruim. Sim, visto que nenhuma das Pessoas da Trindade se limita a aspirar que Satã seja repreendido, nem tampouco necessita recorrer a qualquer das outras duas Pessoas que compõem a Divindade, para se defender. Temos, pois, no versículo em análise, que Deus mesmo repreende ao seu opositor.
       Pode-se ver (à luz do contexto) em Jd 9, que Miguel concluiu não ser da sua competência amaldiçoar o diabo em seu próprio nome, por cujo motivo apelou para Deus. Ora, a Santíssima Trindade não é uma escadinha de Deuses formada por três degraus; antes, os “três são um” (Jo 5.18; 10.30; 1Jo 5.7). Estaria o Pai à altura de fazer algo que fuja da alçada do Filho? É o Pai mais ousado e poderoso do que o Filho?
       O Filho de Deus, mesmo depois de humanizado, mandou que os Seus discípulos expulsassem os demônios em Seu nome (Lc 10.17). Ora, se podemos expulsar os demônios no nome de Jesus, desnecessário é dizer que Cristo o faz em Seu próprio nome. Sim, do fato de se fazer algo em nome de alguém, subentende-se que o mandante o faz em seu próprio nome. Douto modo, o outorgante seria um falsário. E, sendo assim, por que o não teria feito em Jd 9?
       A palavra traduzida por “repreenda” (epitimêsai), em Jd 9, é a mesma usada pelos tradutores que elaboraram a Septuaginta, ao traduzirem Zc 3.2. Todavia, certamente os adventistas não ignoram que nenhuma tradução goza da Inspiração Verbal e Plena, própria da Escritura original. Todos os peritos bíblicos sabem que muitos dos equívocos existentes até hoje em diversas traduções, nasceram na Septuaginta e nos foram repassados pela Vulgata Latina, que, por sua vez, se inspirou (pelo menos em parte) na anterior tradução latina, levada a cabo em 170 d.C. Ademais, já notamos que a Bíblia de Estudo Pentecostal sustenta que em Zc 3.2 o próprio SENHOR repreende ao Maligno. E que não poderia ser diferente, já que há um só SENHOR.
       O ponto alto de tudo que eu disse até aqui, independentemente de a tradução correta de Zc 3.2 ser “repreende” ou “repreenda”, à luz de Dn 10.13 Miguel não é Jesus, e que Jd 9 reforça esta ideia; e que apelar para Zc 3.2, intuindo provar que Jd 9 está sendo mal interpretado por mim, é desconversar. Lembre-se que eu não sou Deus e que, por isso mesmo, interpreto erradamente vários textos bíblicos. Mas, se o que queremos, é ir para o Céu, precisamos parar de confundir o Criador com a criatura, já que isso pode induzir os adventistas a negarem a singularidade de Cristo. Ainda que tudo quanto eu disse de Jd 9 e Zc 3.2 esteja errado, isso não vai impedir a minha entrada no Céu, visto que de um jeito ou de outro, não estou degradando a Cristo. O mesmo, porém, não se pode dizer dos que sustentam que Jesus é “um dos primeiros príncipes”. Não! Jesus é “O”, e não “um dos.”! E os adventistas dizem que Jesus é um dos primeiros príncipes? Sim, dizem; pois todas as vezes que asseveram que Jesus é Miguel, estão, por conseguinte, dizendo que Ele é apenas “um dos primeiros príncipes”, já que é isso que a Bíblia diz desse arcanjo.
      A errônea crença de que Jesus é Miguel, pregada pelos adventistas, foi ensinada também pela senhora White. São dela estas palavras:

Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes que seu corpo visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo, pretendendo-o como seu; mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o ao Céu....Satanás maldisse amargamente a Deus, acusando-o de injusto por permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu a seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor te repreenda’ (Primeiros Escritos. 3 Ed., 1988, p. 164, grifo nosso).

       Aqui, a senhora White está expondo o que Deus lhe teria revelado acerca de Judas 9, que nos fala da mais que mencionada contenda que se deu entre o arcanjo Miguel e o diabo. E como vimos, ela disse sem rodeios que o arcanjo Miguel é o Senhor Jesus.
       Talvez seja possível ser salvo, crendo que Jesus é Miguel, contanto que se não negue a divindade de Jesus. Mas essa crença deve ser abandonada por dois motivos: a) está errada. Já vimos isso. b) é perigosa. Exemplo: Após a Escola Sabatina convencer a um aluno que Jesus é Miguel, os testemunhas-de-jeová, que também pregam essa heresia, completarão a obra, alegando à luz de Dn 10.13, que Miguel é apenas “um dos mais destacados príncipes” (TNM), e que, portanto, não pode ser Deus (com dê maiúsculo), mas apenas, um deus (com dê minúsculo, precedido do artigo indefinido [um]).”
       Certo adventista me disse que Matthew Henry, conceituado Pastor presbiteriano, autor da monumental obra intitulada Comentário Bíblico, publicada com louvor pela CPAD, também ensinou que Jesus é Miguel. Mas não estou seguro disso. O texto me parece ambíguo. Ei-lo: “Miguel significa ‘Quem é como Deus?’ e o seu nome, com o título de ‘O grande príncipe’ aponta para o divino Salvador” (3ª edição 2003, p. 682). Talvez Henry estivesse querendo dizer que Jesus é antítipo de Miguel. Mas, se ele teve a desdita de também crer que Jesus é Miguel, perdoemo-lo. Ele era um ser humano tão falível como todos nós. Ademais, está claro em toda a obra de Henry supracitada, que ele era trinitariano, o que implica em crer na plena divindade de Cristo. Logo, se ele cria que Jesus é Miguel, então carecia de maior instrução bíblica, o que todos nós também carecemos. Ninguém sabe tudo. Ninguém é inerrante. E lamento não poder fazer pelo irmão Henry, o que ora faço pelos adventistas, visto que ele já foi para o Paraíso em 1714, aos 52 anos de idade.
       É fácil raciocinar à base da Bíblia e ver que Jesus não é Miguel. Mas, como essa heresia é uma das obras da senhora White, mulher essa de grande prestígio entre os adventistas, fica difícil convencê-los de que isso é heresia. Todavia, o que é difícil ou até mesmo impossível aos homens, é facílimo para Deus. Não desistamos, pois. Persistamos na oração e no ensino da Palavra, confiantes no poder do Espírito Santo. “A semente do Evangelho, em vão não se semeia”.

Outra doutrina diabólica pregada pelo Adventismo do Sétimo Dia acerca da Augusta Pessoa de Jesus Cristo é que, segundo essa seita, Jesus também herdou a natureza pecaminosa. Senão, vejamos o veneno que Ellen White e seus discípulos estão espalhando por aí:
“...Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada...” (O Desejado de Todas as Nações, Ellen G. White, CPB, 37ª edição, p. 82).
Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. De sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo o filho de Adão_uma natureza pecaminosa” (Estudos Bíblicos, CPB, edição de 1979, pp. 140_141).
Agora, compare a aberração acima com a Bíblia e veja quão diferente do “Jesus” adventista, é o Jesus da Bíblia!: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito e feito mais sublime do que os céus” (Hb7.26). sim, o Adventismo prega outro Jesus (2Co 11.4)
Se Jesus fosse o que os adventistas dizem, Seu sacrifício na cruz não seria substitutivo e, portanto, não teria valor salvífico. Um pecador, ainda que apenas por natureza e, portanto, sem culpas pessoais, não poderia sofrer no lugar dos demais. A justiça Divina exigia que um justo pagasse por nós, e não que um pecador sofresse no lugar dos demais. Se Jesus fosse pecador por natureza, Ele seria condenado juntamente conosco, e não em nosso lugar.
       Jesus, além de não ter culpas pessoais, era também isento do pecado original, isto é, Ele não tinha a natureza pecaminosa comum a todos nós. Os adventistas, porém, ensinam diferente.
      Certo medalhão adventista se “defendeu” dizendo que nem todos os adventistas pensam assim. Concordamos, mas convenhamos que: 1) O Adventismo do Sétimo Dia prega isso oficialmente; 2) Ellen White ensinava isso. 3) Todo adventista típico reconhece Ellen White como profetisa de Deus, o que implica em reconhecer que o que ela falou de Jesus é a expressão da verdade, e, que portanto, Jesus deve ser o que ela disse dEle. 4) Isso caracteriza o Adventismo como seita; 5) Quem não protesta isso é condizente, visto que quem cala consente.


3.1. Exclusivista
       Os “pastores” adventistas Alejandro Bullón e Floriano Xavier dos Santos, este, Presidente da União Este Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nas páginas 3 e 5, respectivamente, apresentam e prefaciam com elogios o livro intitulado Assim Diz o Senhor, o qual, nas pp. 323 a 327 afirma sem rodeios que a única Igreja de Cristo, a verdadeira Esposa do Cordeiro, é a que, guardando os Dez Mandamentos, observa a guarda do sábado. E tacha de mentirosas, as igrejas que, destoando disso, alegam ser de Cristo.

        “Proselitismo” ou “pescaria de aquário” são, numa conceituação particular, jargões evangélicos que designam os que, hipocritamente, tremulam bandeira evangélica, no intuito de se infiltrar entre nós, a fim de, desse modo, nos conquistar para as suas fileiras. Os adventistas são hábeis pescadores de evangélicos. Logo, são o que chamamos de proselitistas. Senão, vejamos as provas abaixo:

1ª) Publicam, espalhafatosamente, em seus periódicos, as “conversões” de evangélicos às suas fileiras, os quais dão os seus “testemunhos”, dizendo que agora encontraram a verdade [3]. Sim, como os evangélicos vibram ao conquistar uma alma para Jesus, os adventistas vibram quando conseguem arrancar duma igreja evangélica um crente fraco e mal informado. Eles não nos veem como aliados, mas como um campo missionário, no qual investem com afinco e muito tato.

2ª) O senhor Lourenço Gonzalez, adventista típico, em seu livro supracitado, intitulado Assim Diz o Senhor, edição de 1986, afirma no capítulo 26, pp. 323 a 327, que os evangélicos que não abdicam de café, coca-cola, presunto, mortadela, salame, carne de porco, camarão... e não guardam o sábado, estão no caminho largo que conduz ao inferno, do qual falou Jesus em Mt 7.13. Neste mesmo capítulo, somos aconselhados a sairmos das nossas igrejas para uma igreja que guarde o sábado. Para nos dar esse conselho, o Sr. Lourenço se apoia em Ap 18. 4, que diz: “Sai dela povo meu...”.

3ª) O “pastor” Alejandro Bullón, um dos expoentes dos adventistas, prefaciou o referido livro, esbanjando elogios. Ademais, Bullón nos fala de uns evangélicos que ele conseguiu enganar (a saber, o senhor Adolfo e sua família) e levar às águas batismais. Disse ele: “Alguns meses depois, a família toda desceu às águas do batismo e selou o pacto de amor com Cristo. Um coral cantou enquanto eles eram submergidos nas águas. As palavras do hino diziam:

Oh, graça excelsa de Jesus!
Perdido me encontrou!
Estando cego, me fez ver;
Da morte me livrou!

Adolfo e a família encontraram a única esperança.” (Alejandro Bullón. A Única Esperança. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1 Ed., 33ª impressão, 2014, p. 46. Grifo nosso). Isto prova que o senhor Bullón também pesca no aquário evangélico, e que essa pescaria é motivada pelo fato de, na opinião dele, cada evangélico, nada mais ser que alguém que ainda não selou “o pacto de amor com Cristo”, por cujo motivo está “perdido”, “cego”, “morto” e sem esperança.

4ª) Este autor vem sendo assediado pelos adventistas desde quando era novo convertido, há mais de quarenta e um anos. Tenho recebido cartas até da liderança dessa seita, convidando-me a participar de seus “Estudos Bíblicos” a fim de me inteirar da “Mensagem Adventista”. Ora, se são evangélicos, então não têm nenhuma novidade para nós; e, se têm algo novo a oferecer-nos, então não são do nosso grupo. É como dizia o ex-Padre Aníbal: “O diabo não consegue esconder o rabo.”

5ª) Já tive que socorrer muitos irmãos em Cristo, especialmente novos convertidos, vítimas de sérias dúvidas que lhes foram inculcadas pelos adventistas.


Primeira prova:
        Faz parte da estratégia proselitista dos adventistas, dirigir-se às igrejas evangélicas, oferecendo-nos seus livros. Chegam dizendo que tais obras são neutras, isto é, não entram no mérito das divergências doutrinárias que há entre nós. Pura hipocrisia! Na obra intitulada As Belas Histórias da Bíblia, volume 1, a guarda do sábado é enfatizada. Além disso, eles “dão” um “brinde”, a saber, um livro, no qual suas heresias são defendidas com ardor. Por exemplo (embora mordendo e assoprando ao mesmo tempo), no capítulo 33 do livro O Grande Conflito (com o qual, geralmente “presenteiam” os que compram suas obras “neutras”), se insinua que nós, pastores evangélicos, somos agentes do diabo, por pregarmos que: a) a alma sobrevive à morte do corpo; b) os homens que se perderem, o diabo, e os demônios serão atormentados eternamente. É esse alimento estragado que as ovelhas recebem, quando um pastor evangélico, que ainda não sabe o quanto o Adventismo é perigoso, permite, às vezes até por escrito, que esses lobos invadam seus apriscos e devorem as ovelhas que o sumo Pastor pôs sob o cajado que lhes confiou.
        Essa estratégia “missionária” dos adventistas, além de não ser dispendiosa (nós os pagamos para que nos “evangelizem”), é altamente rentável, visto que, desse modo, eles faturam alto às custas de nossa ingenuidade. Alguém já disse acertadamente que “enquanto existir cavalo São Jorge não anda a pé”.

Segunda Prova
        Na Revista Adventista de abril/98, os adventistas são aconselhados a não dizer que eles são o único povo que tem a verdade, bem como a única e verdadeira Igreja, caso haja não adventista por perto. Atentemos para o fato de que não se proíbe dizer isso, mas tão somente sugere que se evite expressar assim, na presença dos que não são adventistas.

Terceira Prova
       O grande apologista Aldo Menezes, referindo-se ao “pastor” Alejandro Bullón, disse: “Quem ouve seus sermões cristológicos pensa tratar-se de um adventista diferente, que prega exclusivamente a Cristo, e não a guarda da lei e de um descanso sabático. Mas a coisa não é bem assim. Numa entrevista à Revista Adventista (janeiro/97), p.17, perguntou-se a Bullón: ‘Parece que a comunidade evangélica tem sido mais tolerante com a Igreja Adventista. Mudou a Igreja, ou mudaram as pessoas ?’ Ele respondeu: ‘A Igreja não mudou, a doutrina não mudou. Mudou a ênfase que damos à mensagem. Antes, fomos ensinados a destacar os resultados da salvação. Hoje, a ênfase está na causa da salvação que é Cristo. Quando pregamos a Cristo e o evangelho, naturalmente, os evangélicos abrem o coração à nossa mensagem’. Sua resposta é reveladora: Antes, enfatizavam o resultado da salvação, que segundo a literatura adventista inclui a guarda do sábado e o reconhecimento do ‘espírito de profecia’ na pessoa de Ellen White etc.. Hoje, enfatizam o Salvador, deixando o ‘resultado da salvação’ para depois. Com isso ficou mais fácil atrair o coração dos evangélicos para a ‘mensagem adventista’ ” (Agir Notícias, órgão oficial da AGIR__Agência de Investigações Religiosas__ Ano II, número 6, maio/junho de 1998, página 1. Grifo nosso.). Você captou a mensagem? A estratégia atual é fazer com que pensemos que eles são iguais a nós e assim nos atrair à seita deles para depois nos intoxicar com suas heresias.
        Relembramos que o “pastor” Alejandro disse que “A questão não é simplesmente se posso ou não posso comer carne de porco, se devo ou não devo guardar o domingo...O assunto é muito sério. È uma questão de vida ou morte, de salvação ou perdição...” (Assim Diz o Senhor, Lourenço Gonzalez, página 5, supracitado).

Quarta Prova
       Um cantor adventista (cujo nome omito por não ter gravado sua declaração), após ser por mim encurralado, disse: “Todo pastor que não prega as doutrinas bíblicas pregadas pelo Adventismo do 7º Dia, é, das duas, uma: Ou um mal informado ou um obstinado, visto que doutro modo, ele seria adventista”. Esse lobo anda por aí, se infiltrando entre nós, no intuito de abocanhar uma ovelhinha desprevenida. Esse “malabarista”, por não saber onde este autor congrega, se oferecera a um de nossos diáconos para cantar na nossa igreja. O que ele pretende com isso, já que ele nos considera como falsos profetas? Converter-nos ao Adventismo, é a resposta.

Quinta Prova
        Com quem os atuais adventistas aprenderam esse vergonhoso proselitismo? Com a senhora Ellen White, é a resposta franca e sincera. Eis a prova:
        “Temos uma obra a fazer por ministros de outras igrejas. Deus quer que eles se salvem.
        Nossos ministros devem buscar aproximar-se dos ministros de outras denominações (Testemunhos Seletos, Volume II, 2ª edição de 1956, p. 386).
        Esse malabarismo dos adventistas, os torna mais perigosos do que os testemunhas-de-jeová, os mórmons e outros. É que estes, batem de frente conosco, tachando-nos de falsos profetas na cara. Mas os adventistas, embora pensem assim também, não nos dizem isso nos primeiros contatos, a fim de não espantarem a presa. E essas estratégias têm funcionado, pois é grande o número de evangélicos que se deixam levar, ora afirmando que os adventistas são evangélicos, ora até mesmo se filiando a essa agremiação herética, o que demonstra ter um fundo de verdade o seguinte provérbio: “Que Deus me defenda dos meus amigos, porque dos meus inimigos me defendo eu”.

Sexta Prova
       Outra estratégia proselitista dos adventistas, consiste em oferecer às igrejas evangélicas palestras sobre dependência química, prevenção às drogas, Medicina Natural etc. Usam esses temas não religiosos para se infiltrar entre nós, conquistar nossa simpatia e injetar o veneno. Não aceite essa “ajuda” do Inimigo. É preferível convidar um ateu, a ouvir esses proselitistas.

Vigia, irmão!
       Atentemos com mais diligência para a Palavra do Senhor que nos adverte: “Acautelai-vos... dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt. 7.15). Na opinião deste autor, de todos os lobos, os que melhor se vestem como ovelhas são os adventistas. É que eles pregam tudo quanto nós pregamos, mais alguma coisa. E é aí que mora o perigo. São como os gálatas, os quais, além de crer que Jesus é o Salvador, criam paralelamente que a circuncisão, a guarda do sábado e outros preceitos da Lei, eram imprescindíveis para a salvação, como já demonstrei no capítulo 2.

        Embora já tenhamos provado que hipocrisia e sofisma são a marca registrada do Adventismo, queira ver mais este exemplo: O “pastor” adventista Marcos de Benedicto, queixando-se dos que, segundo ele, preconceituosamente consideram que a sua “igreja” é uma seita, se defendeu dizendo que, como todas as igrejas protestantes, o Adventismo se firma somente na graça, na fé em Cristo e nas a Bíblia. [4] Aqui, porém, podemos detectar dois sofismas: 1º) Marcos de Benedicto faltou com a verdade, pois, como já vimos, o Adventismo do Sétimo Dia não se firma só na Bíblia, visto sustentar que os livros de Ellen White não são menos inspirados do que a Bíblia Sagrada. 2º) Dizendo o “pastor” Marcos de Benedicto que o Adventismo se firma nos pilares do movimento evangélico __só graça, só fé, só Cristo, só Bíblia __ faz parecer aos desavisados que eles creem que a sua “igreja” é apenas mais uma, quando já vimos que o Adventismo se apresenta como a única Igreja verdadeira. Assim se pode ver que Marcos de Benedicto é um autêntico representante do movimento hipócrita, do qual ele é parte integrante. Sim, leitor, essa jogada é de praxe no Adventismo do Sétimo Dia! Cuidado! (1Pe 5.8).

5. O Adventismo Profana e Subestima o Sangue de Jesus.
Ellen White, a papisa do Adventismo, registrou heresias de perdição, como a que se segue: “... Satanás, autor do pecado, sobre quem os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados...” [5] (Grifo nosso). Ora, essa declaração faz do diabo co-redentor dos cristãos, apesar dos adventistas afirmarem que estamos interpretando mal. Sim, porque se as palavras dizem alguma coisa, foi isso que Ellen White disse. Veja que ela afirmou que são os pecados dos verdadeiros penitentes que serão colocados sobre Satanás. Assim, fica claro que ela não estava querendo dizer o que muitos adventistas pensam, a saber: “Que o diabo vai ter que responder por tudo de errado que ele fez, inclusive por nos haver induzido ao pecado”. Não! Não pode porque, nesse caso, os pecados de todos (e não somente dos verdadeiros penitentes) seriam lançados sobre ele. Claro, um sofismático tem que responder diante de Deus, por todas as pessoas que ele conseguiu ludibriar, tendo tais pessoas mais tarde se livrado ou não de seus enganos.
O que levou os adventistas à conclusão acima é o fato de Lv. 16.15-28 nos falar de dois bodes, os quais, segundo a Lei de Moisés, eram apresentados ao Senhor para expiação de pecado. O primeiro bode era sacrificado, mas o segundo enviado ao deserto e abandonado à sua própria sorte (este era chamado de bode emissário). Os adventistas concluíram, então, que o bode emissário tipificava Satanás, e daí deduziram que sobre o diabo, que sofrerá no lago de fogo até ser extinto, serão lançados os pecados dos verdadeiros cristãos, e que, portanto, ele arrostará com as nossas iniqüidades lá no inferno. Mas eles necessitam atentar para o fato de que o referido bode era apresentado perante o Senhor para expiação de pecado. Logo, esta interpretação dos adventistas está errada por duas razões: 1ª) Diminui a eficácia do sangue de Jesus, dando-lhe um coadjuvante. Saibam os adventistas, uma vez por todas, que os pecados dos verdadeiros penitentes não serão lançados sobre o diabo, pois já foram lançados sobre Cristo, na cruz do Calvário (1Pe. 2. 24). Realmente, o pecado tem que ser punido, mas o do salvo já foi castigado em Cristo, nosso único substituto. 2ª) Faz de Satanás co-redentor da humanidade juntamente com Cristo. Sim, porque se o bode emissário que, segundo a Bíblia, era apresentado a Deus para expiação do pecado, tipifica Satanás no fogo do inferno arrostando com os nossos pecados, a conclusão óbvia é que o diabo fará por si mesmo a expiação dos nossos pecados, quando arrostar com os mesmos no lago de fogo. Esse ensino é, de fato, uma estarrecedora blasfêmia e faz sim, do diabo, o salvador, ou pelo menos, o co-salvador dos verdadeiros cristãos.
Cremos que o diabo terá que responder por tudo de errado que ele fez, faz e fará, inclusive por ter tentado cada ser humano, porém, não será para expiação de pecado; e, sendo assim, ele não é o antítipo do bode emissário, considerando que o cerimonial que o envolvia era para expiação de pecado. Os dois bodes tipificavam os dois lados do sacrifício de Jesus: quita para com Deus o pecador que arrependido crê, e afasta o pecado para mui longe (Sl 103.12).




 EPÍLOGO

        Já encontrei muitos “adventistas”, de cuja salvação não pude duvidar. Não há um único adventista salvo. Mas há “adventistas” que não são adventistas de fato, pois não creem na infalibilidade das obras literárias de Ellen G. White; que Jesus é o Arcanjo Miguel; que Jesus é portador da natureza pecaminosa; que os nossos pecados serão postos sobre Satanás; que em 1844 iniciou a purificação do santuário celestial, ou o Juízo Investigativo, bem como não se prendem à guarda do sábado, nem tampouco ao cardápio judaico de Lv. 11, e outras práticas judaizantes que caracterizam o Adventismo. E, sobretudo, não são hipócritas. Sim, há adventistas e “adventistas”. Há até adventistas que empreendem abrir os olhos aos seus correligionários, mostrando-lhes pela Bíblia, os erros nos quais laboram.
Damos aos adventistas que já enxergaram que o Adventismo é falso, os seguintes conselhos: 1º) Mostre aos seus correligionários a verdade que você descobriu; 2º) Pare de contribuir com dízimos e ofertas para manutenção dessa seita; dê suas contribuições financeiras a um trabalho sério; 3º) Saia dessa “igreja” e vincule-se a uma igreja realmente evangélica, isto é, a uma igreja que tenha a Bíblia como sua única regra de fé e prática e que não subestime o precioso sangue de Jesus (Ap 18.4; Hb 10.29; 2Co 6.17,18). Não alimente a falsa ideia de mudar a “Igreja” Adventista. Tente mudá-la fora dela. A primeira pessoa que você precisa tirar do Adventismo é você.
        Que os adventistas não nos considerem como inimigos por causa destas linhas (Gl 4.16), pois as mesmas não têm por finalidade ridicularizá-los, mas, sim, despertá-los para a realidade de que estão sendo enganados por Satanás. Como o apóstolo Paulo se dirigiu aos gálatas, dirijo aos adventistas, pois estes também estão separados de Cristo e caídos da graça (Gl 5.4). E o motivo pelo qual estão nesse precário estado, é o mesmo que vitimou os gálatas: não confiam só no sangue de Jesus. Consideram-no necessário, porém, insuficiente. Aliás, a situação dos adventistas é mais grave do que a dos gálatas. Estes estavam (segundo afirmou Paulo em Gl 5.4) separados de Cristo e caídos da graça porque confiavam em Cristo e na Lei de Moisés. Mas aqueles confiam em Cristo, na Lei de Moisés e no sacrifício expiatório que será efetuado na pessoa do diabo, o qual só será extinto após pagar tintim por tintim pelos pecados dos verdadeiros penitentes.
        Ó prezados adventistas! como amo a todos vocês! Como aspiro encontrá-los na Glória Celestial! Seguremos juntos, portanto, com as duas mãos, a salvação pela graça por meio da fé (Ef. 2.8,9). Que o Espírito Santo abra os olhos do nosso entendimento para enxergarmos a sã doutrina e distingui-la daquilo que apenas aparenta sê-lo!

                                                                            Amém

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NOTAS

(1)     A Orientação Profética do Movimento Adventista, pág. 108;
(2)     Existem Anjos Bons e Maus (folheto), CPB, Casa Publicadora Brasileira;
(3)     Revista Adventista, junho, julho e setembro/96;
(4)     Revista Vinde, setembro/97;
(5)     O Conflito dos Séculos, pg. 421.

BIBLIOGRAFiA

1) ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD. Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
2) ARAÚJO, Ubaldo Torres de. O Adventismo.
3) CABRAL, J. Religiões, Seitas e Heresias. Universal Produções.
4) Defesa da Fé (Revista editada pelo ICP, Instituto Cristão de Pesquisas; vários exemplares).
5) Desafio das Seitas (Jornal editado pelo CPR, Centro de Pesquisas Religiosas; vários exemplares).
6) OLIVEIRA, Raimundo F. de. Como Estudar e Interpretar a Bíblia. CPAD
7) OLIVEIRA, Raimundo F. de. Seitas e Heresias, um Sinal dos Tempos.
8) PAXTON, Geoffrey F. O Abalo do Adventismo. JUERP
9) REIS, Aníbal Pereira Dos. A Guarda do Sábado. Caminhos de Damasco.
10) RINALDI, Natanael e ROMEIRO, Paulo. Desmascarando as Seitas.  CPAD.
11) Agir Alerta (Jornal editado pela AGIR, Agência de Informações Religiosas; vários exemplares).
12) Bíblia de Estudo Almeida. SBB_Sociedade Bíblica do Brasil
13) A Bíblia Vida Nova. Bíblia de estudo editada pela S.R. Edições Vida Nova
14) Bíblia de Estudo Pentecostal.__CPAD__Casa Publicadora das Assembleias de Deus
15)  Bíblia de estudo editada pela Edições Paulinas (editora católica)
16) Bíblia de estudo editada pelo CBC_Centro Bíblico Católico
17) Série Apologética, Volume III, ICP_Instituto Cristão de Pesquisas_ edição de 2002
18) AnaMaria (Revista). 31 de agosto de 2007. São Paulo: Editora Abril

1) BULLÓN, Alejandro. A Única Esperança. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1 Ed., 33ª impressão, 2014.
2) CHRISTIANINI, Arnaldo B. Radiografia do Jeovismo. CPB__Casa Publicadora Brasileira. Esta é a editora dos adventistas.
3) CHRISTIANINI, Arnaldo B. Subtileza do Erro. CPB.
4) Nisto Cremos. CPB.
5) SILVA, Lourenço Gonzalez. Assim Diz o Senhor. Produção independente, 1986.
6) WHITE, Ellen G. O Grande Conflito.
7) WHITE, Ellen G. Fundamentos da Educação Cristã. CPB.
8) WHITE, Ellen G. Medicina e Salvação. CPB.
9) WHITE, Ellen G. O Conflito dos Séculos. CPB.
 


OUTRAS OBRAS DO AUTOR (livros e apostilas)

I. LIVROS E APOSTILAS

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